quinta-feira, 29 de agosto de 2019

esse universo fictício em metal


O poema Esse universo fictício em metal, de minha autoria, Mauricio Duarte, participando do Caderno Literário Pragmatha no. 75.




esse universo fictício em metal

boca inox enferrujada de piercings,
se destroem um a um, em uníssono
em um quadrilátero ferroviário,
cheios dum aço fundido, ao redor, sim,
da taba com pajés de cocar fixos
na parede do quadro, simulacro
das vias de caborno catorze num
mundo em alamedas metalizadas...

arranha-céus que se condoem ao ver
hordas de demônios ferruginosos,
cantando e dançando no fundo gasto
e retorcido, metal que não acaba
enquanto não vem o tempo da vinda
do Messias Salvador em ferro gusa,
gozo dos deuses que arrebentam essas
cloacas de concreto armado no fogo...

Mauricio Duarte

sábado, 24 de agosto de 2019

O Zahir


Academia Virtual de Letras
Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 39



O Zahir

Todas as horas
me fazem lembrar
aquele vislumbre...

Não sei se era uma
visagem ou uma sombra,
era algo inefável, isso eu sei...

Momento fugidio
da memória que escapa,
no instante mesmo da lembrança...

Não era verdade, mas
também não era mentira,
era antes, um deslindar...

Uma profusão exacerbada.
De quê, não sei não.
Não me pergunte não...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


sábado, 17 de agosto de 2019

Os jônicos

1. Os jônicos




No quinto século antes de Cristo viveu Tales de Mileto, um amante do conhecimento, um buscador da sabedoria.
Ele visitou o Egito na época em que a batalha sagrada entre ciência e sagrado, inclusive, a batalha para jogar fora a sabedoria da religião egípcia tinha começado. Os padres registravam conhecimento – conhecimento de todos os tipos. Tales aprendeu lá a “escuridão desconhecida ”que produz “água e areia” da qual todas as coisas são feitas. Ele deve ter comparado isso com o que ele leu em Homer e Hesíodo sobre a origem de todas as coisas do Oceanus e de Tethys e, portanto, elaborado o pensamento “água é o primeiro princípio da criação.” Quem sabe ele tenha feito experimentos nisso. Um químico rude ele foi e também, procurou saber que formas materiais são insubstanciais e passageiras. Ele sentia que a fundação da natureza foinuma unidade na qual todas as coisas forma um, uma substância na qual toda partícula – um material capaz de ser formada pelos sóis e pelas estrelas e mundos, árvores, animais e homens, um elemento original com o qual todos oselementos tiveram o seu começo e o que mais semelhante do que a água para seresse elemento original?
É o sangue danaturea, pela qual todas as coisas vivem, sem a qual, todas morrem. Ele pegou um elemento da união original, oque quis dizer com isso, é mais do que podemos dizer. Ele teria se dado conta de que não podia irmais adiante? Ele não fez distinçãoentre o material e o espiritual? Nós nãopodemos responder. Aristóteles dizia queTales acreditava que “todas as coisas estão cheias de deuses. “Laertius que chamava Deus de “omais antigode todas as coisas, poque foi incriado” e Cícero que dizia: “a água está para oinício de todas as coisas, mas Deus foi a mente que criou as coisas daágua.” “Mas porque” perguntouAnaximander, discípulo de Tales “deve ser dada preferência a água em detrimentodos outros elementos? Desse modo, vocêassume que todas as coisas são finitas. Colocando esse elemento entre os outros, colocando-o como o únicoelemento do universo, você o torna infinito. Ele então, cessa de ser água. Porque não chamá-lo, desse modo, “o infinito” é ilimitado, eterno,incondicionado?” Um universo de opiniõessurgiu sobre o significado que Anaximander dava a “infinito”. Ele é material? É incorpóreo? Nós só sabemos que ele acreditou num “infinito” e que todos os seresvierem desse ser. Anaximander teve umsucessor, Anaximenes, cujo pensamento deveria ser determinado com o que éinfinito. Não é água, que é elementomuito grosso, muito material.
Não existe nenhuma existência concebível em pensamento nem perceptível pelos sentidos que apareça infinita – nenhuma essência que seja todas as coisas – e ainda não seja nenhuma delas? Há o que nós chamamos de fôlego,vida, alma. Ele pervade tudo. Ele permeia tudo. Ele penetra tudo. Não é o “infinito”? Nós respiramos ele. Nós vivemos nele. É a alma universal. Isso foi o que Anaximenes quis dizer, nós não sabemos com certeza. Mas é a interpretação do “ar” pelo discípulo de Anaximenes, Diogenes de Apollonia. Ele pensou a divindade como o fôlego divino, ar, espírito, dotado com os atributos da sabedoria e da inteligência e pervardindo o universo do ser. Esses filósofos começaram com essas inquirições que, aparentemente, pertenciam aonatural da filosofia, mas eles não pararam aí; eles não puderam – eles foram além das fronteiras do finito e do fenomenal.

Livre Tradução do escritor e artista visual Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) do livro Pantheism and Christianity . John Hunt . 1884 . Religião Grega . Os Jônicos

Visite o site Panteísmo e Cristandade com todos os textos traduzidos: