Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18
Meu Patrono visto por mim
Aqui passo a analisar o livro Manual
do Guerreiro da Luz de Paulo Coelho. O
livro aborda temas universais que permeiam a vida de todas as pessoas –
conquistas, derrotas, escolhas, destino, paixão, esperança, amizade, entre
outros. A publicação é uma compilação de
pequenas histórias ou considerações já publicados antes em “Maktub”, coluna que
fez parte do jornal Folha de São Paulo, e de outros jornais, entre os anos de
1993 e 1996.
Um livro de “lições de vida” não é
original nem tão pouco fora do comum...
Muitos escritores dedicaram seu tempo numa brochura deste tipo. O que há de diferente nesse Manual do
Guerreiro da Luz é que Paulo Coelho se debruça sobre algo constante em sua
trajetória literária – e não só espiritual ou religiosa – desde, ao menos, o
prólogo de As Valkirias (livro autobiográfico).
Refiro-me a citação do seu mestre J. quando diz: “ Porque a gente sempre
destrói aquilo que ama.” Uma afirmação que encerra uma contradição tremenda,
mas verdadeira. Os sonhos vão à ruína
quando se tornam possíveis... Achamos
que não merecemos aquela conquista, aquela vitória, e acabamos a destruindo.
Longe de ser um adágio de magia ou de
religião, a assertiva contém um pensamento filosófico existencialista ou de
espiritualidade profunda e, de acordo com Paulo Coelho, provém do seguinte
poema; dado a ele por J., escrito num guardanapo de papel:
“A gente sempre destrói aquilo que
mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a delicadeza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo,
os valentes, destroem com a espada.”
Seja como for, Paulo Coelho mantém o
foco durante todo o livro em contradições que aparentemente são isto mesmo,
contraditórias; mas que para o interessado nas coisas do espírito, tem todo
sentido. Como diz um dos seus excertos:
“O diabo mora nos detalhes”, de acordo com um antigo provérbio da Tradição.
E mesmo sendo árduo e longo, o
trabalho com o interior sempre vale a pena.
“Um Guerreiro da Luz sabe que tem muito para se sentir agradecido.” Essa
gratidão “não se limita ao mundo espiritual, ele nunca esquece seus
amigos”. “Ele não precisa ser lembrado
da ajuda dada a ele por outros, ele é o primeiro a lembrar e ficar certo de que
compartilha com eles todos os benefícios que recebe.”
Dessa forma, percebemos que este
Manual do Guerreiro da Luz não é um livro de autoajuda como muitos já escritos. Talvez seja um livro de “autotranscendência”,
porque nele podemos encontrar tanto histórias que nos levam a uma reflexão
quanto pensamentos que nos tornam alertas
para uma realidade maior, diferente das superficialidades com que a mídia,
ou a própria sociedade, nos acostumaram ao longo da vida. Um livro para não ter medo da vitória, para
não ter medo de ser feliz... Literalmente...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
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