segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

“Infiel”




“Infiel”

“Teu riso chora em meu peito
Os lábios irabrasados ferrolham
No hálito farejam murchifolhas!
Teu olhar traicida-se
E
Precipita palavras vociferantes!
Esquecer
Esmigalhar nas mãos!
Livre
Corteja a fímbria do teu vestido
Coleante
Do alto!”

August Stramm

(August Stramm – Poemas-estalactites - tradução Augusto de Campos - Coleção Signus 44. São Paulo: Editora Perspectiva, 2009)

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“a caminho da igreja”





“a caminho da igreja”

“Montanhas soam
Teu andar vibra sóis
As mãos fulgem
Luzes
Estrelas
A torre da igreja dominga
Murmura
Onde está você”

August Stramm

(August Stramm – Poemas-estalactites - tradução Augusto de Campos - Coleção Signus 44. São Paulo: Editora Perspectiva, 2009)

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domingo, 29 de dezembro de 2019

O Choro Maligno



O Choro Maligno
É aquele
Que embaça a vista
Que cria um bolo na garganta
Que te impedem
De respirar.
O choro maligno
É o que vem com as palavras
Que levam a remoer
A dor da falta de afeto
Na crueldade do individualismos em que vivemos.
Num mundo onde os dias e as horas
Parecem terem pressa para o calendário mudar
O choro maligno
É o que cala a voz
No medo de esquecer o passado
E viver o presente
E desejarem o futuro.
O choro maligno
É o que vem
Com a frieza dos olhares
Da falta dos abraços apertados
E do sorriso sincero
Que já não se vê mais.
O choro maligno
Travam guerras, conflitos interiores
Que sangram
Pela falta de humanidade
Pela falta de amarmos ao outro
Como a si próprio.
O choro maligno
Vem da alma
Transita pelo corpo
E fecham corações
Que só querem amar.
Sentimentos de perdas
Que à muitos, impedem de sonhar
De viver
E de amar.
Bartira Mendes Costa
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As Nuvens Bailam



As Nuvens Bailam
Em meus versos
Já falei do pôr do sol
Das noites de lua cheia
Do brilho das estrelas.
Mas hoje! Um tanto mais atenta
Observo e contemplo
As nuvens a bailarem.
Que elegantes em suas formas diversas
Deixam o vento tocá-las
E de onde estou as percebo:
Umas serenas
Outras mais aceleradas
Parecem embaladas a sons diversos
Que o vento faz.
E assim elas percorrem o Universo.
Suas formas
São como mensagens divinas
Que se revelam, também, em cores diversas
Por onde andam
Quase sempre sem serem percebidas
Exibem segredos e mistérios
A serem decifrados
Com o coração de quem busca amar.
A mim, Hoje! Fizeram-me sonhar
E acreditar que o impossível
Torna-se possível
Quando em Deus passamos a confiar
E assumirmos
Que é preciso mudar.
E sem se despedirem elas seguem
Caminhos diversos pra posar
E comigo! Deixam a paz.
Bartira Mendes
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Sete artes cognitivo-ontológicas




Sete artes cognitivo-ontológicas


À semelhança de uma Esteganografia, tenciono realizar uma analogia com As Sete Artes Liberais – o Trivium e o Quadrivium – tão utilizados na Idade Média, para criar um método de abordagem em análise estética e filosófica (basicamente) que englobe um Enlevo Perceptivo (arte-enlevo, interface-enlevo, índice-enlevo e espiritualidade-enlevo) e uma Ascenção Perceptiva (Pedagogia-ascenção, Filosofia-ascenção e Teologia-ascenção).
A Esteganografia é um método que assegura a transmissão segura de dados digitais na rede (web) ou numa intranet, a partir de algoritmo com a linguagem de programação Phyton. Uma Análise de Similaridade Estrutural de Imagens Esteganografadas com Python revela que uma imagem (foto, ilustração, gráfico) e sua versão esteganografada são extremamente similares e demonstram níveis de eficiência para a segurança (e para se obter uma cópia exata da imagem) muito grandes. Os aspectos gráficos das imagens são melhor considerados nessa técnica e é desconsiderado o uso de métodos mais sofisticados de criptografia.
Segurança e exatidão, confiança e similaridade... Por que usar essa analogia? Porque o mundo hodierno relega Deus a um papel de mero Criador que abandonou sua criação, indiferente – quando muito – ou de invenção da igreja para dominar, para explorar e escravizar a massa – em grande parte – e trata os desígnios divinos com escárnio, ironia e aversão.
Na Idade Média (quando foram criadas as Universidades, a despeito de tudo que se possa dizer a respeito da “Época das Trevas”) utilizava-se o Trivium e o Quadrivium. A imagem que se tinha do conhecimento humano – cognitivo-ontológico – era muito mais amplo, muito mais abrangente, muito mais complexo, muito mais humano e... muito mais real, ou ao menos, muito mais próximo do real. Mas como? E nossos progressos científicos? Nossas conquistas? Nossas tecnologias? Perguntariam muitos ou a maioria das pessoas... Nossas conquistas tecnocientíficas, de direitos humanos, culturais e artísticas, bem como em vários outros níveis e áreas não nos tornaram mais humanos, mais irmãos, mais reais. Pelo contrário, a adoção desse modelo de separação, de dissecação dos conhecimentos em partes cada vez menores, cada vez mais específicas nos permite sim analisar tudo, mas perdemos a síntese, perdemos o pensamento complexo, conforme coloca Edgar Morin e outros pesquisadores.
A arte tem como premissa um pensamento englobado em várias áreas – até por isto, o termo usado desde astronomia até música, desde matemática até gramática em tempos antigos – e embora hoje em dia não se fale mais em “arte” no lugar de ciência, a arte, hoje reconhecida como contemporânea, atua e considera um amplo espectro de áreas do conhecimento humano.
Enfim, as sete artes cognitivo-ontológicas (conforme as chamo) possuem uma similaridade com as sete artes liberais por tratarem do pensamento de forma holística, de forma inteira – e não dissecada – e, principalmente por considerarem Deus e o tempo de Deus, num tempo em que se esqueceu do Pai Eterno, do Divino Filho, Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Um tempo em que uma análise de filosofia axiológica (de valores) é confundida com moralismo ou fanatismo religioso, por exemplo.
A imagem do homem contemporâneo de si mesmo é dúbia, subjetiva e débil. Não queremos com isto dizer que o homem de outros tempos era melhor, mas hoje, dispomos de uma tecnologia nunca antes utilizada. Com este nível de tecnologia, o nível de nossa consciência precisa estar acima, ou um pouco acima, desse nível tecnológico ou seremos engolidos por nossas próprias criações, seremos usados e manipulados pelas coisas e não usaremos ou manipularemos as coisas. Será – ou já é? – a coisificação do homem e da mulher, a coisificação da humanidade.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Referências:
Análise de Similaridade Estrutural de Imagens Esteganografadas com Python
Ewerton da Silva Farias
Geoflly Adonias
Carlos Regis
Similaridade Estrutural e Graph Matching
Pedro Henrique Pamplona Savarese 
https://www.cos.ufrj.br/…/slides/Pedro-Similaridade-estrutu…
Os setes saberes necessários à educação do futuro
Edgar Morin e UNESCO
Introdução ao Pensamento Complexo
Edgar Morin

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

“Solitário”





“Solitário”
“Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
“Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
“Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -
“Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!”
Augusto dos Anjos
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“Versos Íntimos”



“Versos Íntimos”
“Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
“Acostuma-te a lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera
“Toma um fósforo, acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro.
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
“Se a alguém causa ainda pena a tua chaga
Apedreja essa mão vil que te afaga.
Escarra nessa boca de que beija!”
Augusto dos Anjos
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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal

Feliz Natal a todos os amigos, parceiros e companheiros de jornada!!!!

Imagem: "A Natividade" | Robert Campin | 1420-1425 | Museu das Belas-Artes, Dijon. França


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

LISTA DE VENCEDORES


A Academia Gonçalense de Letras, Artes e Ciências tem a honra e a satisfação de anunciar os vencedores do nosso Primeiro Concurso de Contos da AGLAC.



domingo, 15 de dezembro de 2019

Ato de pensar



Ato de pensar

Aquele que pensa
Que o pensamento
Foi pensado
Jamais pensou
Antes mesmo de realmente
Se ver pensando.
Construiu ideias
Vagou no querer
Tentou poder
Mas com consciência
Jamais se fez consciente
Da necessidade de pensar.
Um tanto ingênuo
Ou audacioso
Antes mesmo de pensar
Calou todos os pensamentos
Que por sorte
Ou questão de momento
E por direito
Pode pensar
Assim se joga com os pensamentos
Assim nascem os pensamentos
Assim se faz valer
A força que existe
No ato de
Simplesmente Pensar.

Bartira Mendes

(Extraído do livro “Momentos Poéticos” de Bartira Mendes Costa . Editora Bem Cultural . Página 58 . Petrópolis . 2015)

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