quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O pensamento elevado



Novo texto de minha autoria na Coluna do Divulga Escritor:


O pensamento elevado


Segundo Helena Petrovna Blavatsky, “a pessoa dotada da capacidade de pensar mesmo em assuntos triviais a partir do plano mental mais elevado, em virtude desse dom que possui, tem em sua própria imaginação, por assim dizer, o plástico poder de construir.” Ainda segundo a teósofa, essa pessoa tem intensidade no pensar e, por isso mesmo, seu pensamento tem o poder de criação.
Pensar é para poucos.  Disso temos quase certeza...  Porque a grande maioria da humanidade considera perda de tempo ou até um insulto pensar de forma diferente do que está acostumada a usar seus padrões cognitivos, que são isso mesmo para essa maior parte da população, padrões.  Não se considera nem mesmo pensar por si mesmo porque, afinal de contas, “o padrão já está feito, é só segui-lo.”
Mas o pensamento ao qual estamos abordando aqui vai além do simples acerto ou superioridade intelectual.  É o pensamento que se afina com o divino e nos eleva.  Nesse enlevo somos – e até podemos ultrapassar – a nobreza e alcançarmos a divindade que é nossa por direito.
A mente que sabe, sabe que Deus existe, porque se eu e você existimos, está claro que Ele também existe, porque nós somos deuses, nós fazemos parte de Deus.  Dessa forma, o pensamento que nos dá a exata medida do nosso pertencimento à natureza e ao cosmos é o mesmo que nos dá humildade e consciência de que não existe ponto matemático no universo que não tenha inteligência, desde uma pedra até um ser humano.
Tal consciência é a mesma porque em toda a sua amplitude nos leva ao desejo de paz a todos os seres, quaisquer que sejam, desde o reino mineral, animal e vegetal, passando pelos seres microscópicos e chegando até as nebulosas, constelações e quasares do espaço sideral. 
Que a alma faz parte de um todo inteligente, muitas escolas de mistérios do passado já haviam chegado a essa conclusão.  Agora, na atualidade, a física quântica começa a concordar com essa questão.  Estejamos com o pensamento afinado com essa verdade em todas as instâncias, graus e extensões.  Paz e luz.


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O poder



Novo texto de minha autoria na Coluna Divulga Escritor:


O poder


“O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.” Lord Acton ilustra bem o que ocorre com as elites políticas brasileiras e de outras tantas elites econômicas do nosso país também.  Essas últimas enriqueceram ao lado e em paralelo aos dirigentes e governantes atuais que subiram ao poder mais ou menos há 12 anos atrás e, com eles, todos os seus apoios (legais, mas não menos reprováveis e ilegais, sendo duplamente reprováveis) das eleições.
Inútil dizer que no nosso país a impunidade é moeda corrente desde sempre.  Mas uma coisa é certa: Os caciques da maldade se destruirão a si próprios.  E será talvez mais cedo do que prevemos.  Por que digo isso?  Porque corromper-se significa, literalmente, estragar-se, tornar-se podre, decompor-se.  E é natural que os que não prezam pela liberdade, pela democracia e pelas leis, estejam caminhando para um abismo fora da justiça, da moral e da legitimidade.
“A limitação é a mãe da criatividade.”  Essa é outra frase, cujo autor não conheço, mas que nós brasileiros aprendemos a colocar em prática há muito tempo.  Não será uma crise das elites que nos tirará essa força e esse ideal de criar nosso futuro como sempre fizemos, criativamente.  E estaremos, sem dúvida, dando nossa contribuição para uma nação que tenha esperança na ordem e no progresso.
Os políticos brasileiros perderam muito do seu prestígio, bem como aconteceu com muitos governantes em todo o mundo, ao longo dos últimos anos.  A crise moral é mundial.  O que não se pode deixar que aconteça é que esqueçamos o sentido de ser da democracia, que só se estabelece com o direito de todos, em todas as instâncias: desde a liberdade de crença e ideias (sendo que essas ideias e crenças não podem atentar contra esses princípios democráticos, coisa que talvez seja preciso rever) até a liberdade de ir e vir (sendo que essa liberdade não pode atentar contra a liberdade de outrem no curso de sua atuação).
Quando vemos que ideologias pautam-se por uma agenda açambarcante de projetos unilaterais como o Fórum de São Paulo, percebemos que o poder insuflou de arrogância e imperialismo (por mais contraditório que seja, já que muitos ali se julgam anti-imperialistas) o governo desses que querem sobrepor-se à Constituição e às leis.  O império a que me refiro diz respeito à tornar refém de uma ideologia, todos os cidadãos de um país ou de vários países como é de vontade desse grupo.  Refém porque tendo a nação rachado praticamente meio a meio na última eleição, esse grupo deseja lançar o país numa trajetória desconhecida por conta de recalques e preferências que estão fora do espectro de ação democráticos e da liberdade individual e coletiva.
O poder é útil e nos serve para fazermos e criarmos esse ideal que sempre está no horizonte, sempre a ser alcançado em perfeição.  Não permitamos que a força do poder desmantele-se e transforme-se em destruição e corrupção dos seus verdadeiros objetivos.  Estejamos em união com os ideais que nortearam nossas raízes culturais e nossas tradições de respeito à liberdade e à individualidade dos cidadãos. Paz e luz.



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O planeta tristeza



O planeta tristeza

Gravita na minha cabeça
um pequeno planeta, numa
órbita que dura sete anos
para cumprir sua trajetória...
Ou sete mil anos, afinal,
importa? Que importará?

O planeta tristeza vem,
vai, ao sabor das nebulosas...
Pulsa como quasares e
é poderoso com um
buraco negro; o planeta
é feito de matéria escura...

O planeta tristeza é,
a um só tempo, aliado
e algoz, por não deixar o
momento ser eterno não...
Nem deixar que esse momento
passe rápido demais não...

O planeta é tão rápido...
É como um cometa, tão
misterioso como os
anéis de Saturno, em grande
profusão como numa chuva
de asteroides no espaço...

O planeta tristeza não
tem nenhum medo de mim e
nem de minhas aspirações...
Para o planeta é, enfim,
indiferente se eu estou
nuvem ou se estou céu...

Gravita na minha cabeça
um pequeno planeta, numa
órbita que dura sete anos
para cumprir sua trajetória...
Ou sete mil anos, afinal,
importa? Que importará?

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Tilintar das horas




Tilintar das horas

Sabia que você,
minha amada não
era mais minha não...

Natural que fosse
em gradações que
nos afastássemos...

Quando, porém, vi
você com aquele
olhar, logo soube...

Tive a certeza:
nosso amor era
tão distante, morto...

O tilintar das
horas havia já
passado da marca...

A marca do que
deixara de ser;
agora passado...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Capítulo VIII . Escolástica

Capítulo VIII
Escolástica

Os doutores da igreja na Idade Média eram chamados escolásticos, tanto porque eles eram os homens instruídos dessa época, quanto porque eles tinham conexão com as escolas que foram estabelecidas por Charlemagne.  A filosofia encontrou um lar em Paris depois do seu destino em Atenas e Alexandria.  Erígena pode ser considerado tanto o pioneiro da Escolástica quanto o primeiro dos escolásticos.  M. Rosselot diz dele como sendo aquele que imaginava nas montanhas da Escócia ou nas areias do mar que cobrem as Hébrides, abraçando a si mesmo em toda a solitária Iona que tinha sido capaz de preservar a antiguidade filosófica da ignorância dos bárbaros; e, ao mesmo tempo, conciliando no seu seio o frutuoso germe do futuro.  Que Erígena fosse natural da Escócia é apenas uma conjectura, mas parece natural acreditar que um tão grande metafísico, pertencesse a tal raça metafísica.  As discussões dos escolásticos foram nada mais do que uma continuação das discussões dos filósofos, com a restrição das definições da igreja.  Dois séculos tinham se passado depois da morte de Erígena, antes das grandes controvérsias da Idade Média; mas há evidência que, nesses dois séculos, o cultivo da filosofia não foi negligenciado.  M. Cousin mostrou por uma passagem nos comentários de Raban Maur, que os escreveu no século IX, que a diferença entre nominalistas e realistas tinha já começado.  Idealismo, como doutrina de Platão, tinha sido mais ou menos a filosofia da igreja.  O maior e, como nós recordamos, o mais ortodoxo dos pais, Santo Agostinho foi um idealista, acreditando que as ideias eram realidades – o tipo original de coisas que existiam antes das coisas, elas mesmas.  O realismo escolástico era nada mais do que um outro nome para o idealismo, e, como tal, tinha sido absorvido de Platão.
Boethius, em sua introdução a Porfírio Isagoge, tinha dito: “A intenção de Porfírio em seu trabalho era facilitar o entendimento das categorias, tratando de cinco coisas ou nomes: gêneros, espécies, diferença, propriedade, acidente.”  Em outra passagem a questão foi posta a partir de universais, tais como o gênero e espécies, tendo uma existência externa ou como se eles existissem apenas como pensamentos: de novo, supondo que eles existam externamente, é, essa existência, material ou imaterial?  E ainda, eles existem a parte dos objetos percebidos pelos sentidos ou apenas dentro e com esses objetos?  Porfírio não entrou em nenhuma discussão especial dessas questões, isso ficou reservado aos seus comentadores.  Raban Maur diz que eles foram apenas nomes e que Boethius tinha mostrado no seu primeiro comentário nas categorias.


(Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt – 1884 . Capítulo VIII – Escolástica)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Devoção

Minha participação na Revista Varal do Brasil no. 39 com o poema Devoção na página 106: http://varaldobrasil.ch/revistas/varal-no-39/

Devoção

Corpo, mente e alma.
Sou todo devoção.

Eu giro como sufi,
medito como sannyasin,
oro como um crente
e ritualizo como mago.

Sou todos e um em
múltiplos espelhos que se
espalham em volta
do templo, mesquita, igreja.

Corpo, mente e alma.
Sou todo devoção.

Minha é tua vontade,
divindade suprema, cosmos
de intenção, bondade,
grande mestre do amor maior.

Minhas veias saltam
na tua triunfal chegada,
meu sangue ferve em
ardor de fiel consagrado.

Corpo, mente e alma.
Sou todo devoção.

Crio e recrio minha
realidade porque frente
aos problemas eu sou
sempre um vencedor contigo.

Todo do Tao que
se revela em palavra do
cristão e em verdade
Zen, simples e absoluta.

Corpo, mente e alma.
Sou todo devoção.

Especial é tua
sagrada força e com ela
possuo potência
e claridade totais.


Num sopro de teu poder
eu serei uno com essa
força vital e élan
maior de todo Universo.

Corpo, mente e alma.
Sou todo devoção.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)