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A arte de comunicar e a necessidade de referências
Comunicar é o
que mais se faz hoje em dia. Nunca tantos estiveram tão conectados a outros
tantos como atualmente. A facilidade da
comunicação hodierna rompeu todas as barreiras geográficas, econômicas, sociais
e políticas. Até certo ponto estas
frases anteriores podem ser verdadeiras...
Mas na realidade a comunicação digital, online, ligada à computação e
todas as outras mídias relacionadas não trouxeram para todos o entendimento que
poderia ter sido alcançado. Nem a globalização, nem as mudanças no
comportamento ou qualquer outra novidade trouxeram este entendimento tão
ansiosamente esperado.
Comunicar é o
que menos se faz. Ou o que se faz
raramente. Porque fazer circular
conhecimentos e inovações tem que ser realizado de forma proveitosa. O que não é o caso. O conhecimento e as inovações são divulgadas,
mas sem inteligência, sem critério e... sem proveito. A conexão de todos com todos é reduzida a
grupelhos de interesses – pessoais e/ou coletivos – que atomizam a atuação ou a
compreensão de todos. O resultado é que “a praça” está morrendo, se é que já não
morreu. A “praça pública”, o jornal –
compartilhado – a revista – digital ou impressa – o rádio, a TV, todos os
veículos de comunicação são segmentados em n grupos a escolha do usuário hoje
em dia. Se isto é bom por um lado, por outro é desastroso. É raro o conhecimento compartilhado que
existia há algum tempo atrás. Fecham-se
todos em seus próprios interesses... As barreiras geográficas, econômicas,
sociais e políticas nunca se tornaram tão fortes quanto nesses tempos de
terrorismo, muros de Donald Trump e violência generalizada. Eu poderia enumerar outros argumentos, mas
acredito que não é necessário. O leitor
pode entender perfeitamente onde eu quero chegar.
Tudo está
perdido? Não, longe disso. Mas é preciso
entender que quantidade não é qualidade, que informação não é conhecimento e
que as pausas – ou silêncios – fazem parte da comunicação verdadeira. Preencher todos os espaços de informação – o
capitalismo é mestre nisso – não é garantia de que esta informação irá ser
entendida, compreendida e quem dirá, aceita e/ou utilizada, transformada. Para que se tenha uma reflexão crítica do que
se quer comunicar – e que essa reflexão seja recebida, decodificada e
modificada de acordo com cada pensamento – faz-se mister que haja uma
referência, um ponto de referência cultural, social, econômico e/ou político,
cuja consideração não esteja limitada à toda relativização, todo o tempo, como
se faz atualmente em todas as esferas.
Para mim, essa referência é Deus, a espiritualidade ou o sagrado. Cada um deve encontrar sua própria
referência... Afinal, a comunicação se dá por comparação ou contraste. Nesse
sentido, saber o seu lugar no universo depende sobretudo de referências.
Portanto, é
importante tornar claro que as mídias digitais – e outras novidades tecnológicas
– estão aí para nos ajudar e nos tornar mais livres; bem como as mudanças
sociais, na maior parte do tempo – ou assim deveria ser – porém não é o que vem
acontecendo. Mudar essa sina de subutilização da comunicação é compreender
profundamente que nossa humanidade, nosso lado humano deve ser lembrado sempre
e que comunicar é uma arte. Que tenhamos
a comunicação adequada implementada em nossos veículos midiáticos e outros, com
sabedoria e oportuno proveito para todos.
Paz e luz.
Mauricio
Duarte (Divyam Anuragi)
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