domingo, 1 de março de 2015

Transbordando todo copo

Transbordando todo copo

O clamor daquele dia
era de um vinho branco.
Seco, como o tal, seco...

Mas a noite veio como
todas as noites vem e me
refez a suavidade...

Fui buscar então um tinto,
doce e suave como
a noite descortinava
o pendor das coisas brandas.
Qual o que?  A noite nunca
foi branda; mas aquela foi...

Pude ver o limiar nu
das uvas em um vinhedo.
Das vinhas que são o sumo...

É a vida, tão doce e
seca, ao mesmo tempo, tal
qual este mesmo poema...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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