domingo, 5 de junho de 2016

Graça



Graça

Pode ser graça
O grito? Pode.
E eu gritei como
Nunca e sempre
Ao saber dele,
O próprio grito...

Sim, porque não
Era eu que fazia,
Era sim, o grito
Que me gritava
Respondia ao
Meu mesmo gritar...

De tanto gritar,
A rouquidão
Dessa garganta
Subiu ao céu
Da lua e não,
Não volta mais...

Como tamanha
Foi a dúvida
Sobre vínculos
Dessa gritaria,
Os deuses ainda
Tiveram poder...

Poder de ser,
Ter, dispor, fazer
E compreender
Que minha voz,
Rouca voz, é
Apenas graça...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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