sábado, 21 de fevereiro de 2015

A personalidade

A personalidade

A tomada de consciência da personalidade transformou e pôs o homem em diferenciação primordial dos animais.  A frase “eu sou” parece simples e até boba para nós, contemporâneos das conquistas científicas e tecnológicas do século XXI.  Mas essa pequena frase representou a passagem da consciência do homem primitivo para o que conhecemos hoje como ser humano.  A diferença entre existir e ter a consciência de existir.
Essa mudança na condição de ser do homem se deu tanto no exterior quanto no interior.  No mundo intrapsíquico possibilitou um maior desenvolvimento do que chamamos de personalidade.  A persona, a máscara social.  A descoberta de Adão e Eva de que estavam nus no paraíso e a tentativa de esconder suas partes íntimas com folhagens diante de Deus.
Essa máscara é, na realidade, necessária ao amadurecimento pleno do indivíduo, seja nas instâncias física, sexual, espiritual e moral.  É a personalidade que facultará ao homem suas escolhas e permitirá no futuro – para muitos esse futuro nunca chega – transcender essa persona para encontrar seu verdadeiro eu, seu guia interior ou Deus, conforme a crença de cada um.
Porém como a criança precisa ser aculturada nas noções básicas das ciências e das linguagens em geral para num outro momento aprofundar seus estudos numa determinada área, também a personalidade precisa passar pela formação até que possa ser superada ou transcendida.  E não há queima de etapas nesse sentido.
O processo de individuação requer o conhecimento de si mesmo e já dizia um dos fundadores do movimento gnóstico, Clemente de Alexandria: “a maior de todas as disciplinas é a do conhecimento de si mesmo, pois quando um homem conhece a si próprio, conhece Deus.”
A personalidade para os artistas, escritores ou poetas é assunto a ser tratado com imenso carinho.  Porque é a personalidade cultivada, ou não, que irá refletir na sua obra de arte de maneira positiva ou negativa.  Se a personalidade de um artista vale a pena, certamente, a sua obra artística também valerá.
A transformação a partir da qual o homem velho morre e um homem novo, renascido, surge pode até – e provavelmente nunca chega mesmo – não acontecer para a maioria das pessoas.  Mas “manter a casa limpa” é tarefa primordial para qualquer um.  Condição sem a qual nenhuma transformação, transcendência ou superação é possível.  Portanto, cultive sua personalidade lendo bons livros, assistindo boas peças de teatro e filmes no cinema.  Escolha com cuidado o que preenche sua alma, seja em cultura, seja em qualquer campo do conhecimento.  A sua personalidade agradece.  Paz e luz.

Mauricio Duarte


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/a-personalidade-por-mauricio-duarte/

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Exposição Artistas do Catálogo

Visite a exposição coletiva Artistas do Catálogo na Nossa Galeria de Arte . Eu, Mauricio Duarte, estou participando com as peças de arte Descoberta, Descoberta 2 e Inquirição

http://www.ngarteprodutoracultural.com.br/galeria/coletiva-1-2015/artistas-do-catalogo-2014.asp#


Descoberta


Descoberta 2



Inquirição

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Identidades contemporâneas



Visite a minha Coluna no site Divulga Escritor e leia a nova crônica: Identidades contemporâneas de minha autoria . Obrigado. Bem vindo(a).

http://www.divulgaescritor.com/products/identidades-contemporaneas-mauricio-duarte/

Identidades contemporâneas

A nossa contemporaneidade é feita das redes sociais na internet, da instantaneidade na expressão de opiniões, dos protestos combinados pela rede, das músicas baixadas gratuitamente, dos CELULARES, dos smart phones, dos selfies, dos Big Brothers na TV, da sinergia dos produtos – compre o livro, assista o filme, curta a página – dos mega eventos em multidões, da espetacularização de tudo que possa ser vendável.  Mas, para além de tudo isso, a nossa contemporaneidade nos cobra um preço alto.  E que preço é esse?
Nossas identidades são fragmentadas, fazem parte de um amálgama. Um conjunto de várias coisas que nem sempre se coadunam ou se harmonizam entre si e nem sobre um todo que dê conta de todas as facetas identitárias de cada um de nós.
Caminhamos de face em face, buscando aquela que mais se adéqua àquele determinado momento ou situação de nossas vidas como o viajante errante que vai de cidade em cidade procurando abrigo.  Quando encontramos uma que nos preencha, naquela necessidade, usamos e, tão logo tenha cumprido sua função, nos desfazemos dela para a próxima como num seriado de TV, de episódio em episódio, ou num game que passa de fase.
Muitos dirão que isso é normal e que, hoje em dia, as mudanças acontecem quase que todo o tempo.  Sim, isso é verdade. E para sobreviver nesse mundo é necessário “mudar muito para permanecer o mesmo”. As revoluções que acompanharam o mundo desde os já antigos anos 1960 até agora não foram poucas nem pequenas, pelo contrário, colocaram as pessoas pelo avesso mais de uma vez nesses mais de 50 anos.  Para responder a isso, as mutações identitárias tornaram-se lugar comum na vida da população.
Mas há um fato que escapa a essa pós-modernidade de todo dia: Não somos eternos, temos prazo de validade nessa existência.  Na antiguidade pensava-se a morte como a derradeira viagem e havia preparações para essa viagem, como os egípcios antigos e outros povos.  A morte fazia parte da identidade desses povos. E hoje?
Mudar de opinião e de modo de vida muitas vezes pode até ser saudável e nos trazer bem-estar, mas não nos prepara para a morte.  “Mas que conversa é essa?” Vão dizer muitos. Não se quer nem pensar na morte hoje em dia. Mas insisto que esse não pensar nela, já é uma reação à morte, e portanto, a deixa como referencial principal novamente na identidade contemporânea que imaginávamos tão “descolada”. Sim, porque ao relegarmos a morte ao esquecimento, relegamos também o amadurecimento e a espiritualidade ao esquecimento como num efeito dominó.
E o preço que pagamos por retirar o amadurecimento e a espiritualidade de nossas identidades como seres humanos é alto demais. Traz, em si, a submissão ao Deus capital e nos leva a depressões, distúrbios vários e o mal estar da civilização tão estudado e, ao mesmo tempo, tão pouco compreendido.
Porque se é verdade que um psicopata é um monstro unidimensional – ou um fanático pseudo-religioso que se torna terrorista – o outro extremo também é igualmente perturbador. Seria um neurótico que muda a cada minuto ao sabor do vento sem preocupar-se com questões mais profundas como discernimento espiritual ou amadurecimento social por exemplo.
As identidades contemporâneas podem e devem trazer-nos conforto, bem estar e saúde. Porém, mais do que isso, é preciso que essas identidades estejam a serviço de um todo que nos torne plenos não só como consumidores, mas como seres humanos espiritualizados e cientes de que nossa passagem na Terra será proveitosa do ponto de vista de uma cosmogonia do nosso universo interior. Paz e luz.

Mauricio Duarte