Poemas de minha autoria publicados na Revista Divulga Escritor no.8 , a Revista Literária da Lusofonia . (na página 93) . http://bit.ly/1owBbnR
Catorze linhas
Linha um:
Decepado o sonho,
o sonhador não sonha mais.
Erra por dentre caminhos,
não tem paz.
Linha dois:
Caminhante por natureza,
especial altivez.
De estirpe nobre?
Quem sabe, talvez...
Linha três:
Saiu à mãe,
o filho mais novo.
A mais velha não.
Parece do povo.
Linha quatro:
Clarividentes disseram
com risos entredentes,
que aquela seria a última,
a última geração, aparentemente, eis
Linha cinco:
Por placebo entendo tarja preta
e por tarja preta
entendo e não entendo.
É letra de médico à caneta.
Linha seis:
Trazido à tona
por vias não usuais
Foi embora à fórceps,
sem nem um aceno, sem mais.
Linha sete:
Temendo por sua sanidade
nasceu logo torto
a fim de que o esquecessem
logo de cara e o dessem por morto.
Linha oito:
De quem eu falo
afinal de contas?
Dele sabe-se pouco,
dela, menos ainda conta-se.
Linha nove:
Desabalada corrida
entre iluminados.
Mas eles correm?
São meninos mimados.
Linha dez:
Não são nada disso.
São apenas eleitos.
Vivem e não se importam.
Pois então, com tantos defeitos.
Linha onze:
Quando desponta o sol
danam-se a acordar
que acordar é uma danação.
E quem dirá levantar?
Linha doze:
Todos rejubilam-se
a vida recomeça.
Nesse pedacinho de terra
e a felicidade atravessa...
Linha treze:
De linhas chamei
esses versos.
De linhas que se entrecruzam
são os diários terços.
Linha catorze:
Não são mais do que linhas,
talvez sejam menos.
Mas não mais.
Espero que sejam plenos...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Jovens velhos
Jovens de ontem,
o ontem de velhos.
Velhos de hoje,
o hoje de jovens.
Ou vice-versa?
Quem sabe?
Jovens numa juventude,
de cadavéricos ares,
pelo todo anseiam
e singram pelos mares.
Mas não alcançam
seu objetivo, não, em tempo algum.
Porque essa é a sina
de todo vivente, triste lundum.
São tão novos
e fazem tudo parecer tão velho.
São anciões, em verdade,
mais antigos do que um escaravelho.
Jovens, jovens,
Logo mortos-vivos serão.
Na última jornada da barca de Caronte,
porque jovens velhos são.
Jovens de ontem,
o ontem de velhos.
Velhos de hoje,
o hoje de jovens.
Ou vice-versa?
Quem sabe?
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