Leia a nova crônica na minha Coluna do Divulga Escritor: Momentos de Transcendência.
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Momentos de transcendência
Um satori é
difícil de conseguir. Uma experiência
mística que nos transforma alterando um ou vários – talvez todos – aspectos da
nossa vida, tornando-nos iluminados. Por
outro lado, as experiências de kenshô são fugazes e logo desaparecem, deixando
apenas uma lembrança de alegria, contentamento e felicidade sem efeitos
duradouros. Para além do mero kenshô e
do duradouro satori, está o Nirvana, no qual o processo de iluminação é
completo e não temos mais paixões mundanas nos arrastando de um lado para o
outro. Somos budas, sem karma.
Esses momentos
de transcendência são tipicamente experienciados por quem pratica
meditação. E quem não tem essa prática
no seu cotidiano irá estranhar todas essas designações e conceitos. Mas fazendo uma analogia com a situação do
homem contemporâneo, podemos dizer que é uma questão de escolha. Como escolhemos na nossa vida diária assistir
o programa A, o programa B ou o programa C na TV. Como sintonizamos a rádio que mais gostamos
ou sintonizamos na rádio de sempre, só por costume. Como pretendemos ter uma carreira
profissional sólida e consistente ou apenas empurramos com a barriga com aquele
emprego chato que nos dá o sustento mas não oferece nenhuma perspectiva de
melhorar de vida. Isso são
escolhas. E numa abordagem mais ampla,
escolhemos verdadeiramente quem somos, por mais doloroso ou contrário às nossas
expectativas isso seja. Escolhemos o
tempo inteiro sermos pessoas superficiais existencialmente ou pessoas com uma profundidade
existêncial. Mas como? “Eu sou como sou
e é isso que eu sou”. A maioria das
pessoas pode pensar assim durante muito tempo e até durante a vida toda. Porém isso não é verdade. A sabedoria está disponível para todos, assim
como o sol nasce todos os dias para todos.
Nem todos reivindicam essa sabedoria, esse crescimento interno, pessoal
e infinito, mas ele está sempre na lista das possibilidades da nossa vida.
Somos todos
budas em nossa fagulha divina interior e nosso guia interno sabe disso,
colocando-nos, na maior parte das vezes, em oportunidades de vida nas quais
possamos nos desenvolver espiritualmente.
A tragédia é que esquecemos que somos budas e o recordar dessa verdade
transcendente é a maior busca de todos os tempos. A história da humanidade está repleta de
acontecimentos que demonstram que os seres humanos procuram com todas as forças
e vontades, aumentar o seu nível de consciência. E isso é verdade mesmo para os ditos
personagens históricos sombrios, como Hitler ou Stálin, por exemplo. Todos estão fazendo o máximo que podem, de
acordo com o seu nível de consciência.
Desse modo,
sem falsos moralismos podemos afirmar que o samadhi, o nirvana e a iluminação
são para todos e não “coisa de quem medita” ou de “quem é zen”. A energia que permeia os corpos celestes do
espaço sideral é a mesma que nos forma em nossos organismos desde o nível
celular até a nossa pele exterior. Sendo
assim, somos filhos do Universo, reivindiquemos nossa transcendência. Paz e luz.
Mauricio
Duarte (Divyam Anuragi)
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