sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A praça

Minha participação no Caderno Literário Pragmatha número 54 com o tema "Lugares".  Com o poema A praça na página 37.

 A praça

Ah, a praça...

A praça era onde nos encontrávamos no domingo.
Eu vinha de longe, de outra cidade,
a minha namorada vinha da sua casa.
A praça tinha o nome de algum político da região.
Havia o coreto, cadeiras de balanço e alguns bancos.
A praça era bonita,
embora eu só tivesse olhos para a minha amada.

Ah, a praça...




Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

http://www.pragmatha.com.br/img/revistas/Caderno%20Literario%20Pragmatha%2054%20Fevereiro%202014.pdf

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Lembranças

Lembranças

Remoendo minhas lembranças,
recordo de quando tinha poucos anos
e o mundo parecia grande e assustador,
mas ao mesmo tempo, seguro e sem atropelos.

Quanto mais distante fica no tempo a lembrança
mais ela se torna bonita.
Assim é.

Momentos tristes, momentos alegres,
tudo tem o seu momento, a sua vez.
Por cada um e para cada um.

Não lamento nada do que fiz em vida.
Lamento sim o que deixei de fazer pela vida.
Como a poeira que fica na estrada
depois da passagem dos carros.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Caro amigo

Caro amigo

Caro amigo...

Venho dizer-lhe que hoje é um dia singular.
Hoje dei-me conta
que não deveríamos andar cabisbaixos.
Nem nos atolarmos em misérias,
decrepitudes e destruições.
Deveríamos sim, viver com abundância.

O que é de cada um, é também, de todos
e o que é de todos é um bem comum
que deveria ser experimentado sempre.

As desigualdades que levam à exploração
do mais pobre pelo mais rico
não deveriam nem mesmo existir.

E a falta de amor entre as pessoas
não deveria ser maior
do que a fraternidade e a solidariedade.


Percebo que estais chorando...
Deixe-me lembrá-lo
que ainda não terminei.

Todos os habitantes desse nosso planeta,
incluindo os animais e os vegetais,
mereceriam ainda muito mais.
Seria necessária uma vida plena para todos os seres,
desde o nascimento até a morte,
em todas as circunstâncias.

Em suma,
teríamos que nos sabermos senhores
de nossos destinos
desde o começo
até o fim
para só assim, estarmos em sintonia com o cosmos

e lançarmos mão
da nossa grande sabedoria
aquela do nosso Ser interior
que sempre foi nossa.
Apenas tínhamos a esquecido
no porão da inconsciência.

Caro amigo...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Iluminação: porque alcançá-la?

Iluminação: porque alcançá-la?
                
                Muitos de grande estirpe e valoroso mérito, não conseguiram.  Aliás, nem chegaram perto de conseguir.  Porque deveria eu intentar tal jornada?  Por que é de grande valia a tentativa para um caminho de lucidez?  Porque é apenas com consciência plena que se alcança a divindade?
                Mais do que isso.
                É por que a vida só vale a pena ser vivida quando se vive com naturalidade, com aceitação total do outro que não é outro; é você mesmo, transfigurado, todos somos um.
                É por que já somos o que podemos ser, apenas não morremos e renascemos ainda  para nos lembrarmos disso.
                É por que quando todos os desejos se tornam apenas viagens do ego, nós alcançamos a paz verdadeira.
                É por que vivemos em um turbilhão de sentimentos que não são nosso real ser interior.
                É por que só assim descobriremos a resposta para a pergunta fundamental: quem sou eu?

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Afinal, o que sobrou?

Afinal, o que sobrou?

Olhei, olhei e nada vi.
O que era?
Era a vergonha da elite-corja.
Não se vê.

Olhei, olhei e nada vi.
O que era?
Era a lucidez da massa de manobra.
Não se vê.

Olhei, olhei e nada vi.
O que era?
Melhor não falar de Deus.
Que Dele nada se vê mesmo.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Desconexão

Desconexão
nanquim s/ papel couchê
21 x 29,7 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Desconcerto

Desconcerto
nanquim s/ papel couchê
21 x 29,7 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Desacerto

Desacerto
nanquim s/ papel couchê
21 x 29,7 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Você

Você

Você é o engulho que me dá 
quando passo pelo mar.
Você é o engasgar que me acomete
quando como apressado.
Você é o tropeção que me surpreende
quando ando sem cuidado.
Você é a topada no pé que me dói
quando esqueço de olhar para baixo.
Você é a mosca na sopa que cai
quando estou a saboreá-la.

Você é a quimera das dores
que se esgarça
por entre as minhas pernas
no meu pênis.
Você é o meu chafurdar na lama
de porcos doentes no quintal.

Você é a fábula de nomes
e datas que, infinda, jaz inerte
quando se desfraldam
a lista dos culpados.
Você é a liberdade vigiada
dos presos em agonia assistida
no cárcere da vida.

Você é o respeito morto
pelos cadáveres de homens públicos
que viram nomes de praça.
Você é o roçagante andar,
trôpego da mulher,
depois de um estupro.

Você sou eu
que esforça-se por ser normal,
enquanto lances de jogadas sinistras
são desferidos no tabuleiro de xadrez
do Deus de barbas longas da Bíblia.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

A lua dos apaixonados?

Minha participação no Caderno Literário Pragmatha no. 53 com o tema Lua. Poema: A Lua dos apaixonados?

A Lua dos apaixonados?

Como diz a música dos Paralamas,
a lua visitada pelos astronautas condecorados...
A lua dos amantes estaria em melhor companhia
do que a companhia destes apaixonados?

Crateras nuas, um queijo suíço,
destituído de cor, tonalidades e vida.
Foi isso que o homem encontrou lá,
mas há muito mais nessa lida.

A luz da lua abrilhanta hoje
a noite dos rejeitados, dos drogados,
dos criminosos, das vítimas,
de todos os males dos desesperados.

A lua que brilha na qual parece
que políticos corruptos chovem,
fazem seus conchavos, escondidos,
sem ganhar dinheiro, nada movem.

Mas ainda há o que de bom falar da Lua?
A Lua que vem à noite e nos ilumina e guarda.
Seu brilho é dos namorados, vamos louvá-la,
antes que venha o dia e ela também parta.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)