Capítulo XV
Teologias modernas
É um senso comum que o panteísmo, ou alguma coisa que leva esse nome, permeia nossa literatura. Escritores heterodoxos e descritos, um dia como confinados no panteísmo, facilmente, têm ultrapassado a linha pelo ortodoxo, nós temos visto. Não tem sido possível exorcizar a teologia de Platão e Parmênides a igreja católica. O que os satíricos têm dito da natureza, pode ser dito do panteísmo, que pensa verddeiramente com força e sem retorno. Dos escritores modernos, aqueles de quem se tem dito serem panteístas, os primeiros e notórios são:
Thomas Carlyle
É duvidoso nos justificarmos como descritores de qualquer teologia de Carlyle. Nenhum crente em Deus, com exceção de Sakya Muni, alguma vez disse um pouco sobre ele. Carlyle assegurou que sua mãe o colocou na religião e que havia pouca diferença entre eles. Seu nome é o primeiro nome que nos ocorreria na multitude dos iluminados como representantes do panteísmo. Seu Deus são os abismos, as imensidades, os infinitos, e as eternidades; o desconhecido menos do que o conhecido. Mr. Froude diz que Carlyle rejeitou o cristianismo e colocou isto tão como certeza matemática que nenhuma coisa tal como os milagres da Bíblia tenham ocorrido. O argumento de Teufelsdroeck de que os milagres devem estar de acordo com as leis do desconhecido para nós acreditarmos melhor com a confissão do desconhecido, com a crença de que o universo, em si mesmo, foi um milagre, e que todos os seus fenômenos foram, eles mesmos, igualmente incompreensíveis. Nós não sabemos o quão longe Teufelsdroeck foi em representar Carlyle, ele mesmo, mas nós vimos não ter nada mais próximo do que a expressão das suas opiniões sobre o autor. A natureza é chamada de a vestimenta viva de Deus, que é dito vivo e que ama o homem. Sua glória é como o que alguma vez Deus é, presente em cada estrela, através de cada grama e através de cada alma viva. A natureza revela Deus para os sábios e esconde aos tolos. Para Carlyle, como para Espinoza e outros que têm sido chamados de panteístas, a existência de Deus era a maior certeza de todas as coisas. Eles raciocinavam que, como nós temos intelecto e consciência, nós não podemos supor que seja possível que o ser que nos deu isto, não teria ele próprio, estes atributos. Mas o nome de Deus foi colocado como sagrado para o senso comum. O culto mais verdadeiro era o silêncio na presença divina, como dizia Goethe, que o Maior não pode ser nomeado em palavras. Mr. Froude, num curto capítulo sobre a religião de Carlyle, diz: “Ele buscava em todo o sistema do visível e do fenômeno espiritual, como uma manifestação da vontade de Deus em forças constantes – forças não mecânicas, mas dinâmicas, interpenetrando e controlando todas as coisas existentes, das celestes fronteiras últimas do espaço, até as granulações mínimas da superfície da terra, da feitura dos mundos até a ação mais iluminada de um homem. As leis de Deus estão em todo lugar e o bem estar do homem depende dele saber ler isto devotadamente. Como toda a natureza é trabalho de Deus por milagre, também toda a história foi uma Bíblia.
Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt . 1884 . Capítulo XV . Teologias Modernas . Thomas Carlyle.