terça-feira, 30 de agosto de 2016

Arte-enlevo

Arte-enlevo

A arte pela arte como no axioma romântico é válido e pode ainda suscitar muito debate, discussão e, sobretudo, expressão artística muito relevante.  Proponho, no entanto, uma arte-enlevo, uma arte em que fosse transpassado o atributo de ser simplesmente arte da prática artística.
A arte-enlevo transpassaria a condição de arte, da peça de arte porque estaria em dinamicidade com a estética fenomenológica e representaria expressões artísticas onde se previsse o êxtase, o maravilhoso, o enlevo.  Logicamente, a reflexão, a crítica e o humor não deveriam ser relegados ao segundo plano.  Mas a arte-enlevo daria prioridade ao alçar pleno do ser humano em níveis espirituais, mentais, psíquicos e do imaginário coletivo.
A paixão pelo sagrado e pelo profano podem ser exploradas igualmente, adequadamente e proveitosamente pela arte, mas a arte-enlevo se propõe o elevar de mentes, consciências e espíritos tanto de quem a realiza quanto de quem a observa na pura crítica reflexiva, no puro deleite de sensações e em âmbitos de maior apreciação estética.

          

sábado, 20 de agosto de 2016

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O início e o fim



O início e o fim


Não existe fim nem começo na cosmogênese do universo.  Só há a continuidade eterna.  No ápice do início está, em semente, o germe do fim e no fundo do poço do final está guardada a pequenina luz de um novo amanhecer.
Tudo se move em ciclos cósmicos e são necessários vários ciclos cósmicos, verdadeiros milhões de kalpas, para que uma nova ronda de civilização tenha lugar em algum plano de existência.  A nossa civilização não é a primeira e nem será a última a florescer nessa realidade planetária.  Desse modo, podemos dizer, sob certo ponto de vista, que a evolução espiritual das nossas consciências é o nosso objetivo e que essa evolução não tem começo nem fim; é um devir que se quer eterno.  Grandes avatares, como Shakyamuni, o Buda, decidiram por esperar a evolução da humanidade inteira para só depois entrar no reino dos Céus.
Buracos negros, quasares, nebulosas, pulsares e supernovas demonstram o quanto é vasto e infinitamente perfeito o nosso universo.  Tal dança cósmica do eterno é uma prova de que não é possível a imobilidade.  Tudo está em constante mudança e o movimento é o único fator constante nessa alquimia universal; a própria mudança.  Por esse motivo, talvez, devêssemos lembrar que nossos problemas são, no máximo, preocupações passageiras e que nada, nada mesmo, irá continuar o mesmo para sempre.  Aliás, há um ditado que diz: “É preciso mudar muito para permanecer o mesmo.” Essa dicotomia da frase anterior corrobora com a nossa breve digressão sobre o início e o fim, haja vista que, é fato: as mudanças e os movimentos da nossa realidade natural levam a um estado geral de coisas harmônico e, embora multifacetada, multitudinária e pluridimensional, exibe em sua constante evolução uma dinâmica uma e sempre bela, boa e verdadeira.  Portanto, em suas grandes modificações, o universo permanece, num certo sentido, sempre no mesmo ritmo.  Quero dizer com isso que, saltos existem na natureza, mas a dinâmica geral, mesmo desses saltos, percorre uma trajetória já determinada, ainda que não sendo gradual.  Trocando em miúdos, tanto a iluminação pelo Yoga de Pantajali – gradual – quanto a iluminação pelo Tantra de Tilopa – em saltos – ocorrem e ambos obedecem a um ciclo natural de consciência ampliada.
Sendo assim, tenhamos pressa indo devagar e percorramos sinuosamente nosso caminho reto para sermos plenamente libertos de Maya.  O nosso lugar de direito no cosmos estará sempre nos aguardando, demore o tempo que demorar para nos lembrarmos dessa verdade.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/o-inicio-e-o-fim-por-mauricio-duarte/

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

rosa



rosa

rosa dos lentos,
traga-me os ventos
daquela mais
famosa flor...

rosa dos centos,
bem lamacentos
caminhos, poder,
desse dinheiro...

rosa dos tentos,
bola, rebentos,
nesse futebol,
de todo dia...

rosa dos tempos,
outros quinhentos,
em uma singular
passagem, enfim...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Gradações



Gradações
guache e nanquim s/ papel telado 240 g/m2
19 x 27,5 cm
2016
R$ 220,00
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Em cima do monte



Em cima do monte

Em cima do monte,
Bem encima mesmo,
Mora um velho muito
Velho que diz sempre:

“Por trás dessas coisas
Tem coisa e não há
Nada que não já
Tenha sido visto
Pelo olho do tempo.”

Em cima do monte,
Bem encima mesmo,
Mora um velho muito
Velho que diz sempre:

“Maior do que a vida
É a morte; veio antes
de toda essas vidas
e só restará
ela depois da vida.”

Em cima do monte,
Bem encima mesmo,
Mora um velho muito
Velho que diz sempre:

“A poética do
ir e vir é que
o menino, chamam
ele de amor, vem
sempre nos vislumbrar.”

Em cima do monte,
Bem encima mesmo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)




sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Multiplicidade do Ser maior

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18




Multiplicidade do Ser maior

Por mil sóis brilhando;
Nebulosas desse
Espaço sideral
Que nascem e morrem
Como nesse piscar
D´olhos do infinito...

Pulsares cheios de
Energia aos milhares;
Matéria escura
Permeando, universo
De grã-proporções
Em tudo e todos...

Quasares: fronteiras
Das galáxias que
Planam; profusão
De nuvens e mares,
Nossa Terra amada
No sistema solar...

Multitudinárias
Formas do Ser maior;
Grande variedade
Que nos faz, sim, pensar
Quão enorme é sua
Multiplicidade...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


sábado, 6 de agosto de 2016

Lançamento do livro VOZES QUE CALAM (poesia)

Na sexta-feira retrasada, dia 29 de julho foi lançado o livro VOZES QUE CALAM . poesia de minha autoria na FASG em São Gonçalo - RJ.  O livro faz parte da coleção Sementes Líricas da Editora Literacidade.


As fotos do evento:




Leitura de poemas do livro VOZES QUE CALAM de minha autoria, durante o lançamento do mesmo, hoje na FASG.


Livro da Silvia Savalla com minha dedicatória, hoje na FASG no lançamento do livro de poesia VOZES QUE CALAM de minha autoria.


Hoje na FASG no lançamento do livro de poesia VOZES QUE CALAM de minha autoria. Na foto, Silvia Savalla e eu.


Leitura do livro de poesia VOZES QUE CALAM, de minha autoria, durante o lançamento do mesmo, hoje na FASG. Na foto, Alysson Savalla e eu.


Hoje na FASG no lançamento do livro de poesia VOZES QUE CALAM de minha autoria. Na foto, Silvia Savalla e eu.


Leitura dos poemas do livro VOZES QUE CALAM de minha autoria no lançamento do mesmo, hoje na FASG.









segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Ideais elevados

Leia o novo texto da minha Coluna no Divulga Escritor . http://www.divulgaescritor.com/products/ideais-elevados-por-mauricio-duarte/



Ideais elevados


Moralistas inveterados – não qualquer moralista – ou pessoas muito heroicas – não qualquer herói – podem dizer que ideais, valores e anseios elevados são a base da justiça, da liberdade e até da própria vida.  Por outro lado, grandes filósofos – não qualquer filósofo – ou sábios iluminados – não qualquer sábio – podem dizer que um ideal tem a capacidade de tirar o presente da vivência, nos levando ao passado ou ao futuro e, portanto, é ruim por si só.
Na Idade Média o ideal do homem era Deus e Deus era a medida de todas as coisas.  Naquela época o feudalismo gerenciava vassalos e senhores feudais para extrair da sociedade vigente uma harmonia.  Mas veio, como não poderia deixar de vir, o novo e, com ele, a burguesia e os seus novos valores de liberdade e individualidade.  O liberalismo nasceu para dar legitimidade ao capital e fazer dele a pedra de toque de um novo mundo.  Nesse ínterim o homem passou a ser o modelo de todas as coisas e enriquecer não era mais visto como pecado ou com reprovação.
Ideais, valores e ideias transformam-se, mudam com o contexto histórico, com as relações da sociedade e com as circunstâncias geopolíticas.  É preciso ter mente que um ideal serve de base para metas e objetivos de alguém, mas até certo ponto.  Se esse ideal nos tolhe, tirando a nossa naturalidade e espontaneidade, é melhor que abandonemos esse horizonte por mais elevado que seja.  Porque nenhuma civilização por mais evoluída que tivesse sido – ao menos na história dita conhecida, salvo os habitantes da Atlântida e da Lemúria, por exemplo – tem como pressuposto uma evolução aos níveis de iluminação e consciência ampliada de avatar.  A multidão nunca reivindica seu papel divino – e às vezes nem o humano, que corresponde à cidadania plena – e sua evolução por direito.
Por esse mesmo motivo, um ideal sendo muito elevado, não pode deixar de ser deturpado em muitas perspectivas e de se tornar uma aberração em muitos sentidos quando é abraçado pela multidão.  A verdade é um fenômeno que só acontece aos indivíduos.  A massa nunca chega à verdade.
Não quero dizer com isso que seja errado seguir um ideal ou trazer um ideal na mente e no coração como suporte para transcendência.  Mas que esse ideal não molde uma estrutura rígida demais ou permissiva demais em nossa alma e em nossas ações, é fundamental.
Afinal, são os ideais que movem as forças produtivas de mudanças ao longo da história e são eles que nos possibilitam nos apoderarmos do nosso destino e nos fazermos seres humanos plenos.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/ideais-elevados-por-mauricio-duarte/