domingo, 30 de junho de 2019

1° Concurso de Contos da AGLAC



1° Concurso de Contos da AGLAC


tema livre . inscrição gratuita . âmbito nacional

Inscrições abertas do dia 01 de julho de 2019
até as 23:59 horas do dia 31 de julho de 2019

A AGLAC (Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências) orgulhosamente convoca todos os escritores, contistas e narradores para o Primeiro Concurso de Contos da AGLAC. Participe!

Inscrições realizadas através dos links abaixo:

segunda-feira, 24 de junho de 2019

LANÇAMENTO DE LIVRO E FESTA DE ANIVERSÁRIO: TUDO FOI SUCESSO!!!! Editora Canteiros de Maricá

Um encontro de acadêmicos da Academia de Ciências e Letras de Maricá (Maria Regina Moura e Patrícia Custódio) e da Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências (Maurício Antônio Veloso Duarte)
Crédito da foto: Janaina Leal



"Evento fantástico no Clube Central de Icarai, Niterói. Gostei muito de reencontrar as amigas Maria Regina Moura e Patrícia Custódio.Uma verdadeira alegria. E o lançamento do livro de Iliana Maria Calheiros Manhães ficou lindo. Um primor de memória para as poetas Margarida Maria e Áurea Maria. Abraço grande."
Artista, Escritor e Acadêmico Mauricio Antonio Veloso Duarte Anuragi

domingo, 16 de junho de 2019

A religião grega

Leia o novo texto da Coluna do Escritor e Acadêmico Mauricio Antonio Veloso Duarte Anuragi no Divulga Escritor: A Religião Grega.




A religião grega


“Para entender” diz Mr. Maurice, “a diferença entre a fé egípcia e a fé grega, não é necessário um estudo de grandes volumes em quantidade elevada ou visitar terras distantes – nosso próprio Museu britânico trará o contraste entre as duas em toda a sua força. Se passarmos da antecâmara das antigui-dades para a sala que contem as Elgin Marbles, nós sentiremos, ao menos uma vez, que estivemos noutro mundo. A opressão dos animais com expressões sedentas de sangue, a perplexi-dade que trazem os modelos grotescos, tinha passado; você agora está no meio das formas humanas, cada individualidade natural e em graça, ligadas e juntas em grupos harmoniosos, expressando a beleza animal perfeita, demonstra, ainda mais, o domínio da inteligência humana sobre os animais.” (Boyle Lectures, p.109).
Nenhum verdadeiro constraste poderia ter sido feito entre os deuses do Egito e os da Grécia. Os primeiros eram raramente humanos, os últimos, raramente, qualquer coisa menos que humanos. Ainda assim, aqui o contraste tem fim. Passamos, aparentemente, do indefinido para o definido, do infinito para o finito, mas é apenas aparência, é apenas no que concerne à forma externa das mitologias. No espírito interior, nós estamos rodeados pelo infinito mais uma vez. Os gregos podem estar aproveitando mais a natureza do que os egípcios, mas eles continuam reverenciando-a.
O grego pode sentir o domínio do homem sobre a natureza e estar cônscio que a liberdade da vida humana é maior do que o instinto bruto, mas o grego não está cônscio dessa realidade sem pensamentos do Infinito; o grego não está cônscio sem um profundo sentimento através do qual, há alguma coisa ou algum Ser superior e além de todos os pensamentos e todas as concepções – um Ser que é paga e imperfeitamente imaginado a partir daquelas divindades humanas que o grego criou e que ele cultua por sua sabedoria, seu poder e suas formas na beleza. Os gregos, bem como os egípcios, cultuavam a natureza. Os nomes das antigas divindades na Theogony são envidência o bastante para afirmar essa premissa. Kronos e Chaos, Erebus e Nyx com Gaea, Ether e Hermes, testificam a sua própria origem e significado. Um elemento da história, sem dúvida, tem seu lugar com as lendas dos deuses. Divindades misteriosas e estrangeiras podem ter sido introduzidas por outras nações, mas a evidência é preponderante em colocar que o culto grego foi essencialmente um culto da natureza.
Os céus, o oceano, o mundo não-visto tem cada um, um reino e, cada um, um rei divino ou regulador colocado sob o reino. Todas as montanhas, rios, lagos, árvores e florestas tem suas divindades que presidem. O espírito da poética não pode ir além disso. Uma colheita abundante foi o júbilo de Ceres. Quando o vinhoaparece, foi Bacchus que o revela. Quando as tempestades estão atingindo as embarcações, foi Netuno, na profundidade, agindo. Tormentas conscientes do doador do mal, foram as fúrias procurando vingança. Todas as virtudes e todos os vícios, todas vantagens, intelectuais e morais, tornam-se deuses. Guerra foi Marte e beleza foi Vênus; eloquência foi Mercúrio; prudência foi Minerva e Echo, nada mais do que um som reverberado pelo ar, por uma ninfa em lágrimas que chamou esse som de Narcissus.
Eles foram bonitos deuses humanos, mas eles pertecnciam, na sua existência, à imaginação grega, dando vida e forma aos poderes manifestos da natureza. Eles forma todos criados. Pindar sabia deles e falou deles quando disse:”Háum tipo que é ambos, deuses e homens e ambos respiram ar, da mesma mãe e a primavera vem da mesma fonte original.” Hesiod sabia deles quando colocou a história e a origem e mostrou como cada um foi produzido de cada qual.
Não são somos inatingíveis pelos traços do período de transição, quando a mente grega estava passando da reverência egípcia às formas grotescas para o culto das divindades humanizadas. Os primeiros deuses gregos foram monstros. As crianças, os filhos de Uranos e Gaea foram titãs e ciclopes e outros gigantes com centenas de cabeças. Até as divindades que depois foram as mais famosas do panteão foram originalmente de formas monstruosas. Pausanias menciona uma estátua de Júpiter que, além dos dois olhos, tinha um terceiro olho na testa. Nós lemos também a respeito de um Apolo com quatro mãos e as quatro cabeças de Silemes, como também as três mãos e as três cabeças de Hermes, relembrando-nos de estágios similares da mitologia hindu.
Mas os gregos foram monoteístas bem como politeístas. Eles cultuavam um deus, assim como, muitos. Sabemos disso, a partir da filosofia grega, também de São Paulo, que fundou o culto ateniense do “deus desconhecido”, como ele tinha se declarado a eles. Que eles fossem inconsistentes, São Paulo usou como degrau de escada para seu argumento de porque eles deveriam abandonar os ídolos em favor do Deus vivo.
Santo Agostinho adotou o mesmo argumento contra a filosofia dos pagãos. Na “Cidade de Deus” ele pergunta, “Se Júpiter é tudo, porque Juno também e porque outros deuses?” E de novo, ele diz, “Se Júpiter e Janus são ambos o Universo, eles tinham que ser não dois deuses, mas apenas um.” Que eles cultuassem o único Deus, que é diferente de todos os deuses, é manifestado até por sua mitologia. Homer fez de todos os seres, deuses, bem como homens, vieram do Oceano, exceto aquele que é preeminetemente Deus, que é diferente de deuses e homens. Hesíodo, também, dá a todos os seres, um começo exceto a Zeus. Sófocles, diz: “É verdade que há um só Deus, que fez céus e terras,” e Eurípedes endereça a Zeus como o próprio existente, como aquele que colocou tudo nos ombros, que é resplandescente como luz e aquele que, por causa da nossa visão fraca, é velado na escuridão. Pindar distingue entre os deuses criados e ele que é o mais poderoso de todos os deuses, o senhor de todos as coisas e o criador do Universo. Esse Deus que é como Brahma dos hindus, o desconhecido impessoal. Na mitologia é representado como a maior das divindades. Zeus margeia os maiores atributos. Zeus corresponde a Brahma e Ormuzd. Seu nome é o maior de todos. Ele é natural em sua infinitude. Esse é o caráter de Zeus nos versos órficos. Nos tempos que se seguiram, ele se tronou famoso como o rei dos deuses e homens, mas, primeiro, como um ser prodigioso, o primeiro e, ainda, todas as coisas, o pai e, sim, a mãe do mundo, porque Zeus não é nem masculino nem feminino, mas os dois gênereos em um. O Universo foi criado nele e, pela sua presença, ele constitue o peso dos céus, o fôlego da terra e das profundezas do mar. Ele é o oceano vasto, o profundo Tartarus, os rios, das fontes e outras coisas, o deus imortal e da bondade. O que quer que seja, é contido no seio de Zeus. Ele é o primeiro e o último, a cabeça e o meio de todas as coisas. Ele é o fôlego de todo ser, a força do fogo intangível, a onda do mar, o Sol, a lua e as estrelas, o rei do Universo; aquele poder e aquele deus que governa tudo; o grande corpo de Zeus é idêntico ao grande corpo da natureza. A antiguidade dos versos órficos pode ser argumentada, mas o que eles dizem de Zeus é igual ao que dizem outros poemas. Nos versos dos Cleanthes, os homens são chamados “a primavera de Zeus”. O Universo é dito como sendo emanado dele e por obedecer ao seu poder e vontade. Ele é imanente na criação, estando em todos os lugares. Céus, terra e oceanos presenteiam a ele seus olhos. Os versos de Aratus, com os quais São Paulo colocou quando se dirigia aos antenienses a respeito do “Deus desconhecido”, tem o mesmo significado, enquanto eles mostram Zeus como passou a ele que é onipotente e onipresente. “Vamos começar por Zeus.” O nome não deve nunca ser esquecido, pois há tudo como Zeus: todos os caminhos, lugares públicos, florestas, assim como todos os mares. Ele está presente em todos os lugares, tudo o que respira, não respira sem Zeus, por que nós somos a primavera de Zeus.
Nem Zeus é a única deidade universal. Comentadores alexandrinos, com alguma razão, utilizaram outras deidades, para quem foram descritos os maiores atributos dele que é infinito. Assim são Kronos e Minerva, Necessidade e Fortuna e até Vênus e seu filho Eros, de acorno com o que diz Zeno: “Deus é chamado de tantos nomes quantos são diferentes os poderes e as virtudes.” Nos Argonautas de Orfeu, Eros é representado produzindo Caos e Kronos também, num fragmento órfico preservado por Proclus, é representado como contemporâneo à noite antiga.
Na primeira sátira de Lucilius, um dos deuses diz: “Não há nenhum de nós que seja chamado Melhor de todos os deuses, como pai Netuno, Liber, Saturno, Pai Marte, Janus, Pai Quirinus.” Um desses chefes deuses era Apolo. Abaixo da imagem de deus jovem, a margear a luz e a adoração da criação, os gregos adoravam a majestade com que, Euripedes disse, foi velada a luz. Como o Sol revigora a terra dando saúde ao doente e força ao fraco, assim Apolo, o deus da medicina vem trazendo radiante luz. A terra comemora em suas raízes, a música das suas pradarias e o rejuvenescer das suas fontes à glória do rei do dia. Apolo é o deus da beleza, o emblema da sabedoria e o autor da harmonia. No seu templo em Delfos, estava inscrito a palavra Ei – “Em arte”, com a qual Plutarco leu o nome verdadeiro de Deus. Nós somos criaturas do dia colocados entre o nascimento e a morte: tão logo nós retamos a fonte como nossa existência, o ser não pertencerá a nós - “Deus sozinho é.” “Isso basta.” Plutarco diz, “e não apenas próprio, mas peculiar a Deus porque ele sozinho é ser, porque os mortais não tem participação no ser verdadeiro, porque o que começou e terminou e está continuamente mudando, não é nunca o mesmo, nem nunca está no mesmo estado.” A divindade, na qual o templo, em sua palavra está inscrita, foi chamada Apolo, que significa “não muitos”, porque Deus é um – sua natureza mais simples – sua essência não é decomponível.
O fenômeno físico misterioso foi, a partir da antigas mitologias, feito prolífico de lições morais e mentais. A história de Dionísio foi profundamente significante: ele não foi apenas o criador do mundo, mas o guardião, o liberador e o salvador. As brincadeiras em que ele se ocupava quando foi surpreendido pelos Titãs – o topo, a roda, a roca de fiar, as maçãs douradas hesperianas – foram preeminentemente cosmogonicas. Um emblema de classe similar é o espelho mágico com a face da natureza no qual, de acordo com noções platônicas, mas que existia provavelmente antes de Platão, o Criador colocou-se a si mesmo imperfeitamente refletido e a taça ou o seio do ser no qual a matéria tornou-se grávida da vida ou onde a deidade panteísta tornou-se misturada com o mundo. Dionísio, deus do manto com muitas cores é o resultado dessa manifestação personificada. Ele é o polinômio, o tudo em muitos, as variações do ano, a vida passando em inumeráveis formas. Mas de acordo com o dogma da antiguidade, as formas de vida são uma série de migrações purificadas a partir das quais o divino princípio reacende à unidade da sua busca. Inebriado com a taça de Dionísio e feito no espelho da existência, os espíritos, esses fragmentos e partículas da inteligência universal esquecem seus nascimentos e passam à formas terrestres que servem de invólucros. – Dionísio, o deus desse mundo, o lado da mudança da deidade.
O deus Pan ocupava, até mesmo no julgamento de Sócrates, o lugar do supremo Deus e isso, porque, seu nome, implica que ele é O Todo-Poderoso, a personificação de tudo o que é natureza no infinito. Pan é o lado natural das divindades gregas. Ele regula as árvores e as casas nos lugares desolados e solitários. Ele foi a natureza, como aparecia para os pastores e fazendeiros, na sua liberdade, grandeza e nos aspectos mais selvagens e não sem gentileza e sem prazer. Todo estudante de colegial sabia que ele era uma deidade alegre, tocando música com sua flauta pastoril de sete bocas com as nnfas graciosas dançando em suas vestes rústicas. Seu corpo era tosco como a terra luxuriante, mas sua face mostrava o concílio de Ammon. Como os céus são radiantes como a luz, assim também era o sorriso de Pan. Ele tinha chifres como o Sol e a lua, sua vestimenta de pele de leopardo era uma figura das várias belezas do mundo; mas ele não era todo bonito. Como a natureza vela alguns de seus segredos, ela também vela as deformidades de Pan. Nos versos órficos, ele é chamado o Todo do Universo – céu e mar, o regulador da terra, o fogo imortal; todos esses eram atributos de Pan.
O que foi dito dos deuses dos gregos pode, também, ser dito das divindades de Roma. Os romanos, também fizeram Deus e a natureza, um - finito do lado humano e infinito, no lado divino. Sua mitologia, como sua literatura, foi um eco fraco da dos gregos. Seus poetas e filósofos apenas repetiram o que já havia sido dito. O Júpiter deles é o grego Zeus; ele é primariamente os céus ou a porção do Universo visível que aparece para nós. Essa verdade é petrificada na linguagem romana. “Mau tempo.” é “mau Júpiter”; estar em ar aberto é estar “em Júpiter” e estar do lado de fora, no frio, é estar “no frígido Júpiter. “Por cima”, diz Ennius, “do céu claro, que todo homem invoca Júpiter,” E Cato diz: “ele está no céu, na terra e no oceano. Onde quer que se mova, onde quer que se vá, onde quer que se veja, está Júpiter.” Virgílio, numa imitação dos poetas gregos, disse: “Deixe-nos começar com Júpiter; todas as coisas estão cheias de Júpiter.” Em outro lugar, ele descreve: “deitado e inclinado, ele mostra”, como onipotente pai vindo do seio da sua adorável esposa. Os poderes da natureza personificados, isso é politeísmo grego. Natureza em sua infinitude, abarcando todo o conhecido do ser com o qual a mente é preeeminentemente manifesta; isso é monoteísmo grego.
A pesquisa da religião persa foi originalmente feita por Creuzer em Symbolik, Framjee´s, Parsees, Hyde´s Veterum Persareem Religionis Historia e Spiegel´s Translations of the Zenda Avesta. Alguns adendos foram feitos pela introdução de Dermesteter. Bunsen mantém firme a noção de que foi Bactia e não a Pérsia, a morada original de Zoroastro e sua doutrina. The Fargard, o primeiro livro do Zend Avesta, dá conta de que a imigração dos arianos para a Índia começou pela Bactria. Agora a língua da porção antiga do Zend Avesta é Ato Bactrian, o que encontra-se muito próximo do argumento de que ele deriva de uma comparação entre o Zoroastrismo e o Brahmanismo. O antigo culto védico foi um culto da natureza, mas o Zoroastrismo coloca um Deus supremo sobre a natureza. “Nós temos que assumir” diz Bunsen, “que o original Zoroastro fundou uma nova religião antes da imigração para a Índia como uma mera contraposição ao naturalismo novo Bactrian e que, arianos, os grandes consquistadores da expedição, foram a última cena do país Índia. O Agni, ou o culto do fogo, que é mencionado é parte dos Versos indianos, tem que ser considerado como uma remanescência da doutrina pré-zoroastriana.
Na religião egípcia, dentro dos antigas escritos mencionados, no texto, temos Plutarco, Macrobius, Prophyry, Apuleius,... nós temos Pritchard, Bunsen e The Egiptians Texts em Records of the Past, mais recentemente Hibbert Lectures de M. Renouf e artigos no Contemporary Review por Stuart Poòle (janeiro de 19 e maio de 1880). No mesmo Review, M. Demesteter contribuiu com um artigo com o assunto inteiro de Mitologia Indo-Européia (outubro de 1879). Chaeremon (de acordo com Porphyry) explicou a religião egípcia como que ignorando uma causa suprema; Eusebius seguiu essa interpretação, mostrando, novamente, o absurdo do paganismo. Após o que, esperando provar a ideia de uma inteligência espiritual como invenção dos tempos modernos e muito absurda para os homens da antiguidade. Iamblichus refutou Chaeremon. Essa interpretação da religião egípcia é do mesmo tipo que faz o budismo, ateu, o que transforma o ateísmo numa nação das maiores do mundo. Porphyry deu à racionalidade do culto do animal uma perspectiva panteísta. Ele diz que todas as criaturas vivas tem seus degraus de participação na essência divina e sob à semelhança de animais. O culto dos egípcios é nos poderes que os deuses tem revelado nas várias formas de criaturas vivas (De Abs. IV. 9) M. Renouf coloca hinos a Osíris e outros deuses que mostram características do culto egípcio. Osíris tem alguma relação com o grego Adonis e isso, quem sabe, conecta-o a Thammuz, na mitologia Phoenician.
“ Thammuz come next behind,
Whose annual wound in Lebanon allured
The Syrian clamsels to lament his fate,
In amorous ditties all summer´s day,
While smooth Adonis from his native rock
Ran purple to the sea, suffuse with blood
Of Thammuz yearly wounded: the love tale
Infected Sion´s daughters with like heat;
Whose wanton passions in the sacred porch
Ezekiel saw, when, by the vision led,
Of alienated Judah.”
Milton – Paraíso Perdido
Quando Patricius editou os trabalhos de Hermes Trimegistus no século dezesseis, as autoridades católicas obrigaram-no a adicionar Scholia, explanando que algumas coisas, como a doutrina da criação e a existência de deuses, não estão de acordo com a fé católica; mas a essência da teologia, tais como, de que Deus é intelecto, de que ele fez o mundo em imitação à palavra, de que talvez, Deus não tenha essência – o que leva a mente como um pai gera um filho; de que Deus é masculino e feminino e de que o homem é feito da vida e da luz, são para serem entendidos num senso ortodoxo – sano modo. Plutarco, citando Hecataeus, diz que os egípcios consideraram as divindades primitivas e o universo como idênticos e Eusebius, citando os Genica e os antigos livros hermaic, pergunta: “Você não foi informado por Genica que todos as almas individuais são emanações de um grande Alma?”
Anchises, no sexto livro da Eneida, explicando a Enéias, a lei da transmigração das almas, diz: “O espírito entre os céus nutrido e entre a terra e as águas a grosso modo iluminado pelas órbitas da lua e pelo brilho das estrelas e difuso entre as partes, uma mente atua na fábrica toda e mistura-se no grande corpo: portanto as raças do homem e do gado e as vidas dos pássaros e dos monstros, com o que o mar produz por cima do grosso modo. “Isso”, diz Bishop Warburton, “foi a doutrina dos antigos egípcios como nós aprendemos de Platão, que diz, “Eles ensinaram que Júpiter é o espírito que pervarde todas as coisas.” Ele acrescenta que os filósofos gregos corromperam esse princípio com o spinozismo com o qual nós temos um momento com o quarto Georgic -
“Alguns disseram que os besouros tem uma parte na mente divina e nos desígnios etéreos, porque Deus pervarde todos os lugares e trata do mar e dos céus. Portanto, nuvens, ovelhas, homens, toda a raça de bestas, cada nascimento deriva sua vida.” Isso pode passar da simples doutrina egípcia, sem supostamente uma corrupção (?) da influência da filosofia grega. A conta da religião grega é tomada de autores clássicos. “Os deuses da Grécia” diz Mr. Mackay, no seu Progresso do Intelecto, “são tão fixados e personificados em sua poesia que quase, são inteiramente concernidos a sua essencial generalidade de característica; mas em proporção, com as pesquisas asiáticas das ideias gregas, ou, de qualquer modo, extendendo nossa visão além dos limites do círculo épico, os deuses ou os seres humanos que os representam, tornaram-se mais complexos, multiformes e independentes até o último de todos os mistérios e contradições das genealogias no mistério do panteísmo.” As notas de Ludovico Vives em De Civitate Dei de Santo Agostinho são cheias de representação da mitologia grega em seus aspectos do culto da natureza.

Livre Tradução do escritor e artista visual Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity . John Hunt . 1884 . Religião Grega

Visite o site Panteísmo e Cristandade com todos os textos traduzidos: https://sites.google.com/site/pantheismandchristianity/home


Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/a-religiao-grega-por-mauricio-duarte/

sábado, 15 de junho de 2019

Certificado e Emblema da ACADEMIA DE ARTES CIÊNCIAS E LETRAS DO BRASIL



Certificado e Emblema da ACADEMIA DE ARTES CIÊNCIAS E LETRAS DO BRASIL conferidos a mim pelo Presidente Comendador Maestro Armando Caraaüra (Presidente) e pela Comendadora Francisca Castro (Vice-Presidente).



Aguardando




Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39

Aguardando

Aguardo a chuva subir
para as nuvens, ou a fé
deixar de crêr em Deus,
para que eu possa sair
e ver o pôr do sol
pintar tudo de coral...

Aguardo a lagarta ir
para o casulo, ou a luz
se transformar em sombra,
para que eu possa sair
e ver a nossa noite,
em cantoria abrilhantar...

Aguardo o mar se tornar
areia, ou o carvão, diamante,
para que eu possa sair
e ver a aurora clarear
a existência dos filhos
da nossa resistência...

Aguardo o monte erodir,
ou o céu cair sobre nós,
para que eu possa sair
e ver o nosso dia,
para mim, para ti,
para, sim, todos nós...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sábado, 1 de junho de 2019

A religião egípcia

Religião Egípcia - por Maurício Duarte



A religião egípcia


Os deuses de uma nação tomam suas características do clima do país e das condições e características das pessoas. Tão verdadeiro é isso, que onde deidades estrangeiras são adotadas, elas se tornam, naturalizadas e embora grandes sejam as afinidades entre os deuses de diferentes nações, toda nação tem suas peculiares deidades. Nós notamos, primeiro, a diferença, mas quando passamos pelas características exteriores para a realidade interior, nós encontramos, indo mais próximo, até descobrir o princípio no qual elas tem uma origem comum.
Todos os grandes sistemas de religião que prevaleceram no Ocidente, tiveram sua fundação na doutrina da emanação. Por um lado, elas são o culto de um ser infinitamente grande; por outro lado, o culto dos atributos desse ser como tem sido visto ou simbolizado na natureza. Elas são diferentes formas de consciência de Deus no homem e mesmo quando a forma é muito diferente em substância, elas são semelhantes.
O supremo deus dos persas repousa na luz; mas o supremo deus dos egípcios repensa na mais profunda escuridão. Há um sphinx na ponte do templo: ele fala uma adivinha, ele proclama um mistério. Dentro do templo há estátuas de homens jovens, que intimam, com eloquente discuro, que o nome de Deus é secreto, diretamente profano, não a eternidade divina. O deus incompreensível deve ser adorado em silêncio; nós não devemos falar dele a não ser com palavras de solene reverência. É permitido a nós, sentir a sua presença e saber da verdade da sua presença; mas o amuleto de Ísis, a voz da natureza, é sozinha, o discurso verdadeiro de deus. O que é ele? Ninguém pode dizer. Seu símbolo é um globo ou uma esfera, por isso, ele não tem começo nem fim. Sua duração é eterna, seu ser, infinito. Ele está presente em todas as coisas – seu centro é aqui; sua circunferência não está em nenhum lugar. Nós podemos chamá-lo Amon, mas isso apenas quer dizer que ele está escondido ou velado. Nós podemos chamá-lo por nenhum nome real, porque nenhum nome pode expressá-lo. “Chame-o por todos os nomes.” disse Hermes Trimegistus, “porque ele é um e todas as coisas; por necessidade, todas as coisas tem que ser chamadas pelo seu nome, ou pelo seu nome, todas as coisas.
Nós não podemos vê-lo, mas diz, Plutarco, “ele vê todas as coisas; ele mesmo não sendo visto.” Coisas materiais são as formas nas quais ele é a substância; a vestimenta com a qual ele se veste pela qual ele se manifesta como homem. O trabalhador da natureza, como a teia da aranha, é maravilhoso e por ela podemos ver que há uma inteligência em ação, velada também, embora tenha seus produtos visíveis. O trabalho manifesta o trabalhador.
Os escritos que beiram o nome de Hermes Trimegistus contem uma completa exposição da teologia egípcia. Nosso conhecimento de Hermes é , através, principalmente, dos neo-platonistas. Os livros que beiram seu nome possivelmente foram escritos no século IV d.C. e puderam ser recebidos como interpretação neo-platônica da teologia egípcia. Neles, a identidade de Deus e da natureza é distintamente ensinada. Entre as nações que são mais recentemente originadas no mundo, essa identidade sempre é assumida, não porque, quem sabe, eles conscientemente fazem de Deus e da natureza um, mas porque eles não aprenderam a separação entre a natureza e o poder que trabalha na natureza. Os antigos egípcios podem não ter sido filósofos mas Hermes Trimegistus conseguiu expôr a filosofia que delineava as suas crenças religiosas. O quanto ele leu sua filosofia nessa religião ou o quanto dela, ele achou lá, nós não podemos inquirir. Para a identidade de todas as coisas com Deus, ele deduziu o argumento favorito de que ela deve existir como ideias na mente divina. A realidade das coisas, ele diz, tem que ser eterna, porque dela não pode ser o que não foi anteriormente.
Deus não é matéria, ele é o poder que facilita a matéria. O mundo sensual é estritamente sua criação. Pela sua vontade, ele existe. Ele é o receptáculo de formas que favorece a vida. Toda criação é dele, por ele, mas também está nele.
As características panteístas desses escritos podem ser aprendidas de algumas palavras do livro oito: “Não há nada no mundo todo que deus não seja. Ele é ser e não-ser; ele é manifesto e ele é também o mais manifesto para todos. Ele é o que quer que seja contemplado pela mente ou é visível ao olho. Ele é incorpóreo e multi-corpóreo. Não há nada em nenhum corpo que ele não seja, porque ele é todas as coisas. Por isso, ele tem todos os nomes, porque ele é o pai e por isso, ele não tem nenhum nome porque ele é o pai de todas as coisas. Quem, pode, desse modo, falar positivamente dele ou das coisas dele? Por sobre, abaixo, entre, sem ele? Nem modo, nem lugar abarcam ele, nem nada abaixo dele existe. Todas as coisas estão nele, todas vem dele. Dele, tudo é dado e ele não recebe nada, porque dele estão todas as coisas e não há nada que não esteja nele. Quando, pai, devo eu, rezar a ele? Para que eu devo rezar a ele? Para as coisas que ele tem feito ou para as coisas que ele tem manifestado, ou para as coisas que ele manifestou? Mas porque eu rezaria a ele? Como se eu fosse eu mesmo, próprio de mim, ou como se eu fosse outro? Para aquela arte que eu sou, para aquela arte que eu faço, para aquela arte que eu digo; para aquela arte que é produzida e que não é produzida. Para a arte de uma mente inteligente e um pai eficiente, um deus em ação, bom, fazendo todas as coisas bem. O mais atenuador, parte da matéria, o ar; para o ar, o espírito; para o espírito, a mente; para a mente, deus.”
Essa ideia é repetida em todas as religiões ocidentais. É sentido que o mais alto ser, tem que, de algum modo, descender através de todas as esferas, círculos e formas da existência. Nenhuma ordem é concebível se deus não for concebido como uma condição que está em todo lugar, a mais condicional de todas as condições. Sua presença não é meramente passiva, é ativa. Nem é ele, meramente presença, é também uma conexão. O criador está de algum modo, unido ao seus trabalhos. Os hindus usavam a simples ilustração de uma aranha e sua teia ou uma tartaruga pondo para fora seus membros. Os persas fizeram de deus a luz da criação e da escuridão, uma necessidade como a sombra é para a luz: desse modo, luz e escuridão tem sido um e seriam, em última análise, um de novo. Às vezes, a criação foi chamada a vestimenta de deus, mas Hermes trocou a figura e fez de deus, a vestimenta de deus. “Ele engloba tudo em seu seio; ele cobre tudo com seu ser; ele traz para ele mesmo, tudo, como o universo inclui na sua existência, todo o mundo no qual ele foi produzido.”
Deus é o supremo mundo. A constituição da natureza não é, meramente, o trabalho de deus, mas deus é o componente – o poder pelo qual sua presença e ser constituem a natureza. Deus é todas as coisas, um e ainda todas as coisas – coisas que são, que manifestam ele e coisas que não são, porque seus ideais e padronagens estão nele. Ele não recebe coisas sem ele, mas manda dele para seu próprio ser. O mundo é a sua concepção, coisas visíveis são pensamentos incarnados. “É deus invisível?” diz Hermes; “diz proveitosamente dele, porque quem é mais manifestado do que ele? Por essa causa mesmo, ele fez todas as coisas, coisas que todas as coisas manifestam-se nele. Como a mente é vista em pensamento, assim deus é visto em ação.” Hermes evitou o materialismo, mas ele não estava, aparentemente, com receio de entrar em contradição. Ele sente que a verdade que concerne a deus deve ser uma contradição para o homem. No espírito dos sphinxes, entre os egípcios, seres grotescos e indefinidos – depois de mostrar como deus é o Senhor e o Criador de todas as coisas, sim e todas as coisas, ele conclui, “que todas as partes do ser de deus e o criador de tudo, ele, como ele foi, fez ele mesmo.”
As divindades dos egípcios são organizadas em três ordens. Essa é a divisão feita por Heródoto. A primeira ordem é de doze deuses; a segunda, oito e segundo Bunsen na terceira que é de sete. As únicas divindades que foram cultuadas pelos egípcios pertecem à terceira ordem, esses são Osíris e Ísis. Amon, o deus conciliador, foi, sem nenhum dúvida, cultuado em todos os lugares, é por ele todo culto que é ultimamente referido. Ele foi o supremo deus. Como o Um persa tornou-se Ormuzd ou Brahmă tornou-se Brahmā, desse modo, o deus conciliador do Egito começou a ser revelado. Mas existiram outros abaixo de Amon que colocam-se como o supremo deus.
Mas o chefe deles foi Amon que é colocado como o supremo deus. O chefe deles foi o deus cabeça-ram da Thebaid, o patrono das divindades no Egito. Ptah, o criador do mundo e senhor da verdade, com Neith, o deus da sabedoria, todos da primeira ordem, mas, principalmente, Osíris e Ísis são, tais como o seu filho, Hórus, da terceira ordem. Osíris e Ísis e os mais familiares dos deuses egípcios. Eles representam, sozinhos, ou juntos, o todo da natureza; esse ser cujo poder e presença é manifesto em todo lugar na natureza. Os egípcios tem muitas lendas de Osíris e Ísis do tempo de quando eles reinavam no Egito, da morte de Osíris pelo treachery de Typhon e das lamentações e pedidos de perdão por Ísis. O quanto da história há nisso, não podemos determinar. A interpretação mais aceita é a de que, a verdade repousa neles como se fossem personificações das operações da natureza. Osíris é a divindade desvelada, ele é, às vezes, Kneph ou Athor e Athor é, de novo, unido a Ísis como princípio oculto do universo, a sabedoria criativa da divindade. Ela tem um templo em Sais, no qual está escrito a famosa inscrição preservada por Plutarco: “Eu sou tudo o que é e será e nenhum mortal pode revelar meu véu.” Mas Osíris e Ísis poderiam apenas manifestar o ser superior como a extensão da natureza revela-o.
“Osíris e Ísis” diz o Dr. Prichard, “são o ser universal, o espírito da natureza correspondendo ao panteístico ou ao masculino-feminino Júpiter dos versos de Orfeu. Typhon representa o mal físico. A ele são atribuídos eclipses, tempestades e estações irregulares. Ele é o mar que traga o bom Nilo e produz a seca e a fome. Ele é o inimigo de Osíris e sua esposa Nephthys é a inimiga de Ísis.”
“Nephthys é representada pelo deserto e a inundação do Nilo é a divindade perdendo a virgindade (perdendo a virtude) na sua cama. Typhon é o vento do sul do deserto e a ele, todas as bestas ocultas são sagradas. Outra divindade é Hórus, o irmão de Osíris; ele mesmo é o Sol, o mundo e toda a natureza. Ele é, supostamente, idêntico a Harpócrates que é, ás vezes, chamado o filho de Ísis. Harpócrates é o deus do silêncio, o emblema da natureza no seu progresso silencioso. Quando os brotos abrem na primavera e o oferecimento queima silenciosamente sob a terra, então, Harpócrates nasce. Em toda primavera era comemorada o festival do seu nascimento. O jovem deus está morto, mas sua perpétua mãe viveu e reproduzi-o ao longo da mudança das estações. “Apuleius, um príncipe egípcio do terceiro centenário, representa Ísis, como é colocodado por ele, após ter sido iniciada nos mistérios egípcios, “Eu sou aquela que é a mãe natural de todas as coisas, dos mundos, a chefe dos divinos poderes, rainha do céu, a principal dos deuses celestiais, a luz da bondade, pela minha vontade, estão dispostos os planetas e o ar, o todo dos ventos do mar e os silêncios do mundo não-visto, minha divindade é adorada em todo o mundo, de diversos modos, com vários ritos e com vários nomes. Os Phygians me chamam de mãe dos deuses; os atenienses de Minerva; os cipriotas, Vênus, os candians, Diana, os sicilianos, Proserpina; alguns me chamam Ceres, Juno, Bellona, Hécate, os etíopes e os egípcios me chamam rainha Ísis.”
O que é dito de Ísis, é também, dito de Kneph. Os egípcios, de acordo com Porphyry, colocavam um autor intelectual do mundo pelo nome de Kneph.
Eles cultuaram ele numa estátua de forma humana, com uma compleição azul, trazendo em sua mão, um cinturão ou cetro, vestindo a sua cabeça, uma pluma real e tendo um ovo enfiado na sua boca. Analogamente, citando os livros hermaic, há um ensino muito próximo concenindo a Kneph, do mesmo modo. Esse deus é colocado como o regulador dos deuses celestiais. Aquele que é uma mente inteligente nele mesmo, absorvida em suas próprias contemplações. Anteriormente Kneph foi um ser sem partes, o primeiro poder oculto e, por Hermes chamado Eikton. Ele é cultuado apenas em silêncio. Após esses, estão os poderes que presidem a formação do mundo visível. A mente criativa que forma o universo é chamada Amon, Ptah ou Osíris, segundo a característica que ela pode assumir.
Há uma outra divindade que pode ser utilizada para falar de deus. É Hermes, a sabedoria de Amon, o professor da sabedoria entre os homens. Osíris foi o grande corpo da natureza; Hermes a incarnação do divino intelecto. Ele é chamado por outros nomes – Anúbis, “o dourado”, aquele que brilha no Sol, o líder das estrelas, o cachorro estrela. É também chamado Thoth, o pillar, porque o pillar é a base de toda sabedoria egípcia que foi preservada pelos sacerdotes. Hermes é discurso e sabedoria; ele é o descobridor da astronomia, o professor da ciência, o inventor das artes.
Entre os deuses, ele é proeminentemente o bom espírito, o doador dos presentes intelectuais e espirtituais. Osíris e Ísis são os bons rei e rainha, Hermes é o princípio sábio. Como Sírius é a parte mais alta do firmamento que olha pelos planetas e protege e toma conta de todas as criaturas. O mundo inteiro da natureza é revelado antes dele, sua mente sábia regula o mundo. Ele é físico, advogado, juiz. Ele ensina a imortalidade. Ele guia os espíritos em seus anseios. Partilhando a sabedoria, ele faz os homens um em si mesmo – os príncipes mais sábios tornam-se Hermes. Se toda a natureza é a exterioridade de Deus, a exibição dos sensos do invisível Amon, isso tem que ser tudo divino e, se divino, porque não seria cultuado? Como, também, pode o “Deus velado”, mas por seus trabalhos que declaram sua sabedoria e seu poder? Então, quem sabe, os egípcios razoavelmente ou antes, mais possivelmente, sem razão concluíram e consagraram o mundo visível como objeto de culto.
Os persas, com seu céu claro e radiante, viram deus na luz. Os árabes, com seus pensamentos vindos direto dos céus de estrelas, viram deus nas estrelas. Os egípcios, também, viram deus tanto no dia luminoso, como nas estrelas, mas muito mais naquela fertilidade abundante que vem da onde conhecemos como a cheia do Nilo, sem a qual o Egito teria sido um deserto. O quanto foi, além de todas as coisas, sagrado o rio Nilo!
O quão estava conectado, ele mesmo, à vida e através da religião de todo egípcio! O rio Nilo foi o pai do país, dele dependia a força do Faraó. Mas o Nilo é apenas um objeto inanimado. Todas as coisas vieram da areia e da água originalmente criada pela Escuridão Desconhecida. Dela cresceu o lótus com o qual, o Nilo abunda. Mas o Nilo tem maiores desenvolvimentos de existências do que areia e água, maiores formas de vida do que o vegetal lótus: o Nilo tem bestas inumeráveis, as verdadeiras crianças do pai Nilo, criados no seu seio e, abundamente nutridas por ele. Elas muito terríveis, elas são mais fortes do que os homens e aparentemente mais espertos. Elas são o genii do bondoso e belo rio, os deuses das ondas, porque elas não seriam cultuadas, apenas porque são terríveis?
Mas o Egito é, peculiarmente, uma terra de bestas. O Egito é prolífico em vida animal: o leão vem do deserto, o íbis consegue seu alimento nas bordas do rio, o crocodilo se aquece entre as investidas. Os egípcios veem todas as formas da vida bruta em todos os lugares como abundante. Elas são guiadas por uma sabedoria que está além da sabedoria humana; há uma regularidade nos seus movimentos que são igualados apenas pela regularidade do fluxo de trabalho da natureza.
Como o frutuoso Nilo seca e dá a cheia, como o verão, inverno, primavera e outono vão e vem, pela mesma lei, os brutos vivem. Eles tem parte com a mesma ordem. A respeito disso, o homem em alguns aspectos, é supreior à essas criaturas. (…) Sem seus cuidados e desapontamentos, eles levam uma vida prazeirosa. A lei da natureza abarca seu domínio neles, eles são determinados por uma sabedoria superior (…) Eles vivem a vida universal e, como os egípcios poderiam dizer, a vida mais alta. Eles são inconscientemente um com o ser do universo. Quão natural é, para os egípcios, cultuar a criação é, para os egípcios, cultuar a criação bruta: para ver a sabedoria que os guia, perceba o maior reflexo que essa sabedoria manifesta em toda natureza.
O culto de animais é usualmente a mais baixa forma de idolatria e marca o mais baixo grau de civilização, mas no Egito prevaleceu entre as pessoas famosas na antiguidade da civilização e do aprendizado, tendo suas raízes na filosofia do ser.
O seguinte modelo descritivo panteísta de Serapis foi dado por um oráculo de deus: “Minha divindade tem que ser descrita pelas seguintes palavras: O horizonte do céu é minha cabeça, o mar é meu sino, a terra são meus pés, meus ouvidos são as regiões etéreas e meu olho é o Sol resplandecente que brilha lá longe.
Nós temos que distinguir entre o culto dos animais e o culto dos deuses, foi um modo de cultuá-los. Essas divindades foram, em primeiro lugar, cultuadas na forma de bestas, até Hermes tem uma cabeça de cachorro, por causa da conexão dele com o cachorro estrela. Kneph é uma boa divindade e, apesar disso, é representado como uma serpente peçonhenta. Osíris tem o falcão como seu símbolo e sua imagem foi usualmente formada com a cabeça do falcão. O pássaro falcão foi simbólico da alma. O crocodilo foi sagrado para o mais alto deus. Plutarco assegura como a causa disso, que o crocodilo é o único animal vivo na água que tem seus olhos cobertos com uma membrana transparente cobrindo todos os seus olhos, de modo a ver e não ser visto, cujo atributo é o do supremo deus, “ver todas as coisas, sendo ele mesmo, não visto.” Plutarco diz em outro lugar, “Não havendo uma razão plausível para cultuar deus simbolicamente nele, crocodilo, poderia ser dito: o crocodilo é o único animal sem um granhido, pelo Logos, pela razão, o crocodilo não permanece no discurso, entra no caminho do silêncio da justiça no mundo sem barulhos, certamente governado e dispensa todas as vaidades humanas.” Horus Apollo, no hieróglifo diz que o conhecimento dos egípcios repousa num ser superior cujo governo do mundo, representado por ele, simbolicamente por uma serpente e eles também “pintavam uma grande casa”, palácio cercando a sua circunferência, porque o mundo é o palácio real da divindade e de novo ele diz: que a serpente como ela é, mordendo o próprio rabo, firmemente representa que todas as coisas produzem o mundo pela divina providência e são resolvidas nela de novo.” “A serpente” diz Philo Byblius, citando texto de Sanchoniathon, “foi dignificado pelo egípcio Hermes, porque é imortal e resolvida nela mesma.” Ás vezes, o símbolo da divindade foi uma serpente com cabeça de falcão e, às vezes, uma falcão sozinho. No templo de Sais, há uma hieróglifo que consiste de um homem idoso, um homem jovem e um falcão, tendo o significado, diz Plutarco: “ambos, o começo e o final da vida humana dependem de deus.” Não devemos supor que as multitudes do Egito que pagam suas devoções às sagradas bestas tenham qualquer consciência que concebendo essa atividade, eles estavam cultuando o um e o todo da natureza. Eles viam deus na natureza e, embora cultuando todas as partes da natureza como partes do divino, continuavam cultuando as bestas. “A alma de deus, o mundo, o homem primal foram um – Na rocha esculpida, na figura e em canções. Eles cultuavam ele que foi ambos e tudo. O deus semelhante a eles, foi um do tipo humano. (...)”

Livre Tradução do escritor e artista visual Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity . John Hunt . 1884 . Religião Egípcia

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Ouro


Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



Ouro

Rocha de alma, que ilumina o caminho
do mestre oleiro; busca ouro moldando
a luz, em todos os seus feixes, barro:
concreto e inefável, ao mesmo tempo...

Pedra de espírito, que mescla aquelas
insanidades de todos, de tudo;
cuja sombra translúcida se esgueira:
lívida e bem vivaz, ao mesmo tempo...

Mineral de aura, que extrapola os tais
criadores de minas preciosas a 
trazer prisma modulando enfim, assim:
dúvidas e fatos, ao mesmo tempo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)