terça-feira, 6 de julho de 2021

Módulo 1 - 3a. aula – Arte e fluxo

 

Módulo 1 - 3a. aula – Arte e fluxo

Meu nome é Mauricio Duarte. Sou designer gráfico, ilustrador, artista visual, escritor, poeta e romancista. Hoje quero abordar o tema do fluxo. Qualquer atividade humana pode proporcionar prazer e possibilitar criatividade – e fluxo – guardadas as devidas proporções (uma jornada laboral estafante não o permitiria ou dificilmente o permitiria por mais que para o indivíduo aquilo possa ser um trabalho digno e prazeroso, salvo a título extremo de “catarse”) e as devidas hierarquias (delegar poder a quem não possui a responsabilidade ou a competência para tanto).

As atividades artísticas, no entanto, possuem a qualidade de, regra geral, mobilizar o artista totalmente, integralmente, como num sacerdócio... O sujeito passa a viver arte 24 horas por dia. Neste contexto, o fluxo ocorre. O fluxo é a sensação de tempo e espaço dissolvidos num “momento mágico”, onde tudo parece perfeito, tudo harmônico, tudo no seu lugar... Um vislumbre do céu a partir de alguma atividade. Porém esse vislumbre “é falso”. É um satori e não um samadhi, usando a linguagem oriental. Se se deseja alcançar a iluminação, é preciso ignorar tais vislumbres e não tentar nunca rememorá-los ou revivê-los na memória de alguma forma. É preciso esquecê-los em favor da consciência cósmica total que só o iluminado pode atingir.

Isto não desmerece, de nenhum modo, a arte. Pelo contrário, só demonstra a grande riqueza que tal ocupação pode proporcionar. E aí incluem-se desde a arte zentangle, com os seus padrões repetitivos abstratos ou decorativos, sem pretensões maiores até a arte musical erudita mais elaborada e sofisticada, a sinfonia, a orquestra sinfônica, passando pela arte zen, ou arte objetiva, nas suas intuições esotéricas profundas...

Daniel Goleman em seu livro Inteligência Emocional trouxe grande contribuição para o estudo do fluxo. Nesse sentido, aprofundou as pesquisas relacionadas ao insight e a Gestalt, no que possuem de cognitivo e humanista, nas mais amplas acepções desses termos.

A arte-enlevo considera o êxtase, o enlevo e a epifania para avançar numa abordagem das sete artes liberais que se utilize primordialmente nas humanidades. Literatura, poesia, ensino, filosofia, pedagogia, teologia, design gráfico, artes plásticas, espiritualidade e áreas afins, sendo pensadas de acordo com o chamado a Deus, cultivando a amizade com Cristo. Levando o amor aos mais altos picos da existência. Enlevo e ascensão. Heroísmo filosófico e Conspiração de consciência. Tudo isto amalgamado, em união, plasmado nas sete artes cognitivo-ontológicas (pedagogia-ascensão, filosofia-ascensão, teologia-ascensão, arte-enlevo, interface-enlevo, índice-enlevo, espiritualidade-enlevo).

Todavia, a verdade só pode ser alcançada indiretamente... Quando achamos que a alcançamos, é quando ela está mais distante de nós do que nunca esteve antes. Daí o papel da analogia com a estaganografia. O que a expressão verbal não pode dar conta diretamente, o fará trilhando veredas ainda não exploradas, por meio de conjecturas alegóricas esotéricas, de analogias espirituais, de comparações e ressignificações holísticas, num processo contínuo, sem fim.

Assim, a transformação para o homem novo prossegue e só poderá ser produtiva e consciente quando buscada pelo crescimento interior. Crescimento interior esse, que é uma jornada infinita, é nossa prioridade, nossa arte, nosso norte, nossa vida.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Bibliografia consultada:


O Espírito Criativo . Daniel Goleman, Paul Kaufman, Michael Ray . Cultrix . São Paulo . 2009.


Inteligência emocional . A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente . Daniel Goleman . Objetiva . Rio de Janeiro, 1995.


Criatividade e grupos criativos . Domenico De Masi . Sextante . Rio de Janeiro . 2003.


Destino, liberdade e alma . Qual o sentido da vida? . Osho . Academia . São Paulo, Planeta . 2011.


Desvendando Mistérios . Chacras, Kundalini, os Sete Corpos e outros temas esotéricos . Osho . Alaúde . São Paulo . 2006.


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