sábado, 30 de dezembro de 2017

Resoluções de ano novo



*

Resoluções de ano novo

Em ultimato de ano novo, resolvi:
Estarei fora de todas as convenções,
estarei fora de todos os arranjos,
estarei fora dos acertos,
estarei fora dos planejamentos.
E sim, estarei fora
de todas as metas.

Meu ano novo será o que tiver que ser
e será tão bem resolvido
que ao fim, não terei
que dizer que tudo o que foi pensado
foi cumprido.
Mas tudo o que veio,
foi bem recebido.

.

__________Swami Divyam Anuragi 
Mauricio Antonio Veloso Duarte (Divyam Anuragi)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Minha participação na Antologia CEN do Natal 2017


Minha participação na Antologia CEN do Natal 2017.
MAURICIO ANTONIO VELOSO DUARTE
São Gonçalo (RJ) - Brasil



DIA DE NATAL
Dia especial,
dia de Natal,
Como dizem,
hoje é bom
renovar nossas
esperanças na vida
porque a face
do destino nos sorri
a todos, já que Deus
misericordioso
olha por seus filhos.
Dia especial,
dia de Natal.
Como dizem,
hoje é bom
interceder pelos
necessitados,
porque são eles
os verdadeiros
herdeiros da vinda
de Jesus Cristo
nesta nossa Terra.
Dia especial,
dia de Natal.
Como dizem,
hoje é bom
fazer o nosso
coração bater
mais forte pelo
irmão e pelo
próximo, já que
o sino do amor
também bate forte.
Dia especial,
dia de Natal.
Mauricio Duarte - natural de Niterói, RJ. Escritor, poeta, artista plástico e ilustrador, Mauricio é formado em Desenho Industrial – Programação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ. Teve poemas premiados relativos ao 2o. Lugar no 12o. Prêmio Nacional de Poesia - Cidade Ipatinga no âmbito do 14o. Circuito de Literatura do Clube de Escritores de Ipatinga. 2015. Foi selecionado para publicação na coleção Sementes Líricas com o livro de bolso Vozes que calam. poesia em Concurso da Editora Literacidade. Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni. Também recentemente passou a integrar a AGLAC (Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências) na cadeira 56 com o Patrono João Batista de Mattos.

Feliz Ano Novo



Que 2018 traga as bençãos e as realizações de um tempo que necessita mais do que nunca de se repensar, de se renovar e de se recriar de forma divina. Certo de que as Santas Hierarquias estão a nosso favor, nos despedimos do ano que passou. Na Profunda Paz de Cristo. Feliz Ano Novo!!!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Espiritualidade-enlevo . E chegamos a 100 curtidas.




Espiritualidade-enlevo

E chegamos a 100 curtidas. Agradeço a todos os amigos e amigas que estão em uníssono nessa vibração de energia para que as Santas Hierarquias irradiem sua luz por todo o planeta Terra e o Universo. Um grande abraço a todo(a)s. Que nosso objetivo seja a paz e a luz.

https://www.facebook.com/espiritualidadeenlevo/

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

No que demos?



No que demos?


Deste preceito,
dei eu liberdade.

Deste sentido,
dei eu outro caminho.

Deste uma vida,
dei eu esse grande amor

Deste começo,
dei eu este tal fim...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

domingo, 10 de dezembro de 2017

Sensibilidade



Sensibilidade

Pode a força bruta sobrepujar a sensibilidade?  A sensação que temos, às vezes, é que ela sempre o faz.  Mas não é verdade.  A sensibilidade sempre está acima da força bruta, a não ser quando não é usada, mas aí não é mais do território do sensível, é do território da ignorância. E ignorância e força bruta se equivalem.  Tanto um quanto outro são passíveis de se entenderem em algum ponto. A sensibilidade, ao contrário, só vai se entender com a justiça.


Mauricio Duarte (Swami Divyam Anuragi)

sábado, 9 de dezembro de 2017

Participação especial na Revista Divulga Escritor no. 31 . A arte de comunicar e a necessidade de referências

Leia o novo texto de minha autoria como participação especial na Revista Divulga Escritor no. 31 .

https://issuu.com/smc5/docs/31_divulga_escritor_revista_liter__/114



A arte de comunicar e a necessidade de referências

Comunicar é o que mais se faz hoje em dia. Nunca tantos estiveram tão conectados a outros tantos como atualmente.  A facilidade da comunicação hodierna rompeu todas as barreiras geográficas, econômicas, sociais e políticas.  Até certo ponto estas frases anteriores podem ser verdadeiras...  Mas na realidade a comunicação digital, online, ligada à computação e todas as outras mídias relacionadas não trouxeram para todos o entendimento que poderia ter sido alcançado. Nem a globalização, nem as mudanças no comportamento ou qualquer outra novidade trouxeram este entendimento tão ansiosamente esperado.
Comunicar é o que menos se faz.  Ou o que se faz raramente.  Porque fazer circular conhecimentos e inovações tem que ser realizado de forma proveitosa.  O que não é o caso.  O conhecimento e as inovações são divulgadas, mas sem inteligência, sem critério e... sem proveito.  A conexão de todos com todos é reduzida a grupelhos de interesses – pessoais e/ou coletivos – que atomizam a atuação ou a compreensão de todos. O resultado é que “a praça” está morrendo, se é que já não morreu.  A “praça pública”, o jornal – compartilhado – a revista – digital ou impressa – o rádio, a TV, todos os veículos de comunicação são segmentados em n grupos a escolha do usuário hoje em dia. Se isto é bom por um lado, por outro é desastroso.  É raro o conhecimento compartilhado que existia há algum tempo atrás.  Fecham-se todos em seus próprios interesses... As barreiras geográficas, econômicas, sociais e políticas nunca se tornaram tão fortes quanto nesses tempos de terrorismo, muros de Donald Trump e violência generalizada.  Eu poderia enumerar outros argumentos, mas acredito que não é necessário.  O leitor pode entender perfeitamente onde eu quero chegar.
Tudo está perdido? Não, longe disso.  Mas é preciso entender que quantidade não é qualidade, que informação não é conhecimento e que as pausas – ou silêncios – fazem parte da comunicação verdadeira.  Preencher todos os espaços de informação – o capitalismo é mestre nisso – não é garantia de que esta informação irá ser entendida, compreendida e quem dirá, aceita e/ou utilizada, transformada.  Para que se tenha uma reflexão crítica do que se quer comunicar – e que essa reflexão seja recebida, decodificada e modificada de acordo com cada pensamento – faz-se mister que haja uma referência, um ponto de referência cultural, social, econômico e/ou político, cuja consideração não esteja limitada à toda relativização, todo o tempo, como se faz atualmente em todas as esferas.  Para mim, essa referência é Deus, a espiritualidade ou o sagrado.  Cada um deve encontrar sua própria referência... Afinal, a comunicação se dá por comparação ou contraste. Nesse sentido, saber o seu lugar no universo depende sobretudo de referências. 
Portanto, é importante tornar claro que as mídias digitais – e outras novidades tecnológicas – estão aí para nos ajudar e nos tornar mais livres; bem como as mudanças sociais, na maior parte do tempo – ou assim deveria ser – porém não é o que vem acontecendo. Mudar essa sina de subutilização da comunicação é compreender profundamente que nossa humanidade, nosso lado humano deve ser lembrado sempre e que comunicar é uma arte.  Que tenhamos a comunicação adequada implementada em nossos veículos midiáticos e outros, com sabedoria e oportuno proveito para todos.  Paz e luz.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Idealismo moderno . Descartes

Capítulo XII
Idealismo moderno

Uma história do panteísmo seria, em sua maior parte, uma história do idealismo.  Não é sem razão, contudo, que nós usamos o termo filosofia idealística especialmente a esse capítulo, pois aqui nós encontramos essas doutrinas concernentes a Deus e à criação que temos tão generalizadamente prevalente no mundo, relegadas inteiramente à margem da filosofia, suportadas por razão vigorosa e com um esforço feito de absoluta demonstração da sua verdade.  E tudo isto é realizado no único nível com o qual poderia ter sido feito, o do puro idealismo.

Descartes



O fundador da filosofia ideal foi René Descartes, um nobre homem francês. Ela floresceu cerca do começo do século dezessete, e foi distinguido no tempo da sua vida como um matemático, metafísico, filósofo natural e um soldado.  Embora um idealista, em filosofia ele não foi um visionário, mas um homem experiente de olhar aberto para o mundo que sabia muito bem que

“Toda teoria é cinza,
Mas verde é a dourada árvore da vida.”

A despeito de ter sido capaz de destrinchar a filosofia da confusão na qual ela tinha caído, ele resolveu utilizar do fenômeno mental para o mesmo princípio com que Bacon tinha aplicado à física, a do exame, da observação e da experiência.  Mas antes que ele pudesse ter feito isto, teve que colocar de lado a autoridade de dois grandes poderes, o de Aristóteles e o da igreja. A influência do primeiro já tinha quase passado.  Uma nova vida no século dezesseis tinha surgido do fim da escravidão do que poderíamos chamar de aristotelismo.  Alguns teólogos é que ainda defendiam a autoridade de Aristóteles, mas encontraram sua morte de sangue antes do aparecimento de Descartes.  Como ele se portou em relação à igreja não é tão facilmente determinado.  Ele abertamente professava a fé católica e declarava seu objeto a ser descoberto dos graus em razão com os quais ele poderia defender e elevar as doutrinas que havia recebido da autoridade da igreja. Essa complacência a respeito da igreja é, para alguns, reservada a apenas um método educado de manter clara sua posição aos doutores e eclesiásticos e à Inquisição; mas católicos modernos levam Descartes a sério e o colocam representando um filósofo cujo grande objeto de estudo de refutar em graus protestantes, é, em princípios da razão, uma heresia da Reforma.
Aristóteles e a igreja sendo colocados de lado, a primeira inquirição foi posta em nível de certeza.  Alguma coisa existe? Não é prova de que alguma coisa exista só porque alguém disse que existe.  Nem são os sentidos suficientes para testificar a existência de alguma coisa, porque isto pode ser um engano.  Bem como com as nossas razões, mesmo as matemáticas podem ser reais, porque talvez a mente humana pode não receber a verdade.  Isto não nos deixa nada, senão a dúvida.  Nós devemos pôr tudo em incerteza; e ainda que não pudesse ser, para o qual nós pomos, deve ser a existência real.  Ele que duvida de todas as coisas; ele que inquire depois da verdade, deve ser verdade ele mesmo.  Então raciocionou Descartes, eu duvido, e deve haver um sujeito duvidando; eu penso, logo existo, ou mais acuradamente, eu penso, que é o equivalente a dizer, eu sou o “pensador em algo”.
A claridade dessa ideia de auto existência evidencia a verdade, e dela, Descartes projetou o princípio de que o que quer que a mente perceba claramente e distinga é verdade.  Agora nós temos uma clara e distinta ideia de um Ser Infinito, eterno, onipotente e onipresente. Há um Ser – cuja existência necessariamente está contida nessa ideia.  Se fosse possível para esse Ser não ser, essa própria possibilidade não seria uma imperfeição, e não poderia, no entanto, perceber ao que é perfeito.  Nada a não ser o Ser perfeito poderia nos dar a ideia de perfeição infinita, e desde que nós vivemos, ter a ideia dele em nós, o Ser que pôs em nós a si próprio.  Nós somos o imperfeito. Nós somos o finito.  Nós somos o causado.  Há um que é complemento do nosso ser, o infinito da nossa finitude, a perfeição da nossa imperfeição; uma mente que nos dá o que não vem de nós mesmos. Descartes eliminou da ideia do divino Ser tudo o que implicava imperfeição.  Ele estava cuidadoso em distinguir entre Deus e sua criação.  Ele deixou o finito parado contra o Infinito – a criatura absolutamente distinta em substância e essência do Criador.  Ele não deu o passo que aniquilaria o um para fazer lugar para o outro e, ainda, sugeriu isto.  Inconscientemente, e até, a despeito de si mesmo, ele é tomado de conclusões com as quais conflita, e com as quais recusa a ir adiante.  “Quando eu venho considerar as visões particulares de Descartes,” diz M. Saisset, “sobre a perfeição de Deus e as relações do Criador com o mundo e com o homem; quando eu desejo ligar seus pensamentos e seguir à frente suas consequências, eu acho que elas não formam um todo homogêneo, eu acredito que posso detectar o conflito dos pensamentos e tendências contrárias”.  Descartes conseguiu seguir na esteira de Parmênides, mas como Platão e Santo Anselmo, recusou avançar.  Ele preferiu uma teologia não logicamente consistente a um teologia dos eleáticos. 
Há pois dois pontos de início do conhecimento.  Num deles começamos com a matéria e assumimos a realidade do mundo visível, nós vamos às provas das outras existências, mas nesse caminho nós não podemos nunca demonstrar a existência da mente por si mesma; ou nós começamos com a mente e, assumindo-a como primeira existência certa, nós vamos às provas das outras, mas nesse caminho nós nunca legitimamente chegamos às provas da existência da matéria em si mesma.  A existência da mente era, para Descartes, uma existência indubitável.  Eu penso é uma consciência presente e a existência de uma infinita mente foi uma conclusão fora da lei do fato da existência de uma mente finita; mas desde que os sentidos forma desacreditados, como Descartes poderá provar a existência da matéria? Apenas por meio da mente.  Nós não temos conhecimento pelo corpóreo, mas pelo mental; que nós temos um corpo não é em si mesmo evidente verdade, mas que nós temos uma mente é.  Ainda Descartes queria ter um mundo externo, e como ele não podia provar sua existência, ele pegou emprestado como verdade oq eu outros homens colocaram.  Como ele tomou a existência da mente independentemente da do corpo, porque não poderia o corpo existir independentemente da mente?  Até no princípio de clarear ideias nós temos algum conhecimento da matéria, pelo qual pensamos que a substância é diferente da qual o sujeito é imediatamente de uma extensão e de acidentes de extensão, tais como uma figura, um lugar, um movimento.
Descartes estava satisfeito de ter provado a existência de Deus, da mente e da matéria.  O primeiro é a substância não criada, o si mesmo existente e eterno; as outra duas eram substâncias criadas cuja existência é derivada de Deus.  Suas criações não eram ato necessariamente da Divindade; suas existências de nenhum modo vieram necessariamente da existência de Deus, mas no exercício do seu livre arbítrio, ele as criou.  A mente é alguma coisa que pensa, e a matéria é alguma coisa que é sua extensão.   Deus também pensa.  Ele é incorpóreo, ainda nós não damos a ele o atributo de coisa estendida, tão logo esse atributo possa ser separado de qualquer ideia de imperfeição.  O ser pré eminentemente extenso, um atributo da matéria, a transferência disso à Divindade em qualquer forma parece trair uma conjectura colocada na mente de Descartes de que algumas últimas conexões entre o espiritual e o material existam.  Ele negou isto, ele tinha pensado contra essa conclusão pelo seu método, mas apesar desse seu protesto, a tendência se manifestava a cada passo que ele dava.  O atributo da matéria foi transferido a Deus, e agora, conscientemente, mas com nenhum pensamento de resultado, o atributo de Deus é transferido ao mundo material.  Descartes contemplava o universo, e era inundado com pensamentos de infinidade e eternidade.  Não é o universo infinito?  Ele é, ao menos, indefinível, mas essa palavra é reservada apenas para a Divindade.  O universo é infinito.  Não pode haver dúvida de sua imensidão.  Extensão ilimitada é uma dos nossos inevitáveis pensamentos.
Isso inflige a nossa ideia de infinito, que se não há nada como ele.  Mas se o universo é infinito, porque não eterno?  Se é ilimitado em espaço, porque limitado em tempo?  Descartes tomou lugar na origem do universo no livre arbítrio de Deus, que foi compelido a dar um começo; mas a questão era urgente; porque ele deveria ter um começo?  Se é necessário constituir espaço infinito, porque não é necessário também constituir tempo infinito?  A necessidade de um começo tira da existência o passado da eternidade; mas nós podemos, sem perigo, pensar que Descartes permitiu que a eternidade viesse.  Nós colocamos um Ser Infinito e um universo infinito.  Em algum ponto ou outro esses dois infinitos devem ser apenas um.  A criação é também um trabalho, mas diferente de um trabalho do ser humano, ela não pode existir sem uma contínua presença do trabalhador.  Isso requer dessa existência uma contínua repetição do ato do Criador.  Deus não tem distância do seu universo.  Ele está imanando dentro dele; o executor de todas as leis, o doador de todos os trabalhos e até o presente agenciador que age e está acima de todo infinito.


Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt . 1884 . Capítulo XII . Idealismo moderno . Descartes

Visite meu site para ler outras traduções do mesmo livro: Panteísmo e Cristandade .  https://sites.google.com/site/pantheismandchristianity/

sábado, 2 de dezembro de 2017

Entusiasmo


Entusiasmo


O ânimo ou o entusiasmo vêm em horas inadequadas? O “tesão”, o excitamento sexual ocorre quando não era para ocorrer?  Prova de saúde, de boa saúde e de vitalidade... Muitos não têm a motivação nem nas horas certas... De qualquer modo, seja o entusiasmo para o trabalho, o estudo ou o apetite sexual que não andam bem, é correto dizer que sem o ânimo não é possível realizar as atividades.
A alimentação é ponto fundamental para alcançar uma nutrição adequada e que permita equilibrar a consciência com vontade de realizar sempre.  De acordo com a ayurveda, as pessoas podem se dividir em 3 naturezas psicofísicas; variando com relação à preponderância desses três humores biológicos: Vata, Pitta, Kapha.  Existem três tipos combinados: Vata-Kapha, Pitta-Kapha ou Vata-Pitta.  Cada tipo possui um conjunto de constituição física e, por conseguinte, sentem-se à vontade com determinados tipos de alimentos.  Um tipo Vata,ar, por exemplo, tem um tipo de predisposição que é diferente do tipo Pitta, fogo e que, por sua vez, é diferente da do tipo Kapha, água.  O gosto doce compõe-se dos elementos da terra e da água, o gosto amargo compõe-se dos elementos ar e éter, o gosto picante compõe-se dos elementos fogo e ar, o gosto salgado compõe-se dos elementos da água e do fogo, o gosto ácido compõe-se da terra e do fogo e o gosto adstringente compõe-se de terra e ar.  Tais paladares coadunam-se com regimes alimentares. Regimes alimentares sáttvicos (vida saudável), regimes alimentares rajásicos (vida perturbada) e tamásicos (vida entorpecida).
Sabemos que nem metade da população dispõe de tempo ou recursos financeiros para projetar sua alimentação de forma qualitativa e como prevenção de doenças, como promotor de saúde ao longo prazo.  Seja qual for a possiblidade de cada um para viver um cotidiano saudável, conhecer a si mesmo é, sempre foi e sempre será um dado fundamental para entender toda a extensão do nosso ser: mente, corpo, alma e espírito.
Harmonizar a psique e levar um dia-a-dia com calma e serenidade é uma grande meta, porque o autoconhecimento é uma essencial forma de encontrar motivação, vontade ou ânimo de viver bem e com qualidade sempre.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Swami Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/entusiasmo-por-mauricio-duarte/

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Comenda de 2017 da AVL

Recebi a Comenda de 2017 da AVL (Academia Virtual de Letras). Minha Cadeira é a de número 18 e que tem como Patrono, o escritor Paulo Coelho.


terça-feira, 28 de novembro de 2017

XIX Antologia Poética de Diversos Autores VOZES DO AÇO

Minha participação na XIX Antologia Poética de Diversos Autores VOZES DO AÇO . Homenagem ao Acadêmico Geraldo Carneiro




Gratidão pela vida
Pedras n´água do rio
são como falsos desvios;
trazem alguns caminhos,
mas não impedem, assim,
o fluxo do tal rio...
Também esses que perdem
gratidão pela vida;
trazem deles caminhos,
mas não impedem, assim,
o fluxo maior da vida...
Mauricio Duarte


Movimento cósmico
Universos colidem... e se amalgamam
em grandes e inúmeras galáxias... rodopiam,
rodeadas por imensos quasares... energia
em suas fronteiras de luz que nunca terminam...
Mundos se formam... se desformam, num átimo.
Tudo que era, deixa de ser... também tudo
que não era passa a ser... num balanço de grande
monta que não para, sem começo nem fim...
Mauricio Duarte



A Antologia possui:
104 páginas
Miolo PB Offset 75 g/m2
15 x 21 cm
Capa 21 x 30 cm
Capa colorida papel couché fosco 300 g/m2
Editora Poeart
2017
Preço: 28,00 + FRETE

Quem quiser adquirir um exemplar, entre em contato comigo e eu enviarei o livro com uma dedicatória especial. Tenho poucos exemplares. Não deixe para depois.

domingo, 26 de novembro de 2017

Pesquisa

Pesquisa 
pastel seco s/ papel
21 x 29,7 cm 
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Pesquisa 2

Pesquisa 2 
pastel seco s/ papel
21 x 29,7 cm 
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Pesquisa 3

Pesquisa 3
pastel seco s/ papel
21 x 29,7 cm 
2017 
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Pesquisa 4

Pesquisa 4
pastel seco s/ papel
21 x 29,7 cm
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Transcendência

Transcendência



A potencialidade infinita é nosso real Ser, nossa alma, nosso Eu Superior.  A alma de cada pessoa não é uma coisa. Ao contrário, é pura potencialidade.  E além disto, sua alma não pertence a você mais do que pertence a todos.  A alma é universal.  É o ponto que toca Deus.  É através da alma que se rasga o véu da matéria e se descobre o divino.
Viver a possibilidade o tempo todo é o que indivíduos da aristocracia ou do high society fazem.  E eles o fazem porque podem, mas não só por isto.  Eles o fazem porque têm a firme decisão de viver amplamente as possibilidades infinitas de suas existências.  Gurus, místicos e iluminados também o fazem por ter esta decisão.  Apenas o foco – religioso ou material – muda.  Em essência, a decisão é a mesma.A corrupçãoé, a um só tempo, a degeneração e a eliminação dessa decisão.  Quando o corrompido ou o corruptor se vendem ou compram alguém, tomam a decisão de fechar todas as portas da legalidade e escolhem abrir todas as portas da criminalidade.  A alma cria, tanto para o bem, quanto para o mal.
A alma, sendo a fonte da consciência – e de todas as coisas – nos mostra que somos co-criadores do universo, do cosmos, da realidade, junto com Deus.  Isto é tão verdadeiro que a partir do pensamento de que nossas existências são extensões do universo total, podemos inferir – ou concluir, dependendo da disposição do nosso ser – que se algo estivesse ocorrido minimamente diferente do que ocorreu no passado, não existiríamos como nos conhecemos hoje. “O passado não pode estar errado.” A frase pode parecer reacionária, direitista ou até fascista, especialmente em países como o nosso Brasil, onde vivemos uma ditadura, num período de tempo não tão longínquo, mas expressa uma verdade.  Só somos o que somos agora porque o passado foi o que foi e o passado só foi o que foi, porque somos o que somos agora. É interdependente. Portanto, nunca pode estar errado.  O filme “De Volta para o Futuro”, trilogia de Robert Zemeckis, expressa este conteúdo de forma brilhante, apesar de aparentemente expressar o contrário. Quando BiffTannen torna-se o cidadão número 1 dos EUA, ao fazer uso de um presente do seu eu do futuro, parece que tudo está errado no presente, 1985.  E quando o cientista Doc Brown e MartyMcFly chegam nesse desvio espaço-tempo, Doc Brown explica ao jovem que não podem ir para o futuro para consertar isto e impedir que o eu do futuro de Biff faça o que fez a partir daquela linha temporal.  Porque tudo que vem dali, “dará errado irremediavelmente” (o passado não pode estar errado).  Eles precisam voltar ao passado e encaminhar o presente para “a linha temporal correta”, impedindo que o Biff do passado receba o presente do seu eu do futuro.
Mas passado e futuro são abstrações.  Só o que existe mesmo é o presente.  E o nosso presente é realmente difícil.  O mundo de hoje é um caos – e muitos dirão que é o próprio inferno – mas reconhecer que somos parte desse caos e que somos senhores desse caos, é tarefa do homem e da mulher transcendentes.  Compreender que a fragmentação contemporânea é ilusória.  O ser inteiro, pleno é o que é real.
Arrebatamento, noite escura da alma, nirvana, consciência cósmica, insight, todas essas designações guardam uma relação intrínseca com a experiência de transcender.  E tenhamos fé ou não num Deus que nos guia, é preciso entender que nada no universo é por acaso, e perceber que há um maestro regendo a sinfonia cósmica. Que sejamos capazes de nos sintonizar com esse grande Mestre do fluxo de energia do Todo é condição fundamental para a transcendência.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (DivyamAnuragi)

Referências:
As 7 leis espirituais dos Super-Heróis . Deepak Chopra – com Gotham Chopra . Editora Lafonte . Tradução: Alexandre Martins . São Paulo . 2012



Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/transcedencia-por-mauricio-duarte/

sábado, 25 de novembro de 2017

Arte-enlevo . A conspiração da consciência



Arte-enlevo
A conspiração da consciência

Preâmbulo

O que é arte-enlevo? E de que se trata a conspiração da consciência? Temas amplos, de envergadura enorme.  Se limito a amplitude deste preâmbulo é por pura vontade de apegar-me à investigação científica em docência do ensino superior.  Minha inclinação intelectual, no entanto, é sempre a de romper barreiras e limites e açambarcar realidades a partir de generalizações.  Sempre fui desse modo ao tratar de algum objeto de estudo.  Sempre vi o todo e depois as partes.  Para um desenhista, isto é bom, até certo ponto, mas o resultado é que, no começo da minha carreira, meus trabalhos artísticos, às vezes, careciam de acabamento.  Os detalhes... “O diabo mora nos detalhes”, já disseram...
Mas enfim, é preciso começar do começo para usar mais um clichê.  Porque arte-enlevo? A arte já não é tudo que pode ser sendo apenas arte?  O utilitarismo em arte já não tinha sido abandonado definitivamente após toda a revolução tecnológica da fotografia, cinema, vídeo, entre outros aparatos? A resposta, a meu ver, é sim e não.  A arte ainda não é tudo o que pode ser, mas alcançou níveis de independência, originalidade, poder estético e de articulação e influência na atualidade nunca antes vista; a despeito de muita gente torcer o nariz para a arte contemporânea sem nem entender... Não sem motivo, dirão outros...  E porque digo que a arte não é tudo o que pode ser? Não é pelo mesmo motivo que é o que é. A aparente ou factual inutilidade da arte agrega um valor subjetivo infinito a uma peça de arte que pode se desprender das amarras do objeto tecnológico – design mediado pela técnica – ou das amarras ideológicas – design ou anti-design mediado pelo social – e passar a representar uma inumerável carga de significados a partir do significante projetado, criado, composto justamente para este fim.  No entanto, esta pretensa liberdade – ou factual liberdade – é tanto seu maior valor quanto seu calcanhar, seu tendão de Aquiles. Sabedores dessa questão, muitos artistas ao longo de todas as eras, criaram e cultivaram a arte visionária e a arte objetiva – ligadas à experiências metafísicas ou espirituais com uso ou não de psicoativos – cuja intenção primordial seria a expansão da consciência.  “Recentemente”, veio se somar aos tipos de arte existentes, a arte bruta e a arte naif – ligadas a execução de peças por artistas com problemas mentais ou por artistas que não tiveram formação artística acadêmica – o que alargou o espectro de definição das artes, bem como fez a grande contribuição da arte terapia, que se liga a propostas terapêuticas a partir da arte.  Mas me parece que há uma lacuna, nesse sentido, que escapa aos olhos do homem contemporâneo.   A expansão da consciência da humanidade como um todo, não pode se dar sem que ocorra a modificação de mentalidade, de pensamento, de atitude em um número considerável de pessoas que representariam uma massa crítica, cuja evolução carregaria todo o resto para esse nível avançado automaticamente, como um fluxo de instantaneidade.  A arte é individual, cada um a vê de um modo todo peculiar, próprio, seu.  Isto é verdade, mas é só parte da verdade.  O grande conjunto dos clássicos de obras artísticas – literárias, escultóricas, pictóricas, animadas, quadrinhográficas, cinemáticas, videográficas e outras – só é reconhecida como tal porque são compartilhadas.  Por este único motivo? Não. Eu diria que este é 50% do motivo. O imaginário coletivo elegeu um cânone, esse cânone seja erudito, cult, mid-cult, pop, é afastado, repelido ou usado e endossado por artistas, de acordo com suas conveniências e objetivos.  Objetivos... A arte pode não ser utilitária, mas possui objetivos.  Que objetivos tem a arte? Fazer pensar, discutir, questionar. Emocionar, afetar sentimentalmente.  Empolgar, suscitar valores, clarificar pensamentos ou simplesmente trazer um deleitar estético à baila.

Não se trata de dizer que a arte pela arte não existe ou não é válida. A fruição da arte envolve vários níveis. Dentre estes níveis, o espiritual, o enlevo espiritual.  Trata-se de dizer que ocorre algo maior que o atributo de ser prática artística da arte em certas peças de arte. Esse algo a mais é objeto de estudo aqui.  Desse modo, a arte-enlevo é um gênero de arte que fica no meio do caminho entre a arte visionária, a arte objetiva e arte terapia, basicamente, nas seguintes formas de contato:



ARTE-ENLEVO

A arte-enlevo propõe uma arte em que se transpasse o atributo de ser simplesmente arte da prática artística.  A arte-enlevo transpassaria a condição de arte porque estaria em dinamicidade com expressões artísticas no êxtase, no enlevo.  Propõe o elevar de mentes, consciências e espíritos tanto na pura crítica reflexiva, quanto no puro deleite de sensações e em âmbitos de maior apreciação estética plena.

Arte-enlevo, arte egóica e arte da neutralidade

Como havia diferenciação entre a serpente boa e a serpente má entre povos da Antiguidade, particularmente no Egito Antigo, entre boa e má arte, é lógico, há uma grande diferença.  Entre o Agathodaemon e o Kakodaemon, a serpente boa e a serpente má, segundo Blavastky no livro A Doutrina Secreta, ocorrem diferenças enormes.
Só na Idade Média passou-se a considerar as serpentes exclusivamente como más, como símbolos do mal.  Mas como os povos antigos chamavam os grandes sábios de serpentes ou dragões, hoje os grandes mestres, artistas, atletas ou intelectuais, por vezes, são chamados de “monstros sagrados”.  Por que serpente ou dragão?  Por que “monstro sagrado”?  Porque havia pensadores gregos que usavam a metáfora de comer o coração e o fígado das serpentes para adquirir a sabedoria, advinda da própria lenda ou mito ou construção filosófico-religiosa de Adão e Eva no Paraíso e as suas quedas por meio da maçã oferecida pela serpente à Eva.  O conhecimento do bem e do mal.  Suas palavras foram tomadas como verdadeiras e o sábio tem seus ensinamentos consumidos – ou assimilados – pelos adeptos para adquirir a sabedoria.
A arte egóica se contrapõe diretamente ou indiretamente à arte-enlevo.  É a arte em estado isolado, o sonho profundo, a escuridão, a inércia.  A arte da neutralidade como o próprio nome diz, propõe relações de troca entre o elevado e o negativo, entre o ego e a aniquilação do ego, sem opôr-se nem a um nem a outro.  Freneticamente ela propõe a atividade, seja essa atividade voltada para o elevar-se ou voltada para a baixeza, ao mesmo tempo, ou ora para um lado, ora para outro lado. 
Tamas (arte egóica), Rajas (arte da neutralidade) e Sattva (similar ou igual à arte-enlevo) seriam as correspondências dessas classificações de acordo com a Ayurveda em conjunto com a consciência elevada ou consciência cósmica, apontada por orientalistas e adeptos de religiões orientais e pensadas artisticamente, segundo nossa visão.
A arte egóica se concentra, em grande parte de sua atuação, no grotesco e no espalhafatoso, no exagero e na ilusão.  Mais comumente encontrada em obras de arte da arte pop e do mid-cult, mas pode ser encontrada até no cult e no erudito, quando pensamos em certas “degenerações” desse próprio movimento sem direção das elites/vanguardas ou pseudo-elites/vanguardas.
A arte da neutralidade se concentra, na maioria das vezes, em dubiedades e em subjetivismos, em conexões e em velocidades.  Mais comumente encontrada em obras de arte do cult e do mid-cult, mas pode ser encontrada, também, tanto na arte pop quanto na arte erudita, senão totalmente, mas parcialmente.
A arte-enlevo, por sua vez, se concentra na pureza e no equilíbrio, na vigília e na causa.  Mais comumente encontrada na arte erudita, mas pode igualmente ser encontrada no cult e no mid-cult, novamente salientando-se que nem sempre de forma total, mas apenas parcialmente.
Em nada interfere na qualidade de uma obra de arte ser erudita ou arte pop, cult ou mid-cult.  Dentro das proximidades ou afastamentos da cultura dita oficial ou do status quo, percebe-se uma grande mescla entre tais classificações.  Porém, não se pode deixar de dizer que a recorrência da arte-enlevo na arte erudita em muito a torna “recomendável” ou “preferível” frente a qualquer outra expressão de nível “inferior” como o cult, o mid-cult e a arte pop.

Relações de contato da arte-enlevo

A arte visionária pretende lançar mão de visões com experimentos em estados não-ordinários de consciência (ENOC) traduzidas para as artes visuais. A literatura do maravilhoso pretende mostrar o mágico e o místico com a rica realidade numa epifania individual. Qual a relação entre essas diversas tendências – e muitas outras – e a arte-enlevo?  A resposta, seja ela qual for, deve se situar num lugar de meio termo entre o transe meditativo e a imaginação espiritual sem ter tais elementos como definidores de sua poética e sem negá-las ao mesmo tempo. A rigor, a arte-enlevo possui relação direta ou indireta com a espiritualidade. O espiritualismo ou a espiritualidade evoca sensações, devoções e práticas muitas e desemboca, artisticamente, em estados poéticos vários, com n matizes, desde o misticismo xamânico até o pietismo religioso, de modo amplo.  Mas não usa de métodos quaisquer para os experimentos em ENOC que desembocarão em arte, como na arte visionária.  Para a arte-enlevo, o método para ser suscitador realmente de enlevo, tem que ser natural: meditação, mantra, oração, recitação, tai-chi-chuan, yoga mas não jejum, nem uso de psicoativos ou drogas, com exceção das usadas nas seitas Santo D´aime ou União do Vegetal, que possuem um contexto espiritual em torno do ingerir substâncias próprias, em determinados ambientes espiritualizados e com acompanhamento adequado. A bem da verdade, a exceção é apenas uma espécie de “desencargo de consciência”, porque este autor que fala não experimentou nem pretende experimentar nenhuma substância “para ter visões” ou para “expansão de consciência” em tempo algum.  Também, por outro lado, não faço nenhum favor a ninguém de registrar tal exceção, visto que as crenças e os tipos de crença são diversos e vários em suas formas e, inclusive, em sincretismos muito afeitos à brasilidade e à nossa realidade contemporânea mundial.
                De modo que, a arte-enlevo pode suscitar realidades no terreno da arte visionária e do maravilhoso, sem ser ou tornar-se, propriamente, arte visionária ou literatura do maravilhoso, sendo mais voltada a uma experiência estética que, generalizante ou generalista, por natureza, não se atêm a uma independência ou subjetividade própria, inerentes. Ao contrário, pode se juntar e/ou se plasmar com outras tendências – desde o anti-design, na comunicação visual até o neoísmo na experimentação artística e cultural; desde o expressionismo abstrato até a literatura fantástica – sem deixar de apresentar ou demonstrar sua preocupação maior em elevar mentes, consciências e espíritos. Sendo esta característica presente como a mola propulsora ou a pedra de toque do processo criativo ou ainda, o alvo a ser alcançado no resultado final da sua prática e teoria. Em qualquer desses três momentos a arte-enlevo propõe o espiritualismo, em essência, mas não descarta o materialismo sendo, nesse sentido, um ponto de contato entre o planejamento (projeto), prática (práxis) e teoria (conceito) no qual a arte possa ser plenamente vivenciada numa apreciação rica e elevada – necessariamente rica em desdobramentos e elevada em apreciação – que possa torna-la próxima do mid-cult, do cult, do erudito e da pop art, sem ser ou tornar-se, totalmente, qualquer uma dessas classificações.
                  Também não será arte objetiva ou arte sacra, no sentido espiritual do termo e nem arte-terapia ou arte-educação porque não possui compromisso com as agendas terapêuticas, espirituais ou educacionais de modo estrito. No entanto, apresenta um víés de exploração filosófico que, se não é açambarcante, em termos totalizantes, é, ao menos, realizado em primeira instância, a partir desse pensamento: dos “porquês”, dos “comos”, dos “ondes” e dos “quandos” no terreno da apreciação que suscita realidades ou que possa suscitar realidades questionadoras e de impulso ao elevar de apreciações antes ocultas e/ou ausentes do rol de percepções do homem e da mulher contemporâneos.
Por exemplo, porque não buscar compreender, artisticamente:

. O conceito de virgindade como sendo o olhar do ato amoroso (sexual) como a primeira vez e não como a ausência de prática amorosa (sexual).
. O conceito de alma-mundo como experienciar do planeta Terra do qual fazemos parte inextricavelmente.
. O conceito de honra, dignidade e valores como sendo inerentes aos seres humanos e não como “adendos” que nos são negados, muitas vezes, no mundo contemporâneo.
. O conceito de beleza, bondade e verdade como poética da vida e não como ideais que nada significam – ou significam muito pouco – para o cidadão médio e mesmo para muitas elites.
. O conceito de compaixão e de caridade como verdadeiras aventuras espirituais e/ou religiosas que levam a um aprofundamento da fé verdadeiramente e não como meros instrumentos apaziguadores ou atenuantes para a consciência pesada ou má consciência da classe média ou de muitas elites.
. O conceito de contemplação e do transcender definido como o sentir e o estar no mundo e não como um breve momento que é intercalado pela maior parte do dia, corrido e cheio de urgências.

                   Os exemplos citados são considerações pessoais minhas e podem, logicamente e subjetivamente, variar conforme a individualidade de cada artista.
                   Tais conhecimentos ou considerações ciclicamente desaparecem ou reaparecem das percepções humanas de tempos em tempos e podem ser mais facilmente ou mais dificilmente acessadas por estéticas artísticas e culturais, por pensamentos filosóficos e morais ao longo das épocas. A arte-enlevo propõe a permanência de temas, estilos ou tendências de atitudes “fora de moda” ou “fora de contexto” no arsenal estético artístico, independente da classificação ou denominação da vertente utilizada, mesmo se tais atitudes e/ou pensamentos não forem diretamente ou claramente identificáveis em determinada obra de arte.

Mauricio Antonio Veloso Duarte

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

ARTE-ENLEVO . 400 curtidas

E chegamos às 400 curtidas na página do facebook. É um prazer e uma honra contar com a presença de vocês na minha página ARTE-ENLEVO. Em breve teremos novidades. Estou aguardando receber o registro de direitos autorais de um texto que segue abaixo. Um grande abraço a todos. Paz e luz.



ARTE-ENLEVO

A arte-enlevo propõe uma arte em que se transpasse o atributo de ser simplesmente arte da prática artística.  A arte-enlevo transpassaria a condição de arte porque estaria em dinamicidade com expressões artísticas no êxtase, no enlevo.  Propõe o elevar de mentes, consciências e espíritos tanto na pura crítica reflexiva, quanto no puro deleite de sensações e em âmbitos de maior apreciação estética plena.

Arte-enlevo, arte egóica e arte da neutralidade

Como havia diferenciação entre a serpente boa e a serpente má entre povos da Antiguidade, particularmente no Egito Antigo, entre boa e má arte, é lógico, há uma grande diferença.  Entre o Agathodaemon e o Kakodaemon, a serpente boa e a serpente má, segundo Blavastky no livro A Doutrina Secreta, ocorrem diferenças enormes.
Só na Idade Média passou-se a considerar as serpentes exclusivamente como más, como símbolos do mal.  Mas como os povos antigos chamavam os grandes sábios de serpentes ou dragões, hoje os grandes mestres, artistas, atletas ou intelectuais, por vezes, são chamados de “monstros sagrados”.  Por que serpente ou dragão?  Por que “monstro sagrado”?  Porque havia pensadores gregos que usavam a metáfora de comer o coração e o fígado das serpentes para adquirir a sabedoria, advinda da própria lenda ou mito ou construção filosófico-religiosa de Adão e Eva no Paraíso e as suas quedas por meio da maçã oferecida pela serpente à Eva.  O conhecimento do bem e do mal.  Suas palavras foram tomadas como verdadeiras e o sábio tem seus ensinamentos consumidos – ou assimilados – pelos adeptos para adquirir a sabedoria.
A arte egóica se contrapõe diretamente ou indiretamente à arte-enlevo.  É a arte em estado isolado, o sonho profundo, a escuridão, a inércia.  A arte da neutralidade como o próprio nome diz, propõe relações de troca entre o elevado e o negativo, entre o ego e a aniquilação do ego, sem opôr-se nem a um nem a outro.  Freneticamente ela propõe a atividade, seja essa atividade voltada para o elevar-se ou voltada para a baixeza, ao mesmo tempo, ou ora para um lado, ora para outro lado. 
Tamas (arte egóica), Rajas (arte da neutralidade) e Sattva (similar ou igual à arte-enlevo) seriam as correspondências dessas classificações de acordo com a Ayurveda em conjunto com a consciência elevada ou consciência cósmica, apontada por orientalistas e adeptos de religiões orientais e pensadas artisticamente, segundo nossa visão.
A arte egóica se concentra, em grande parte de sua atuação, no grotesco e no espalhafatoso, no exagero e na ilusão.  Mais comumente encontrada em obras de arte da arte pop e do mid-cult, mas pode ser encontrada até no cult e no erudito, quando pensamos em certas “degenerações” desse próprio movimento sem direção das elites/vanguardas ou pseudo-elites/vanguardas.
A arte da neutralidade se concentra, na maioria das vezes, em dubiedades e em subjetivismos, em conexões e em velocidades.  Mais comumente encontrada em obras de arte do cult e do mid-cult, mas pode ser encontrada, também, tanto na arte pop quanto na arte erudita, senão totalmente, mas parcialmente.
A arte-enlevo, por sua vez, se concentra na pureza e no equilíbrio, na vigília e na causa.  Mais comumente encontrada na arte erudita, mas pode igualmente ser encontrada no cult e no mid-cult, novamente salientando-se que nem sempre de forma total, mas apenas parcialmente.
Em nada interfere na qualidade de uma obra de arte ser erudita ou arte pop, cult ou mid-cult.  Dentro das proximidades ou afastamentos da cultura dita oficial ou do status quo, percebe-se uma grande mescla entre tais classificações.  Porém, não se pode deixar de dizer que a recorrência da arte-enlevo na arte erudita em muito a torna “recomendável” ou “preferível” frente a qualquer outra expressão de nível “inferior” como o cult, o mid-cult e a arte pop.

Relações de contato da arte-enlevo

A arte visionária pretende lançar mão de visões com experimentos em estados não-ordinários de consciência (ENOC) traduzidas para as artes visuais. A literatura do maravilhoso pretende mostrar o mágico e o místico com a rica realidade numa epifania individual. Qual a relação entre essas diversas tendências – e muitas outras – e a arte-enlevo?  A resposta, seja ela qual for, deve se situar num lugar de meio termo entre o transe meditativo e a imaginação espiritual sem ter tais elementos como definidores de sua poética e sem negá-las ao mesmo tempo. A rigor, a arte-enlevo possui relação direta ou indireta com a espiritualidade. O espiritualismo ou a espiritualidade evoca sensações, devoções e práticas muitas e desemboca, artisticamente, em estados poéticos vários, com n matizes, desde o misticismo xamânico até o pietismo religioso, de modo amplo.  Mas não usa de métodos quaisquer para os experimentos em ENOC que desembocarão em arte, como na arte visionária.  Para a arte-enlevo, o método para ser suscitador realmente de enlevo, tem que ser natural: meditação, mantra, oração, recitação, tai-chi-chuan, yoga mas não jejum, nem uso de psicoativos ou drogas, com exceção das usadas nas seitas Santo D´aime ou União do Vegetal, que possuem um contexto espiritual em torno do ingerir substâncias próprias, em determinados ambientes espiritualizados e com acompanhamento adequado. A bem da verdade, a exceção é apenas uma espécie de “desencargo de consciência”, porque este autor que fala não experimentou nem pretende experimentar nenhuma substância “para ter visões” ou para “expansão de consciência” em tempo algum.  Também, por outro lado, não faço nenhum favor a ninguém de registrar tal exceção, visto que as crenças e os tipos de crença são diversos e vários em suas formas e, inclusive, em sincretismos muito afeitos à brasilidade e à nossa realidade contemporânea mundial.
                De modo que, a arte-enlevo pode suscitar realidades no terreno da arte visionária e do maravilhoso, sem ser ou tornar-se, propriamente, arte visionária ou literatura do maravilhoso, sendo mais voltada a uma experiência estética que, generalizante ou generalista, por natureza, não se atêm a uma independência ou subjetividade própria, inerentes. Ao contrário, pode se juntar e/ou se plasmar com outras tendências – desde o anti-design, na comunicação visual até o neoísmo na experimentação artística e cultural; desde o expressionismo abstrato até a literatura fantástica – sem deixar de apresentar ou demonstrar sua preocupação maior em elevar mentes, consciências e espíritos. Sendo esta característica presente como a mola propulsora ou a pedra de toque do processo criativo ou ainda, o alvo a ser alcançado no resultado final da sua prática e teoria. Em qualquer desses três momentos a arte-enlevo propõe o espiritualismo, em essência, mas não descarta o materialismo sendo, nesse sentido, um ponto de contato entre o planejamento (projeto), prática (práxis) e teoria (conceito) no qual a arte possa ser plenamente vivenciada numa apreciação rica e elevada – necessariamente rica em desdobramentos e elevada em apreciação – que possa torna-la próxima do mid-cult, do cult, do erudito e da pop art, sem ser ou tornar-se, totalmente, qualquer uma dessas classificações.
                  Também não será arte objetiva ou arte sacra, no sentido espiritual do termo e nem arte-terapia ou arte-educação porque não possui compromisso com as agendas terapêuticas, espirituais ou educacionais de modo estrito. No entanto, apresenta um víés de exploração filosófico que, se não é açambarcante, em termos totalizantes, é, ao menos, realizado em primeira instância, a partir desse pensamento: dos “porquês”, dos “comos”, dos “ondes” e dos “quandos” no terreno da apreciação que suscita realidades ou que possa suscitar realidades questionadoras e de impulso ao elevar de apreciações antes ocultas e/ou ausentes do rol de percepções do homem e da mulher contemporâneos.
Por exemplo, porque não buscar compreender, artisticamente:

. O conceito de virgindade como sendo o olhar do ato amoroso (sexual) como a primeira vez e não como a ausência de prática amorosa (sexual).
. O conceito de alma-mundo como experienciar do planeta Terra do qual fazemos parte inextricavelmente.
. O conceito de honra, dignidade e valores como sendo inerentes aos seres humanos e não como “adendos” que nos são negados, muitas vezes, no mundo contemporâneo.
. O conceito de beleza, bondade e verdade como poética da vida e não como ideais que nada significam – ou significam muito pouco – para o cidadão médio e mesmo para muitas elites.
. O conceito de compaixão e de caridade como verdadeiras aventuras espirituais e/ou religiosas que levam a um aprofundamento da fé verdadeiramente e não como meros instrumentos apaziguadores ou atenuantes para a consciência pesada ou má consciência da classe média ou de muitas elites.
. O conceito de contemplação e do transcender definido como o sentir e o estar no mundo e não como um breve momento que é intercalado pela maior parte do dia, corrido e cheio de urgências.

                   Os exemplos citados são considerações pessoais minhas e podem, logicamente e subjetivamente, variar conforme a individualidade de cada artista.
                   Tais conhecimentos ou considerações ciclicamente desaparecem ou reaparecem das percepções humanas de tempos em tempos e podem ser mais facilmente ou mais dificilmente acessadas por estéticas artísticas e culturais, por pensamentos filosóficos e morais ao longo das épocas. A arte-enlevo propõe a permanência de temas, estilos ou tendências de atitudes “fora de moda” ou “fora de contexto” no arsenal estético artístico, independente da classificação ou denominação da vertente utilizada, mesmo se tais atitudes e/ou pensamentos não forem diretamente ou claramente identificáveis em determinada obra de arte.

Mauricio Antonio Veloso Duarte (Swami Divyam Anuragi)