quarta-feira, 27 de setembro de 2017

José A. Kuesta



José A. Kuesta

Toda a herança mágica, mística, mitológica e histórica do Egito Antigo fascinam nosso artista mestre José A. Kuesta.  Mais do que isto, todo esse legado egípcio antigo é representado, transformado e reconfigurado.  Numa releitura de seus símbolos em criação totalmente original e afinada com o zeitgeist, esse nosso caldo cultural diversificado e abrangente contemporâneo, José A. Kuesta nos mostra o que de mistério, expressividade e criatividade pode advir desta abordagem.
O abstracionismo do artista é de uma singularidade sem igual e é realizado de forma completamente atual, como já disse.  Isto se dá, a partir de cores e manchas, colagens, grafismos, traços, carimbos, num amálgama de elementos gráfico-visuais e pictóricos, cuja influência pode ser encontrada em vários lugares.  Paul Klee, o expressionismo abstrato e a própria história do Egito Antigo são algumas destas influências que também ganham maior corpo quando da sua aproximação com a tendência da arte abstrata dentro da arte informal, chamada pintura matérica.  A pintura matérica é uma vertente pictórica que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, desenvolvida primeiramente na França, com os trabalhos dos artistas Fautrier e Dubuffet.  Suas composições utilizam, na pintura, conjuntos de cortes, furos ou rasgos.  Também são utilizados nesse tipo de arte, materiais diferentes tradicionais, incluindo: quadro, areia, sucata, trapos, madeira, serragem, vidro ou gesso. A arte de Dubuffet, por exemplo, ficou conhecida como Arte Brut.
José A. Kuesta demonstra total maestria nessas composições, de um estilo inconfundível, que se assemelham a documentos antigos, sendo repaginados e reformulados para o nosso tempo.  De um modo inteiramente novo e sem falsas concessões a um ou outro determinado conceito estético da moda, o artista faz com que nos deparemos com o inevitável do abstracionismo: a pintura é tinta e papel, bem como outros materiais.  Mas além, disto, a pintura é sonho, é divagação, é força e é infinidade de muitos modos diferentes. Aliás, a própria escolha do Egito Antigo como base inspiradora, é, a um só tempo, reveladora de seu conhecimento das chaves esotéricas, únicas em todo o planeta Terra – só comparáveis às chaves esotéricas da Índia e da antiga Pérsia, atual Irã, porque efetivamente nenhuma outra tradição, além destas três, as possui – e de suas consequências, principalmente estéticas.  Não é à toa que quando perguntado sobre que frase poderia representar sua visão artística, José A. Kuesta respondera: “A arte é uma forma de religião”.

Mauricio Duarte

Contatos com o artista:
Galeria de Arte Saatchi: www.saatchiart.com/joanku

domingo, 24 de setembro de 2017

Cidade-noite



Cidade-noite
Cidade morta-viva
em enorme dormida,
de arranha-céus frios todos,
cai encima da tal lua...
A noite é essa contumaz
convidada que não
pede passagem, só
adivinha nosso anseio...
Tranquilamente passa
por entre os dedos como
areia de uma praia longe,
perdida à madrugada...
Por mais que trafeguemos
pelas suas vielas dessas
arquiteturas podres,
não saberemos nunca...
Cidade, uma suntuosa
cadeia de ouro bem puro,
a que não se desprende
dessa função de zeitgeist...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

domingo, 17 de setembro de 2017

ANTOLOGIA POÉTICA MUNDO DAS POESIAS

Eu, Mauricio Duarte, estou participando da Antologia Mundo das Poesias que tem a organização do autor Adriano Ferris.

Alguns poemas de minha autoria que estão no livro:
Seis da tarde

Bateram os sinos na hora
da Ave-Maria e os meus
dentes rangeram porque os
tempos são de morte e não
porque nalgum canto obscuro
da minha alma eu me tenha
ressentido, não, esse perigo
não existe mais, mas às seis
da tarde, os tempos são de
morte; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Bateram os sinos naquela
hora dos culpados e dos
que culpam e a minha voz
era rouca, a lágrima caía,
meus olhos, inundando os
mares do meu rosto; sem que
eu pudesse dizer nem ao
menos: deixe-me, deixe-me.
Em si, fora da morte, sangue,
carne; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Bateram os sinos no fim
daquela tarde e o sol
purgava os sons da tristeza,
que vinham ao encontro da
nossa santidade ou do
que de diabólico temos.
Não faz diferença, por mim,
por ti, por todos nós e almas
do purgatório, clamam, enfim,
assim; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Mauricio Duarte


Nosso pôr do sol de amor

A tarde foi indo embora,
levando junto, assim,
você de mim, sem mais,
nem meio mais, minha amada...

O pôr do sol veio vindo,
sem que eu soubesse qual
o destino mais cruel:
se a solidão ou a tal dor...

A dor da perda desse
nosso amor, minha amada;
nos enlaçava tão
fortemente há pouco...

Momentos bons de grande
felicidade e brilho
radiante desse astro-rei,
nosso sol de amor vivi...

Junto a você era muito
feliz e íamos bem juntos,
movidos à paixão,
conduzidos em alma...

Mas enfim, o sol tinha
que se pôr como tudo
na vida acaba um dia;
seja feliz meu amor...

Mauricio Duarte 


Máscaras

Tudo é máscara, homem!

Máscara rubra, do falso
e demagógico clamor
pelos mais necessitados...

Distorcido arremedo
de vontade poderosa,
mas sem força, sem caminho...

Máscara blue, muito azul
profundo, que busca a
verdade, inútil hoje.

Metas de justeza que
nunca chegam a contento,
naufragando, alto-mar...

Máscara amarelada,
escrúpulo diligente
que torna velhos, os jovens.

Insensatez travestida
de precaução, retirando
toda espontaneidade...

Tudo é máscara, homem!

Máscara violácea, ainda,
dos que se perdem por trás
de práticas aberrantes.

Góticos umbrais de umas
catedrais mortas a dizer
as mesmas e poucas frases...

Máscara verde, também,
de tantos que querem a
preservação, mas abusam.

Fazem escudo, balela
do discurso da Mãe Terra,
sugam dinheiro com Ongs...

Máscara branca da paz,
várias vezes enfocada,
tão pouco guardada dentro.

Pacíficos mares nunca
navegados e apenas
citados por  hipócritas...

Tudo é máscara, homem!

Mauricio Duarte 


ANTOLOGIA POÉTICA MUNDO DAS POESIAS é a edição especial que tem início as atividades da Versejar - Edições Literárias. Com essa edição magnifica com a participação de autores do Brasil, Angola e Portugal, que corta a fita de inauguração que abre as portas da minha própria editora, que será em cada edição publicada haverá o meu amor e carinho.
Não tenho palavras para expressar o que senti ao ver a arte da capa, e que consta na contra capa cada nome que em muito ajudaram a concretizar esse sonho. A ANTOLOGIA POÉTICA MUNDO DAS POESIAS é a primeira de muitas antologias e publicações literárias que haverá em sua estrutura cada um dos poetas e poetisas que com as suas letras poéticas se fazem presente nesse sonho realizado.
48 autores
310 páginas
Um Edição Especial De Poesias
LISTA OFICIAL EM ORDEM ALFABÉTICA
01 – ADRIANO FERRIS
02 - ADMILSON FARIA (ANGOLA)
03 - AFRICA GOMES (ANGOLA)
04 - ALESSANDRA CRISTIANI DOS SANTOS
05 - AMAURI SALES
06 - ANA ANGÉLICA
07 - ANDRE ANLUB
08 – ANDREANE CUNHA
09 - ANTONIO MONTES
10 - BENEDITO CARLOS
11 - CAIO GARCIA
12 - CARMEM HADDAD
13 - CLAÍSE DE ALBUQUERQUE
14 - CLÁUDIA SIMÃO SEMEDO (ANGOLA)
15 - EDI ALMEIDA
16 - ELAINE S SANTOS
17 - ERICO ALMEIDA
18 - EROS AFONSE
19 - FRANCISCO FERREIRA
20 - FUTURO DA COSTA (ANGOLA)
21 - GABRIEL SANTANA SANTOS
22 - ISVANIA MARQUES
23 - JONNATA HENRIQUE
24 - JORGE LUIZ ROSA
25 - JORGE MANUEL RAMOS (PORTUGAL)
26 - KAINHA BRITO
27 - KITY ARAÚJO
28 - LADY INUYASHA
29 - LANE DIAS
30 - LIN QUINTINO
31 - LUIZA SENIS
32 - M. M. SIMÃO
33 - MANUEL TIMÓTEO DE MATOS (PORTUGAL)
34 - MARCOS NASCIMENTO
35 - MAURÍCIO DUARTE
36 - MAYANNA VELAME
37 - MIRIAM BRILHÓ
38 - NAZARÉ FERREIRA
39 - NILLO COSTA
40 - OLIVER FABIO
41 - PAULO MAX
42 - POETA JARDIM
43 - RAUL THOMPSON
44 - SOARES BARBOSA
45 - SRTA CHAGAS
46 - VANTI VYRENA
47 - VIRGÍNIA DE OLIVEIRA
48 - WALDIR PHILHO

Os arquétipos e a humanidade

Os arquétipos e a humanidade




O que significa arquétipo?  Vem do grego: arqui=antigo, arcaico + typo=padrão.  Significando: padrão arcaico. O pensador Carl Gustav Jung denominou como arquétipos as manifestações desses padrões fundamentais e recorrentes em mitos, religiões, folclore, lendas, contos de fada e, ainda, no nosso inconsciente, como sonhos e fantasias.  O arquétipo serve de estrutura à personalidade e é, basicamente, um padrão de comportamento herdado.  O tipo imaginado dos deuses, dos titãs, dos super-heróis, dos mártires, dos líderes e assim por diante, são imagens arquetípicas que se fundem para formar símbolos.  Esses símbolos são sínteses de inúmeros conceitos, até mesmo conceitos opostos.  O arquétipo, nesse sentido, pode servir muito bem para alguém que busca autoafirmação, como um adolescente, por exemplo, se identifica com um super-herói de história-em-quadrinhos.  Ou para alguém que busca uma transcendência espiritual ou religiosa e se espelha no exemplo de um santo e, nesse caso, o devoto estrutura sua personalidade ou humor levando em conta aquele determinado padrão de comportamento louvável e sobre-humano.
O universo psicológico do homem contemporâneo é um caos, para dizer o mínimo.  Vivemos sob pressão e com problemas o tempo inteiro, todos os dias, praticamente.  Os arquétipos da sabedoria, da harmonia e da beleza se perverteram irremediavelmente?  Eu não saberia dizer, mas é possível que estejamos passando por uma fase de trevas com relação à ideais, ideias e valores de um modo geral.  Nisso, os arquétipos do nosso mundo inconsciente vêm à tona, muitas vezes, de forma deformada e de forma degenerada.  Dependendo do cachorro mau ou do cachorro bom que mais alimentarmos, como diz a parábola antiga, mais teremos a presença do cachorro mau ou do cachorro bom.
O tema do livre arbítrio X o destino também tem relação com o que decidirmos, porque a forma como determinados arquétipos serão vistos preponderantemente por nós, irá para um lado ou para o outro.  Se nos identificarmos com o símbolo da justiça cega ou vendada e imparcial, com sua espada – ou o equivalente disto visto sob qualquer modo, até na cultura pop, o super-herói Demolidor, por exemplo, cego combatente do crime que possui seus outros sentidos super ampliados – teremos uma imparcialidade e um código de conduta de justiça, muito provavelmente.  Assim, se tivermos um temperamento fanático ou tendencioso para este traço intolerante de personalidade, iremos para o lado do destino, talvez, e pautaremos nossas atitudes, considerando algo inexorável e que está fora do nosso controle, seja para o bem ou para o mal – e provavelmente, para o mal, no caso desse ponto da balança da justiça.  Doutro modo, se tivermos um temperamento afeito à liberdade e à democracia ou voltado para tal valor, a balança da justiça irá nos levar a tomarmos conta de nossa vida e nos tornar senhores do que é possível fazer frente aos obstáculos presentes neste ponto para o lado do bem, provavelmente.
No entanto, nada disto é claro e/ou objetivo.  Nossas decisões são subjetivas, como é subjetivo o universo humano.  Os arquétipos podem nos trazer positividade ou negatividade, dependendo de nossa psique, personalidade, sentimentos ou temperamento.    O importante é seguir consciente, sempre tendo em vista o potencial que nós, seres humanos, têm de resolver seus problemas, seja com intervenção divina ou não.  E sabendo que neste momento da história do homem, uma ajuda dos Céus seria mais do que bem-vinda, seria essencial para a tomada de um novo rumo para a humanidade.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/os-arquetipos-e-a-humanidade/

sábado, 16 de setembro de 2017

Desamor da indiferença

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18


Desamor da indiferença
Dissemina e regurgita
todo o desgosto e desprazer
em sua grande ausência de
consciência: está, a priori, além
do bem e do mal, é tudo
e é nada, assim, desse modo,
ao mesmo tempo, é vivo e é
morto, existe e não tem, sim,
existência, não é, e é, também...
Fantasmático desamor
da indiferença de todos
e de cada um, abstrato
desamor que não se mostra,
nem se esconde; apenas se
passa de um sujeito da
matrix para outro sujeito
da matrix: presente e etéreo;
é tão só música ambiente...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A diferença entre um antídoto e um veneno é a dose

A diferença entre um antídoto e um veneno é a dose



Muitas substâncias, hábitos ou atividades podem vir a se tornar uma droga, uma espécie de droga. Até café foi considerado droga pelos libertários (anarquistas) da época da Revolução Espanhola e foi abolido o uso de café nas regiões controladas por esses tais extremistas.  Na verdade, indo mais fundo ainda, muita coisa pode ser droga, inclusive, masturbação, ou coisas aparentemente inofensivas, como comida.  Tudo pode se tornar uma droga na vida de alguém se não se guardar a devida dose.  A diferença entre um antídoto e um veneno é a dose.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Liberdade

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18



"Isto é a liberdade:
sentir o que o seu
coração deseja,
independente da
opinião dos outros."

(Paulo Coelho)

A viagem pela verdade

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18



A viagem pela verdade

Por desígnio e por efeito
de má vontade, não fui,
não poderia ter mesmo ido...

Viagem demasiado longa,
que não traria essa verdade,
que me faltava, que queria...

Viagem sem humanidade,
sem rosto, sem nenhum rumo,
ficar, ir, sem diferença...

A verdade me estava
próxima, dentro de mim,
esperando apenas meu olhar...

Por que esta angústia num sim,
misturado ao talvez, um
não, nada concreto, fugaz?...

A viagem pela verdade
é interior, ou não é verdade,
mentira no ir ou no ficar...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Ó azul anil

Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18
Homenagem ao 7 de setembro - Independência do Brasil

Ó azul anil
Ó azul anil que tanto brilha no céu;
faz-te mister honrar este nosso Brasil,
pátria com todas as cores da sua grande,
diversa e forte população varonil...
Se os governantes do nosso tempo não
honraram esta maior nação, usando de ardil,
que o Brasil se supere e nos mostre sua
cabeça erguida; tem sempre forças mil...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


terça-feira, 5 de setembro de 2017

Meditação e liberdade

Meditação e liberdade




Pensar com os seus próprios pensamentos, caminhar com as suas próprias pernas, ver com os seus próprios olhos.  Isto é meditação.  E por que muitas pessoas não querem isto?  Porque traz responsabilidade, porque traz incômodo interno e externo. Todos ou quase todos querem ser liderados por idiotas.  Logicamente, um idiota não pode liderar ninguém e é por isto que ele, o idiota, é escolhido; justamente porque ele fingirá que lidera e os outros fingirão que estão sendo liderados.  E mesmo se o líder for um verdadeiro líder, não seria melhor ser senhor de si mesmo?  Claro.  Mas ninguém quer.  Basicamente, porque dá trabalho.
Mas a meditação pode e efetivamente faz com que ser senhor de si mesmo seja fácil, natural, que siga em seu fluxo torrencial de abundância sem impedimentos, sem obstáculos.  Só a meditação pode fazer isto, porque a meditação é algo além da roda do samsara, algo além da busca da natureza por procriar.  É uma renovação espiritual e material total, plena e consciente.  A meditação foi criada por pessoas que pesquisaram profundamente o sexo, o amor entre um homem e uma mulher.  Essas pessoas perceberam que o ápice do gozo sexual levava a uma experiência fora do tempo e do espaço.  O tempo para ou o tempo é descontinuado.  O mesmo para o espaço.  Reproduzir essa experiência sensória, e não só isto, mas também, reproduzir suas consequências em meditação, uma prática espiritual, foi o que eles fizeram e, até hoje, nada de mais revolucionário do que isto, foi nunca concebido.
A natureza nos levou até onde estamos: nascer, crescer, amadurecer, reproduzir, envelhecer e morrer.  A meditação nos faz evoluir e passar a transcender.  Para isto, é preciso decidir-se pela plenitude, pela liberdade.  Fora do tempo e fora do espaço.
A mente mente.  E mente o tempo inteiro.  A mente nos diz que devemos ser isto ou aquilo, que devemos fazer isto ou aquilo.  Sempre em atividade, sempre em movimento desordenado, com finalidades muitas, mas nunca olhando para dentro, para o que realmente importa, nosso interior.  Parar a mente e voltar-se para dentro é a função da meditação.  Ser você mesmo.  Não é preciso tornar-se, é preciso viver, é preciso ser.
Esqueça os reclames da mente.  A mente é o velho homem tentando sobreviver miseravelmente.  O novo homem vem e torna tudo realmente novo.  Seja você mesmo.  Não siga ninguém.  Meditação é isto.  Liberdade é isto.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/meditacao-e-liberdade-por-mauricio-duarte/

Pontas soltas



Pontas soltas

A narrativa das nossas vidas, por vezes, se apresenta com pontas soltas.  Será isto sempre negativo?  Será isto um defeito ou uma qualidade? Pode ser algo positivo?  Na verdade, uma narrativa inconsistente só demonstra o que temos que digerir de modo mais efetivo.  Níveis de informações, sensações, sentimentos que não foram devidamente deglutidos de maneira eficaz.
A durabilidade ou a não durabilidade das coisas que, hoje, parecem todas muito efêmeras, nos tornam diferentes, em certo sentido, dos nossos antepassados de alguns anos ou séculos atrás.  O virtual, por exemplo, pressupõe uma potencialidade infinita e fora da escala que estávamos acostumados com relação à própria mídia.  Cientistas dizem que o cérebro humano tem uma capacidade também quase infinita – ou infinita mesmo – de coletar e adquirir informações, dados, conceitos, definições, questionamentos...  Se é assim, não há nenhum problema em experimentar o digital, o virtual...  O problema só ocorre quando nos damos conta do volume de informações que recebemos ou com o qual temos que lidar, de algum modo, sem o tempo necessário para isto.  Tudo é para ontem.  Não há um tempo de reflexão, um tempo de meditação.  Daí que a narrativa de nossa vida, como nos bons romances, contos, filmes, peças de teatro e afins, precisa de tom e o tom tem relação direta com o timing, o tempo em que se diz, daquela maneira específica.  Como se diz, no tempo certo, a coisa certa.
Não é à toa que se coloca que o tempo de Deus é outro tempo, diferente do nosso.  O tempo do divino só se completa quando temos o correto discernimento do que ocorre.  Antes disto, não ocorre efetivamente e sentimos como se algo tivesse passado por nós, mas não nos apropriamos do sentido daquilo.  O sentido é palavra-chave e nos coloca no canto da parede com determinada questão ou situação que não se fecha.  A memória é outro ponto...  Nossa memória é extremamente seletiva.  Só nos lembramos do que vamos usar – de modos que não temos nem ideia, aparentemente – de algum jeito e em algum momento que trará o sentido que falta na nossa narrativa de vida.
As pontas soltas dessa história tem o seu sentido também.  Embora não aparente.  O acaso faz parte da realidade, da existência.  Uma existência sem acaso não é “viva” efetivamente.  É apenas uma “programação pré-definida”.  Por este motivo, talvez ou muito provavelmente, a arte contemporânea busque o acaso de forma tão frequente.
Busque o sentido na sua vida, mas não torne isto uma obsessão.  Nem tudo precisa ter sentido efetivo ou claro para nós.  A multiplicidade e a concomitância de várias narrativas e de várias histórias que acontecem ao mesmo tempo nunca foi tão abordada quanto hoje, de muitos modos diversos, na contemporaneidade.  Esta é uma chave para entendermos as pontas soltas – ou apenas vivenciarmos essas pontas soltas sem entendermos realmente, mas compreendendo que é um desígnio misterioso de Deus – que nos levará a uma vida harmoniosa e em confiança com o valor da nossa existência.  Paz e luz.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Notas - Místicos



Notas:

John Eckart foi acusado de manter comunicação com os “Irmãos do Espírito Livre”.  Em 1326 ele foi deposto do seu cargo de provincial dos Dominicanos na Saxônia.  Como sua doutrina tinha se espalhado largamente entre os dominicanos, a ordem inteira foi acusada de heresia pelo arcebispo de Colônia.   Eckart foi convocado a aparecer diante do Papa em Avignon, e foi condenado pela acusação de heresia.  Suas doutrinas foram tão espalhadas que em 1430 foi necessário condená-las de novo, daquela vez pela Universidade de Heidelberg.
O professor Pfeiffer, no seu trabalho sobre os místicos alemães, em coletado 110 sermões, 18 tratados e setenta discursos, que ele atribui a Eckart.
John Tauler era natural de Estrasburgo.  Ele estudou na Universidade de Paris e depois do seu retorno para Estrasburgo, ele começou a atender o Mestre Eckart.  Essa parte da Alemanha estava, nesta época, sob a sentença de excomunhão, mas Tauler ministrou os serviços religiosos, apesar da intervenção papal e grandes multidões foram ouví-lo.  Enquanto a Peste Negra estava rondando Estrasburgo, Tauler e dois outros padres foram os únicos ministros da religião que administraram os sacramentos para os doentes e os moribundos.  Ele foi finalmente banido de Estrasburgo por suas graves palavras contra o Papa.  Ele se refugiou em Colônia, onde ministrou por alguns anos no mosteiro de Santa Gertrude.  Ele, depois disto, retornou à sua cidade natal, onde morreu em 1361.
As representações da Trindade de Boehme não são sempre verbalmente consistentes e isto é uma das coisas que o faz difícil de ser entendido.  A seguinte passagem dolivro dos “Três Princípios” parece uma expressão definitiva da sua concepção de Deus, embora em alguns pontos ela não concorde com o que é citado no texto – “Os sete espíritos são Deus, o Pai, a vida dos sete espíritos e é gerada por eles.  Essa luz é o Filho, brilho, linhagem, núcleo vital ou coração dos sete espíritos.  O esplendor ou fulgor em todos os poderes vêm do Pai e do Filho, e formam ou imaginam tudo na natureza dos setenta espíritos.  Isto é o Divino Espírito Santo.  Então, os cegos judeus, turcos e pagãos, vós vistes que há Três Pessoas na Divindade, vós não podeis negar isto, por vossas vidas, arte e urge estar nas Três Pessoas e a vós urge esta vida deles, e o poder destas Três Pessoas, vossa arte surge dos mortos até o último dia e vive eternamente.
Os livros referidos: “Reformadores antes da Reforma” do Dr. Ullmann; “Horas com os Místicos” de Vaughan; “Sermões de Tauler” e o “Teologia Alemã”, foram traduzidos para o inglês pela Senhorita Winkworth, bem como Anjos Silesium e Senda Mística de Schorader.  Os trabalhos de Boehme foram traduzidos para o inglês no século 17.  Law publicou uma edição com prefácio e lâminas de metal.  Na conta da Teologia de Law foi tirado o “Caminho para o Conhecimento Divino”,“ O Espírito do Amor” e “O Espírito da Oração”.  O último dos discípulos ingleses de Boehme foi o Senhor Walton, joalheiro em Ludgate Hill.  Ele possuía a MSS de Freher inteira.  O seu “Memorial de William Lato” é um livro prodigioso, contendo biografias e conta com muitas exposições de Boehme.  O Senhor Walton consumiu seus últimos anos de vida trazendo a doutrina de Boehme a uma grande perfeição, mostrando mais claramente como Deus foi desenvolvido do abissal nada.

Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt . 1884 . Capítulo X . Místicos . Notas

Visite o site Panteísmo e Cristandade com todos os textos traduzidos: https://sites.google.com/site/pantheismandchristianity/


Rough - Homem correndo


Rough - Homem correndo
lápis HB e 6B s/ papel
12 x 17 cm
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Rough - Homem rezando e sendo surpreendido


Rough - Homem rezando e sendo surpreendido
lápis HB e 6B s/ papel
12 x 17 cm
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Rough - Toco de madeira


Rough - Toco de madeira
lápis HB e 6B s/ papel
12 x 17 cm
2017
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

domingo, 3 de setembro de 2017

É preciso pensar Gaia

É preciso pensar Gaia



É preciso pensar Gaia

Limites de uma fronteira,
que nunca cessa de ceder,
empurrando sempre adiante,
areias de uma praia que vai,
grão a grão,  vai desaparecer...

Montanha cujo seu cume
sofre erosão a muitos kalpas
e vai desaparecendo
aos poucos, bem lentamente,
até só restarem almas...

Floresta que se transforma
em deserto, mui devagar.
Árvores que perdem seiva,
terra que não mais fecunda,
morte pelo interior, do amar...

É preciso pensar Gaia.

Isto é só a mãe natureza.
O homem, a ação do homem,
também queima essas florestas,
desertifica e diz assim,
montanhas, vales, rios, queimem...

Mas não de forma natural.
A natureza tem seu
tempo, medida e valores,
fora da escala humana,
fora do nosso próprio eu...

Para entender a passagem
desse tempo geológico,
tais éons, eras, períodos,
épocas, idades, enfim,
é preciso ser lógico...

É preciso pensar Gaia.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)