terça-feira, 29 de março de 2011

Verdades em arte

Quando uma identidade visual/assinatura visual é projetada, temos duas opções básicas a recorrer: Passamos a um figurativo ou passamos a um significado que é apreendido pelo leitor/internauta/consumidor. Do mesmo modo (ou em similitude) seria o trabalho de um pintor ao se deparar com a sua tela (ou com o papel, no meu caso pois só pinto em papel). A partir daí segue o que mandar a sua musa inspiradora que para alguns consistirá de 99% de suor e 1% de inspiração.
Por qual razão temos estas duas vertentes?  São direcionamentos que ensejamos em nossas obras.  Direcionamento que estando correto engendrará numa obra prima ou coisa próxima disso.  Há que se ater, desse modo, ao direcionamento correto, seja qual for a vertente escolhida, abstrato ou figurativo, pois sem ele estaremos próximos do desastre.
No nosso atual sistema de compra e venda de arte, as galerias selecionam as melhores obras e os melhores artistas para reprodução e/ou exposição e apesar de parecermos ridículos tocaremos na mesma tecla: a qualidade do que se faz hoje não chega aos pés do que se fazia na Idade Média por um Bosch, para citar um exemplo. Por que afirmo com tal ênfase essa questão? Porque a questão de boa/má qualidade não reside numa quantificação, mas numa averiguação: A arte objetiva foi esquecida pelo grande público e a culpa maior é da mídia e de uma sistemática destruição de tudo o que é belo em arte desde a Revolução Industrial até nossa atualidade. Quem está por trás dessa destruição? Não cabe a mim, nesse momento, ensejar tal discussão. Ouso, no entanto, afirmar que os artistas que hoje nos presenteiam com seus dotes não são nem sombra dos antigos pintores, escultores, atores, escritores, mímicos do passado, salvo um gênio aqui, outro acolá. Digo isso, não para louvar um passado remoto que não volta jamais. Digo para despertar consciência naqueles que tem a responsabilidade da educação artística no mundo: professores, arte educadores, oficineiros de arte, entre outros necessitam, não só, dessa consciência, mas também de todo arsenal metodológico e espiritual para o aperfeiçoamento de sua cátedra.  Nem receberam esse arsenal quando foi seu tempo de direito nem seriam (por isso mesmo) capazes de passar adiante um conhecimento que não dispõem.  O que fazer? Empurra-se o problema para as futuras gerações?  Ou chegamos a conclusão que o sistema do qual fazemos parte não serve ao que se propõe e partimos para outra sistemática no ensino de arte?

sexta-feira, 25 de março de 2011

O que faz de um escritor, um escritor?

O conceito de belo ou de ética, moral e bondade em alguém (escritor) depende de um lampejo filosófico ou de dogma religioso?  Ou depende, numa acepção última de um conjunto de características de personalidade cultivadas e/ou adquiridas ao longo do tempo de vida?  Em sendo verdade que dependa do seu cárater ou falta de caráter, em instância última, poder-se-ia dizer que todo o conhecimento, todo a leitura, todo o aprendizado de alguém (escritor) não tem repercussão nem ressonância em seu trabalho de escrita; salvo seja verificada a condição de que a sua personalidade seja uma personalidade interessante, uma personalidade de que alguém queira acercar-se, que seja alguém (não necessariamente escritor) vivo, que tenha uma vida, na ampla acepção da palavra vida e não um arremedo de contemporaneidades instântaneas prémoldadas e préprogramadas as quais lidamos todo dia. 

A bondade e o gosto pelo belo, pelo ético, pela moral devem ser cultivados?  Ou experimentados?
Cabe a nós (escritores ou não) respondermos a pergunta.

domingo, 20 de março de 2011

Deleuze e a lógica do sentido: o suicídio nosso de cada dia

Em que lugar está a realização plena de cada pessoa, de cada ente, de cada indivíduo?  Em Deus, ora.  A relatividade desse conceito residiria em séculos e séculos de mau uso das palavras, Deus, Brahma, Universo, Divindade e assim por diante.  Desse ponto pacífico (ou de outros pontos*, que desse podemos extrair "apenas" libertação) podemos gerir um ponto crítico como metafísica das palavras (mais adequado seria filologia mesmo) e daí vir com as palavras-valise de Lewis Carroll: furiante - fumante furioso.  Ou ainda, os jogos de palavras com "Morcegos comem gatos ou gatos comem morcegos?"
Seria um mero jogo de palavras: Obra de arte?  Obra-prima?  Obra primeira, primeva, primordial, aquilo que está para o início assim como o início está para o final.  Alfa e Ômega.  Estamos de novo em Deus e Jesus.
Do que é feito esse "jogo"?  Ocorre que não é acidental estarmos nesse início de século 21 em meio a tantas destruições: Do meio ambiente, da civilização como conhecemos, da família, da estrutura social antiga.  Essa destruição relaciona-se diretamente ou indiretamente (não sei o que é pior ou o que seria pior) ao desamor pela cultura, pela arte, pela literatura, pela palavra bem escrita, enfim.  Um desamor que traz consigo a inconsciência.  Qual seria o lugar da plena realização de alguém num mundo onde a realização plena perdeu o sentido?  Sentido das palavras.  Lógica do sentido.  Deleuze.  Ninguém foi tão fundo quanto Gilles Deleuze nesse espaço.  Em que lugar?

sábado, 19 de março de 2011

Novo site: Conspiração de consciência

Meu novo site está no ar: Conspiração de consciência
http://sites.google.com/site/conspiracaodeconsciencia/home


A todos aqueles que julgarem podre nosso atual estado artístico contemporâneo, que fora os grandes gênios aqui e acolá, nada mais nos dá, senão uma constante necessidade de afastamento do mundo da arte, seja por não estarmos afinados com o significados das obras, seja por não estarmos “aptos a decodificar” o significante dessas obras. A todos que desejam uma literatura viva, uma literatura pulsante, para além do buraco negro de limites pré-moldados e gêneros pré-estabelecidos a que estamos, ou não, acostumados e que nos afasta do verdadeiro sentido de ler e escrever, a saber, viver e dar sentido à vida.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)