domingo, 27 de novembro de 2016

Minha participação na FLAL - Primavera

Minha participação na FLAL - Primavera.
Coletânea Prêmio FLAL - Concurso de Contos e Poesias.




É A PRIMAVERA 

É a primavera,
Meu coração sorri.

É tempo de flores,
É tempo de flores,
Crisálidas de
Lagartas tornam-se
Borboletas e,
Em festa, voam.

É tempo de luz,
Os raios de sol
São mais vivos e
Brilhantes e o
Céu limpo, anil.

É tempo de graça,
Revigorar o
Espírito e
Trazer, mais uma vez,
Esperança, sim.

É a primavera,
Meu coração sorri.

00W43 // MAURÍCIO ANTONIO VELOSO DUARTE 4º LUGAR

Aqui embaixo você encontra o e-book com todos os poemas. O poema de minha autoria É a primavera está na página 90:
http://files.comunidades.net/mosqueteirasliterarias/COLETANEA_FLAL_PRIMAVERA.pdf

sábado, 26 de novembro de 2016

Refugiados ou pessoas que buscam o refúgio?



Refugiados ou pessoas que buscam o refúgio?

Esperado foi
como sempre foi
esperado, mas
ele veio?  Ele quem?

Não, nada há que
se esperar não,
não quando os tais
mortos refugiados,
refugiados mortos,
não chegam lá nunca.
Pessoas buscam o
refúgio da morte
na outra morte na
morte outra, doutra...

Esperado foi
como sempre foi
esperado, mas
ele veio? Ele quem?

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


O destino quis assim




O destino quis assim

O karma disse, segundo a cigana,
o dharma me fez caminhar,
mas o crepúsculo da tarde
não me trouxe esclarecimento...

São tristes essas papoulas
desabrochando fora da estação
e a religião, ópio daquele tempo,
afirmara: escolhe o caminho...

Caminho viciado de dor,
pelo qual passaram tantos.
Os filhos da luz e das trevas,
ambos em consonância...

É verdade que nada pode
desviar o manto da sombra
quando se abateu sobre alguém,
a menos que esse tal estivesse na luz...

Mas não há sombra sem luz
e é preciso muita iluminação
para formar sombras compactas
que, porém, nunca tiveram profundidade...

A moça sorriu para mim
e eu fiquei feliz, sem saber,
nem deixar de saber, mas certo
de que o destino quis assim...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Minha participação no 32o. Festival Poético do SESC - Cornélio Procópio - Paraná

Participei do 32o. Festival Poético do SESC - Cornélio Procópio - Paraná.



A quimera da guerra
Que destino, um dia,
O soldado tivera,
Enquanto podia, ria
E da própria miséria;
Despia-se, assim, numa
Só vez desta pilhéria,
Sendo tão torto, ruma
À sua mesma quimera?
Isso não sabe, mas
Os senhores da guerra
Sabem prosódia demais;
Nela a vida emperra,
E resta a mixórdia,
Um som que se aferra
À luta vexatória.
Quisera, acaso, a guerra?
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



Poder de guerra e paz
Quem seria aquele homem,
Sendo grande, diz: rumem!
E todos obedecem,
Pensando; “é o que merecem”?
Quando teve esse poder
De matar ou de morrer?
Quando pôde decidir,
Determinar, dirimir?
Nunca, é certo, sim,
Lá nunca veio de mim!
Nenhum desses augustos
E infinitos custos!
Teria paz minha mente,
Ao saber, normalmente,
Que se mata e morre
No momento que corre?
Não se pode nem mesmo
Por amainar, a esmo,
Essa violência nossa
Que todo dia remoça...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A fé e a poesia



A fé e a poesia

Estreito de fé
é a minha letra
de poeta destemido:
Ao mesmo tempo que
limita, amplia, porque
o curto, por assim ser, só pode
sê-lo, se algo nele suplanta
e alcança píncaros
ou grandes profundidades...

Externo de fé
é a minha palavra
de poeta destruído:
Ao mesmo tempo que
enfoca num determinado
modus operandi, também
descentraliza em busca
de novos horizontes,
veredas por descobrir...

Extremo de fé
é o meu verso
de poeta desmedido:
Ao mesmo tempo que
cria uma delimitação,
tornar-se agigantado,
não por seu valor, talvez, mas
por sua insistência;
continuar, continuar, sempre...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Pequena homenagem ao poeta António Aleixo de Portugal

Pequena homenagem ao poeta António Aleixo de Portugal:




"Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista,
ver as coisas mais além
do que alcança a nossa vista!"

António Aleixo


Glosa:

Ser artista é uma honra!
Crer no maravilhoso
do mundo, numa ronda,
alguém que é poderoso!


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Unificação e integridade do ser humano

Unificação e integridade do ser humano




                Por que a fragmentação é moeda corrente da nossa atualidade? Por que razão tendemos a seccionar – não só nosso conhecimento, o que pode ser útil até certo ponto – toda nossa vida em partes ou em partes de partes? Por que nossa agenda cheia não para de nos dar ordens e parece que temos a sensação de precisar agendar até a hora de ir no banheiro?
                O sentido desse problema é que não damos a devida atenção a exercícios espirituais – como a meditação e a oração – que nos possibilitariam a criação de uma consciência original. Como disse, essa consciência é original, sempre esteve conosco e, portanto, trata-se antes de reconhecimento do que de conhecimento.  Reconhecer-se é tarefa árdua e complexa.  Mas Deus nos deu uma ferramenta muito útil que, no entanto, pouco usamos: o outro.  Se nos reconhecêssemos no outro, saberíamos que a mesma fonte de luz que nos banha, banha o outro também.  E não é só isso, nossos semelhantes são nossos espelhos também, muitas vezes.  Quando estamos conectados com a graça divina, o Divino Espírito Santo, um sem número de vezes dizemos coisas que servem para aquela determinada pessoa, naquela determinada situação e naquele tempo determinado cuja sincronia é perfeita e também ouvimos das pessoas que encontramos coisas perfeitamente ajustadas à nossa pessoa, à nossa situação e ao nosso momento no tempo. 
Por vezes, tal sincronia ocorre mesmo quando não estamos em sintonia com o divino. A inteireza tão ansiada por quem já conhece o caminho espiritual pode ser ansiada – e efetivamente o é – por quem não conhece ou não pratica o caminho.  Qual a diferença?  A diferença é que quem está no caminho espiritual verdadeiro não só anseia, não apenas clama por essa inteireza unitiva eterna, porém o faz através de palavras, através de gestos e através de atitudes de paz.  A paz é a pedra de toque do homem de boa vontade.  Nada é feito pelo homem dessa natureza sem ter-se a paz como referência e, é claro, muito menos, fazer algo pela plenitude na vida sem estar utilizando aquela determinada palavra, ação ou atitude de paz, sem ter-se a paz como estímulo e dinâmica desde o começo, passando pelo meio, até o fim.
Em suma, uma existência de unidade pressupõe intuição mística, pressupõe ascese espiritual e pressupõe esforço em práticas sagradas.  Contudo, pressupõe, sobretudo, reconciliação, diálogo e perdão; em última análise, paz, compromisso com a paz.
Que saibamos fomentar a cultura da paz, conforme nos diz a própria igreja católica apostólica romana, que saibamos fomentar a cultura do bom relacionamento entre pessoas, nações, povos e religiões é de fundamental importância para alcançarmos a plenitude, a unificação e a integridade do ser humano em todos os aspectos, instâncias e níveis.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/unificacao-e-integridade-do-ser-humano-por-mauricio-duarte/

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Sol e lua



Sol e lua

Vinda abrupta do sol florescência 
No meu coração de poeta, me traz essa
Certeza: nada acaba a carência
De ti, que faz lua no meu céu estrelado... 

Esteio desse meu viver, amada minha,
Linda ao anoitecer e fulgurante ao
Amanhecer, és o norte da tal linha
Que sigo:  amor divino em profusão...

Luz da escuridão, brilho deste ocultamento,
Sempre em grande amplidão, refrigera tudo,
Mas sempre íntima, nunca em distanciamento.
O ar que eu respiro, sol e lua, a consciência...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

CANTOS AO NATAL

Adquira o livro CANTOS AO NATAL da Editora Literacidade.

Com minha participação em dois poemas e muitos outros poetas também.



Brochura lombada canoa
17,5 x 10 cm
24 páginas
Capa colorida
Miolo PB
Papel pólen 80 g/m2

Poemas de minha autoria no livro:
Divino Guia
Vida em Abundância

Apenas R$ 8,00 + correios

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Realidades do absurdo

Leia o novo livro de contos de minha autoria: Realidades do absurdo.



Realidades do absurdo traz os contos de lugares esquecidos pelo tempo e pelo espaço em ficções científicas em volta da mistura de tecno-ciência e magia. Tempos de nobreza e anarquia. Tempos de morte e necrofilia. Tempos de incompreensão e revoluções.
Realidades do absurdo traz também o inesperado e o insólito da nossa atualidade recheada de idas e vindas do real que poderia ser e não foi, mas que, mesmo assim, é real em alguma dimensão paralela.
Delicie-se com o incerto e o improvável em 10 contos do absurdo.

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5746716

domingo, 6 de novembro de 2016

Giordano Bruno

Giordano Bruno



Daqueles que ficaram conhecidos como panteístas, o mais célebre é Bruno, de quem podemos destacar como representante da escola italiana procedente de Averroes.  Foi dito anteriormente que a maioria dos hereges e averroistas pertenciam aos franciscanos, mas Bruno era um monge da Ordem de São Domingos.  Sua história é bem conhecida, tendo sido recordado como um dos mártires da filosofia e da liberdade de crença.  Com o ardor de um propagandista ele viajou através da Europa para disseminar suas doutrinas.  Roma e Genebra o expulsaram sendo considerado como um professor perigoso, mas a Inglaterra e a Alemanha protestante permitiram que ele disputasse em suas universidades.  Ele foi favorecido pela Rainha Elizabeth e sua corte, mas conforme as extravagâncias de sua doutrina tornaram-se mais conhecidas, ele foi compelido a deixar seu amparo hospitaleiro.  Em Florença, ele foi vítima da Inquisição.  Depois de um encarceramento de seis anos, ele expiou suas heresias na presença dos cardeais e dos mais ilustres teólogos de Roma.  Bruno estava totalmente ocupado com o que Erígena chamava de a mais alta especulação.  Em Oxford ele declarou-se como o professor de uma mais perfeita teologia e de uma sabedoria mais pura do que a que tivera sido ensinada ali.  Como Erígena ele experimentava harmonizar essa “mais perfeita teologia” com o ensino popular teológico.  “Eu defino”, ele diz, “a ideia de Deus, ao contrário do vulgar, mas não por essa razão, oposta ao vulgar.  É uma ideia apenas mais clara, mais desenvolvida.” Julgado meramente por sua teologia, Bruno foi intitulado como cristão, não menos do que Erígena, mas ele não era tão reverente.  O grande nascido de Erin nunca esqueceu que ele era um cristão bem como um filósofo, enquanto que o napolitano é simplesmente um especulador, ansiando aparentemente um pouco mais do que a reputação de ingenuidade e fazendo um acontecimento do seu ensino.
O princípio da sua filosofia é a infinitude do universo.  Um discípulo de Copérnico, ele negava a imobilidade da Terra e com isso também perecia todo o pensamento do universo tendo um centro ou uma circunferência.  O enunciado de Hermes Trimegistus às vezes concernente a Deus e, às vezes, concernente ao mundo, estava continuamente em seus lábios.  “O centro é aqui e a circunferência em nenhum lugar.” Bruno dizia isso de Deus, apenas porque era concernente ao universo.  O infinito é realizado em sua criação visível na imensidão do espaço celestial.  A natureza é nada mais do que uma sombra, um fantasma, o espelho no qual o infinito traz a imagem de si mesmo.  As bases de todas as coisas estão na mente, não na matéria.  A criação não apresenta meros traços ou pegadas da divindade, mas a divindade ela mesma em sua onipresença.
Nós somos compelidos a acreditar que Deus é.  Isso é uma verdade tão primeira, tão óbvia à razão e tão açambarcante na sua evidência, que não podemos escapar de percebê-la.  O universo visível é um efeito, ele deve ter uma causa.  Os mundos foram todos compostos e eles podem todos ser dissolvidos.  Como não podíamos dar a eles existência, deve haver um princípio primeiro do qual eles vieram.  Esse princípio dever ser infinito e ainda um.  Embora a razão possa nos impelir à conclusão de que há um Deus, isso não pode parar por aí.  Ela deve perguntar o que é Deus?  Quem é ele?  E como ele está relacionado com o infinito visível? Há aqui dois termos logicamente diferentes, a unidade primitiva e manifestada na natureza ou a criação visível.  No discurso popular eles são espírito puro e matéria, mas em sua essência, eles são apenas um.  O intervalo entre eles é mediado por um intermediário.  É a alma-mundo que é Deus e com a qual se resume como matéria.  Como uma voz que traz uma esfera onde ressoa sem se perder, desse modo, essa alma-mundo se torna uma essência da matéria sem cessar de ser Deus.  Essa é a busca de toda vida em geral no mundo manifesto em diferentes níveis de acordo com a hierarquia das criaturas, o maior ser formado na mente ou na alma.  Deus transcende o mundo. Contemplá-lo em seu caráter transcendental é o objeto da religião, mas encontrá-lo nas formas e existências do universo é a vocação da filosofia.  Lá ele é refletido em toda a sua perfeição, tanto que a contemplação do universo infinito é a necessidade da contemplação de Deus.
Para entender isso totalmente nós devemos inquirir na natureza, o princípio e a causa.  Um princípio é uma fundação intrínseca; uma razão eterna de uma coisa – a única busca da sua existência potencial.  Causa é a base exterior, a busca da existência atual e presente de um objeto. Por exemplo, matéria e forma estão unidas juntas no caminho de mutuamente sustentar uma à outra.  Causa, ao contrário, é exterior ao efeito e determina a realidade externa de um objeto.  O que é um instrumento para um trabalho ou o significado para um fim, a causa é para o efeito.  As causas são de três tipos, a eficiente, a formal e a final.  A causa eficiente do universo é o Ser que age sempre e em todo lugar, a inteligência universal, ou a faculdade principal da alma do mundo.  É o poder inconcebível que permeia e ilumina tudo, que guia a natureza na produção de todos os seus trabalhos.  O que é a faculdade de pensar no homem para a geração de ideias, é a alma mundo para os trabalhos da natureza.  É o que Pitágoras chamava do que move o mundo; Platão, o arquiteto do universo; o mago, a origem de todas as origens, o que por suas formas impregna e frutifica a matéria.  Orfeu chamou de o olho do mundo porque penetra em todas as coisas e porque sua harmonia e desenvoltura proporcionais são encontradas em todos os lugares.  Empédocles chamou de o discernente porque ele desenvolve o que é confuso e envolve no seio da matéria e da morte.  Para Plotino é o pai, o gerador, desde que ele distribui os germes e dispensa as formas com as quais o campo da natureza é total e pela qual é animada.  “Nós”, diz Bruno, “chamamos de o artista interior.”  Ele é aquele que dá forma à matéria, que expele a raiz e a grama, os troncos e os gomos; dos gomos, os galhos; dos galhos, os ramos.  Ele dispõe e acaba no tecido mole das folhas, as flores e o fruto.  De novo, voltamos aos sucos das frutas, as flores, e das folhas aos galhos, dos galhos, aos gomos e, dos gomos, às raízes.  O que o trabalhador do interior perfaz nas plantas, ele faz também nos animais.  Os trabalhos da natureza mais manifestos do que os nossos que são os trabalhos da inteligência.  Nós praticamos na superfície da natureza.  Nós podemos produzir qualquer trabalho ou invenção até onde a mente trabalha conosco.  Agora, para os nossos trabalhos, necessitamos de inteligência, o quanto mais de uma inteligência é necessário para os trabalhos vivos da natureza?
A alma-mundo é, de uma só vez, interior e exterior, razão, princípio e causa ao mesmo tempo.  Um piloto numa embarcação segue os movimentos da embarcação.  Ele é parte da massa que está em movimento; e, ainda, como ele é capaz de mudar o movimento, ele aparece como agente que age por si mesmo.  Desse modo, é com a alma-mundo.  Ela penetra e vivifica o universo.  Ela constitui a vida universal.  Ela aparece como uma parte; o interior e a parte formal do universo.  Mas ela determina todas as formas e organizações com suas relações mutantes, ela assume a hierarquia de uma causa.  Toda forma é o efeito de uma alma.  Ela é alma na sua expressão viva.  Não podemos conceber nada que não tenha forma.  A mente sozinha é o estado de formação.  Não há nada tão dos sentidos, nem tão vil que não contenha a mente.  A substância espiritual, a fim de se tornar uma planta ou um animal, precisa apenas de uma relação própria.  Não quer dizer, contudo, que seguir a alma seja a essência de todas as coisas, e que o pensamento vivo permeia tudo, que tudo é nada mais do que uma criatura viva.  Os produtos das nossas artes, por exemplo, não são formas vivas.  Uma mesa, até onde é uma mesa, é inanimada; mas desde que deriva de matéria da natureza, é em consequência composta de partes vivas.  Todas as coisas materiais tem forma nela, a qual é a essência que sustenta o pensamento que essas partes são elas mesmas sujeitas à mudança contínua.
A substância do que Bruno tem a dizer, embora tenha se estendido em muitos volumes, pode ser colocada em poucas palavras.  Ele conectara sua teologia com o sistema de Copérnico; mas consiste, em realidade, na ideia que nos é familiar hoje - de que a concepção do infinito é a concepção de Deus. Sua substância não é dupla, corpórea ou espiritual, mas em sua essência e raiz, simplesmente uma, tal que Deus é todas as coisas.  Multiplicidade e diferença são o resultado de combinações ou alterações, a substância sendo sempre a mesma.  Pitágoras é citado como conhecedor disso, tendo uma vez dito que não temia a morte, porque ela era apenas uma mudança.  Bruno é geralmente representado como o seguidor de Espinoza; mas não há nada em seus trabalhos que dê a ele esse título.  Uma colocação mais justa é vê-lo como um restaurador das doutrinas antigas que ele reproduz com vivacidade e, algumas vezes, com excentricidade, mas com pouca originalidade.  Ele apenas repete Aristóteles, como tem sido interpretado pelos averroistas.  Ele se opôs aos professados discípulos de Aristóteles em seu tempo; mas esses foram os discípulos de Aristóteles, “o lógico”, não do Aristóteles, “o metafísico.”


Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo IX . A Renascença italiana . Giordano Bruno 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A Renascença italiana



A Renascença italiana

Nós já vimos como Aristóteles concordava com Platão no transcendentalismo da sua teologia, embora ele alcançasse o transcendentalismo por um método inteiramente diferente. M. Rousselot diz que havia, na realidade, dois Aristóteles na Idade Média, Aristóteles, o lógico que muito estreitamente escapou de ser canonizado e, sem o qual, como um cardeal italiano, dissera, “A igreja teria querido alguns dos artigos de fé”.  O outro era o Aristóteles metafísico, proscrito e perseguido, o autor de toda heresia.
O conhecimento de Aristóteles veio aos escolásticos através de traduções latinas e por comentários de Averroes.  Que esses comentários não concordem com o texto é agora geralmente admitido, mas o que averroismo é, é uma questão tão ampla quanto o que é o aristotelismo.  Às vezes, é a muralha da heresia, e, noutras vezes, o refúgio dos defensores da fé.  Os escolásticos tardios, particularmente Alberto Magnus e Tomás Aquino, não conheciam maior inimigo da igreja do que Averroes.  Os pintores medievais deram-lhe um lugar no inferno com Mahommed e o Anticristo.  Dante é mais tolerante, tendo colocado o filósofo entre grandes homens, numa região de paz e melancólico repouso.  Seus trabalhos tinham sido traduzidos para o latim em cerca do final do século XII ou começo do século XIII e tiveram tantos defensores na Universidade de Paris que provocaram um exército de oponentes e fizeram vir abaixo a censura da igreja.  Num capítulo anterior nós classificamos tais hereges como Almaric de Bena, com os Irmãos e Irmãs do Espírito Livre, como discípulos de João Escoto Erígena.  Três séculos intervieram, todos os traços de genealogia foram perdidos, ainda que similarmente tanto em palavras quanto em sentimentos façam a classificação razoável. Havia, no entanto, em funcionamento, um elemento poderoso e vivo e não seria vã inquirição examinar o quão longe eles poderiam ter sido considerados as crianças de Averroes.  É certo que os maiores hereges da Idade Média foram espalhados a partir dos franciscanos.  Quase todos os grandes movimentos por reforma, por liberdade de expressão e pensamento, tiveram sua origem no seio dessa ordem.  Eles eram os pregadores do “Evangelho Eterno”, os grandes espíritos que mais se rebelaram contra a Corte de Roma, os profetas que, não sem uma ponta de entusiasmo, proclamavam a vinda de um reino espiritual.  Agora os líderes da escola franciscana favoreceram a filosofia de Averroes.  “Alexander de Hales” disse, M. Renan, “o fundador da escola franciscana, foi o primeiro dos escolásticos que aceitaram e propagaram a influência do filósofo árabe.  João de Rochelle, seu sucessor, seguiu a mesma tradição e adotou, por sua conta, quase toda a psicologia de Avicenna.  M. Haureau observara justamente que a maioria das proposições condenadas em Paris por Stephen Templier em 1277 pertenciam à escola franciscana e tinham sido tomadas emprestadas pelos maiores discípulos de Alexander de Hales, dos famosos Avicenna e Averroes.  No mesmo ano o dominicano Robert de Kilwardby, arcebispo de Cantebury no concílio que teve lugar em Oxford, o centro da escola franciscana, condenara proposições quase idênticas e dizia que a influência de Averroes não poderia ser ignorada.  Nós podemos acreditar que alguns dos filósofos contra os quais, William de Auvergue, Alberto e São Tomás expressaram-se contra com muita severidade, pertenciam à ordem de São Francisco.”
Mas a história do averroismo culmina na Universidade de Pádua.  Ele aparece lá, primeiro como um tipo de crença livre, abraçada principalmente por físicos e homens devotados aos estudos naturais.  Cair em desgraça pela igreja começou a ser positivo.  Isso provocou oposição em ambos os lados, tanto do lado da filosofia, quanto do lado da teologia ortodoxa.  O averroismo misturou sua influência com a renascença das letras e depois desapareceu como a estrela da manhã antes do Sol.  Platão voltou à baila e a escolástica se desvaneceu.  O cardeal Bembo celebrou em verso, o grande evento.  A manhã acaba e as sombras vão embora.
Quase todos os grandes homens da Universidade de Pádua e Florença no tempo da Renascença, foram chamados de averroistas; mas isso apenas num sentido muito amplo.  Eles todos exibiam, de algum modo, a influência da filosofia em seu contato com a nova direção que tinha sido dada às ciências físicas.  Eles eram todos também metafísicos ou naturalistas ou uma combinação dos dois.

Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo IX . A Renascença Italiana




Fiquei em 4o. lugar na FLAL 2016

Fiquei em 4o. lugar na FLAL 2016! Estou muito contente e honrado!


00W43 – CONCURSO PRÊMIO FLAL 2016
Mauricio Antonio Veloso Duarte
É a primavera
É a primavera,
meu coração sorri.
É tempo de flores,
crisálidas de
lagartas tornam-se
borboletas e,
em festa, voam.
É tempo de luz,
os raios de sol
são mais vivos e
brilhantes e o
céu limpo, anil.
É tempo de graça,
revigorar o
espírito e
trazer, mais uma vez,
esperança, sim.
É a primavera,
meu coração sorri.

Minha participação na Revista eisFluências

Minha participação na Revista eisFluências de outubro de 2016 .
A ARTE E O ARTISTA
Mauricio Duarte - Divyam Anuragi
A arte quer falar algo a partir de você,
diz a musa inspiradora ao artista.
Ludibriado pela vaidade,
o artista pensa que é ele que está fazendo arte
e esquece dos amigos, esquece da família,
esquece até da própria arte.
Só vê a si mesmo e ao seu grande talento.
Corrija-se a tempo artista.
Embriague-se de sentimento
e pense em Deus e na vida.
Quando a arte chama,
não se deve ignorá-la
Quando a arte chama,
o verdadeiro artista vem.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Niterói - Brasil

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Gaia somos nós, nós somos Gaia

Leia o novo texto da minha Coluna no Divulga Escritor: Gaia somos nós, nós somos Gaia.




Gaia somos nós, nós somos Gaia


O planeta somos nós, a natureza somos nós, o cosmos somos nós.  Fazemos parte dessa quantidade incomensurável de matéria orgânica e inorgânica que se espalha pelo universo conhecido e desconhecido, com formas de vida e de não-vida que nem mesmo ousamos sonhar.  Mas por que essa emoção, essa impressão, tão presente hoje em dia, de desconexão, de vazio existencial e de separação com o Todo?
Nossa cultura urbana e cosmopolita conseguiu muitas coisas, dentre elas, democratizar uma sensação de descompasso com a natureza e com a existência de um modo geral com especial eficiência.  As raízes que deveríamos cultivar são esquecidas em prol de uma vida vazia que se resume a qual o próximo bem de consumo irei comprar ou onde vou passar o próximo final de semana.  Esse fato demonstra o quanto um tipo de indústria cultural avançou tão fortemente no sentido de criar necessidades supérfluas que nos impedem de experimentar uma completude para que haja sempre o desejo de consumo.
Mas somos mais do que meros consumidores, somos mais do que meros joguetes da mídia e do sistema.  Quando essa sensação de que há algo além, de que há algo que está inacessível surge – e ela sempre surge – aparecem também os desvios de comportamento, aparecem as diversas formas de violência, aparecem, em última análise, as guerras e todo o aparato do status quo que alimenta esse processo se move novamente: a indústria bélica, os sistemas repressores, como a polícia, a penitenciária, o hospital psiquiátrico, entre outros.
Gaia, no entanto, é a nossa casa e, como um caramujo ou uma tartaruga, nós carregamos essa casa e ela é inseparável das nossas vidas. Compreender, profundamente, essa realidade é transformar-se.  Porque a célula primeira que deu origem a toda vida  no universo ainda pulsa no sangue que é bombeado pelos nossos corações.  Uma história da linhagem desde o primeiro ser vivo unicelular até o último bebê recém-nascido é perfeitamente possível.  E indo até ainda mais longe, até a “mineralidade” da matéria, carregada pelos átomos primeiros e chegando até a Fonte Maior.
Nesse ponto, o leitor pode imaginar que eu esteja, francamente, a favor de um panteísmo, tão valorizado pela cultura atual em termos filosóficos e, até, às vezes, espirituais, ou de um relativismo quântico tão em voga na física atual.  Embora eu não negue que tais concepções são válidas, num certo sentido, minha meta é outra.  Minha meta é fazer perceber que o espírito da terra está em nós e nós nele, é fazer perceber que cada vez que sentimos a natureza em nossos corpos – ela efetivamente está – criamos um campo com um novo futuro, com inenarráveis possibilidades positivas e com infinitas probabilidades positivas para nós mesmos e para a humanidade como um todo.
Experimentar completude é possível e necessário.  Da próxima vez que estiver na praia, observe o mar, as ondas do mar, sinta o vento no seu rosto, caminhe pela areia, mergulhe e faça seu corpo perceber que faz parte de tudo que é natural.
A qualidade corpórea de nossas existências é diretamente afetada pela sabedoria e pelo poder da terra que podemos sentir ou não.  Desse modo, estar próximo da natureza é uma necessidade e uma chave para a plenitude seja qual for a nossa crença, fé ou filosofia. Afinal, Gaia somos nós, nós somos Gaia.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/gaia-somos-nos-nos-somos-gaia-por-mauricio-duarte/