Informação, conhecimento e espiritualidade
A Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro contava em 1996 com 8 milhões de volumes, mais ou menos, e mantinha o posto de a 8ª. Biblioteca do mundo em importância. Por mais vasto que fosse ou que seja hoje o seu acervo não chega nem perto da infinidade de material disponível na web para todos, de uma forma ou de outra, gratuitamente, ou com acesso relativamente barato. Como essa amplidão se reflete, em termos de espiritualidade, no homem contemporâneo?
Primeiro é preciso pensar que tamanha informação disponível descortinou um sem número de questões filosóficas, místicas, espirituais, morais, éticas, humanas e de toda ordem, número, gênero e grau, em qualidade e quantidade, nunca vistas na história da humanidade. Toda essa informação, devidamente apreendida por Universidades, pode vir a ser transformado em conhecimento. Além disso, é fato que a descentralização do saber ocorre em passos largos não só pela informatização e pela rede mundial de computadores, mas pela própria globalização que, embora ameaçada por terrorismos, catástrofes naturais, acidentes vários e outras “vicissitudes contemporâneas”, não parou e nem dá sinais de que vai parar. Porque impulsionada pela ampliação do capital, que ocupa todos os espaços possíveis e imaginários, a globalização almeja transformar o mercado em mercado global o quanto antes em áreas inacessíveis ou longínquas do mesmo modo que faz com os grandes centros urbanos e suas periferias e subúrbios...
Nesse contexto, a espiritualidade ou religiosidade tem pouco espaço de manobra. Reduz-se, muitas vezes, ao ambiente do lar e da intimidade pessoal, quando muito, haja vista que, a mente do homem atual não para de pensar num só segundo. Esvaziar a mente ou experimentar um minuto de silêncio não é fácil. A mídia usa de um marketing que visa preencher todos os espaços, e, claro, o imaginário coletivo e pessoal é um espaço disputado – e muito disputado – tanto pelos grandes conglomerados empresariais quanto por comércios locais e pequenos negócios.
Gerir a informação adequadamente e proveitosamente é tarefa hercúlea para nós, pessoas do nosso tempo. Mas quanto mais tarefas diárias tivermos e quanto maior for o caos informacional a que somos submetidos no nosso tempo interior, maior é a necessidade de meditação. Querer escapar dessa necessidade é, a um só tempo, criar mais confusão e mais caos e/ou correr o risco de estafa emocional, psíquica ou de desordens de saúde física e espirituais também. Porque o “lixo mercadológico” da sociedade de consumo que é jogado todos os dias com Facebooks, Whatsapps, Twitters, TV, rádio, revistas, jornais, entre outras mídias, precisa ser digerido pela nossa mente de algum modo. Por isto, é necessariamente fundamental possuir centramento e discernimento, bem como consciência corporal, mental e da alma elevados e estimulados sempre. O que só é conseguido por meio de meditação.
Que um exercício espiritual, conforme nossas crenças, visões de mundo e concepções filosóficas e/ou espirituais possa fazer parte da nossa rotina diária. Só assim será possível viver plenamente e com qualidade. Paz e luz.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
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