quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Leia todo dia, escreva sempre

Leia todo dia, escreva sempre



Escrever faz bem.  Para quem escreve e para quem lê.  A linguagem escrita pressupõe um imaginário de decodificação que só pode fazer uso quem é alfabetizado.  A única forma de tirar grande parte da população brasileira da miséria e da pobreza é a educação.  Educação de qualidade, que faça crescer, conscientizar, desenvolver, saborear o saber...
E escrever é muito mais do que só transpor um imaginário decodificado em letras do alfabeto.  Escrever é abrir mundos para si mesmo e para os outros.  É escrevendo que se pode trazer à tona o interior de nossas mentes, almas e espíritos.  Isto não tem preço.  É um tesouro que fica para sempre.
O alcance da língua depende do reconhecimento internacional dessa língua.  No caso da língua portuguesa esse reconhecimento é periférico, mundialmente falando, ao contrário do inglês, do espanhol e do francês, que são línguas internacionalmente reconhecidas.  Mas nossos autores, Machado de Assis, por exemplo, estão em pé de igualdade com qualquer outro escritor nativo de qualquer outra língua.  E quanto ao alcance, não há de ser nada... O português é mais falado do que o japonês...  Falta apenas o devido apoio para nossa língua portuguesa.
Valorizar o ato de escrever é saber mais, é ter mais consciência, é viver mais.  Em 1996, a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro contava com 8 milhões de volumes, sendo naquele ano, a 8ª. maior biblioteca em importância do mundo. Escrever e ler se mesclam e se complementam.  A rigor, quem lê mais, escreve melhor e quem escreve mais, lê melhor.  Por isto, é preciso pensar de modo total quando se aborda a questão da leitura e da escrita. Não é possível pensar em fomentar a literatura no Brasil sem preocupar-se com o alto nível de analfabetismo e o alto nível de analfabetismo funcional.
Escrever, enfim, é visualizar que o que existe pode ser modificado, reformulado, reestruturado, revolucionado.  Sem a faculdade da escrita perde-se o rumo e é possível até pensar – erradamente – que o que existe apenas é do modo que é porque sempre foi e sempre será, numa fatalidade do destino, que não oferece a escrita e a leitura com acessibilidade para todos.
Esperemos que as autoridades responsáveis pela cultura e pela educação possam estabelecer verdadeiras políticas públicas em leitura e escrita para o nosso país. Só assim poderemos trazer o mundo das letras para a população brasileira.  Leia todo dia. Escreva sempre.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Leia mais em: https://issuu.com/smc5/docs/29_divulga_escritor_revista_liter__/81

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