O que é poesia?
A poesia é como um fardo.
Um fardo que só se revela na fartura.
Mas o que seria de mim
se eu estivesse livre dessa feiura?
Sim, porque é feia.
É exuberante, eu sei, peca pelo excesso de fratura,
mas não comunica senão suavidades.
Suavidades essas que desembocam numa fissura.
Digo que seja feia porque
estabelece pontos numa fritura.
Frita miolos com intestinos
e da cabeça com a barriga surge uma formosura.
Mas que diabos?
Quanta mesura!
Usei de tantos termos
para chegar a tal usura!
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
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