quinta-feira, 2 de junho de 2016

Doce ou amargo



Doce ou amargo
Quando o sucesso é doce? Quando o sucesso é amargo? O sucesso pode ser amargo? Pode. “Nada mais fracassado do que o sucesso.” Já disseram. O que se quer dizer com isso?
Vencer uma luta fora da ética ou fora da moral (sem moralismos, mas com a certeza de um código de conduta) é, em suma, uma vitória vazia, um sucesso amargo. É preciso ter um caráter? Alguns espiritualistas dizem que não. Dizem que o caráter é um substituto pobre para a consciência, como a esperteza é um substituto pobre da inteligência. Porém, não quero entrar exatamente nesse mérito. Cada um sabe o que é melhor para si e em termos de “falta de caráter” como se fala comumente e, como nós entendemos comumente, o mundo está cheio. Só quero enfatizar que mesmo em situações-limite como a guerra, por exemplo, existe um código de honra (talvez deformado, mas ele existe) e existem crimes de guerra que são passíveis de condenação e punição mesmo em contextos terríveis de guerra por um tribunal internacional.
Os samurais tinham o seu código de conduta, o Bushidô com sete princípios: Justiça, Coragem, Compaixão, Respeito, Honestidade, Honra e Lealdade. Princípios muito elevados e bastante difíceis de serem seguidos ou cumpridos. Mas necessários. Sucesso pelo sucesso é falso, vazio – como eu já disse – e extremamente amargo porque tal vitória só leva a nenhum lugar. Sucesso real significa que há reconhecimento da comunidade e do entorno a respeito do seu trabalho, da sua honradez, da sua liderança ou de tudo isso junto. Esse reconhecimento é mais do que consubstanciação, é transubstanciação. Não é um símbolo ou uma representação, é você mesmo que recebe energias dessa comunidade, espectadores/leitores/fiéis/comandados que enviam essa vibração a você.
Portanto vivenciar o sucesso exige responsabilidade, em primeiro lugar, porque é um grande poder. Mas se esse grande poder não for acompanhado da devida humildade, força moral e compaixão não será realmente ungido pela verdade. Cristo diz: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” Esse ensinamento significa profundamente identificar-se carinhosamente, afetuosamente com o próximo incondicionalmente. É se importar com o próximo antes de se importar com o “engajamento” dele no nosso sucesso. É preciso vivenciar o real sucesso ou rejeitar o falso sucesso amargo. Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


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