quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Porque o mundo gira tão rápido...



                Por que o mundo gira tão rápido?  Porque não podemos nos dar o luxo de uma pausa?  Um momento que seja para contemplar, para estar em sintonia maior com o Universo?  Porque a vida é assim, dirão alguns.  Tempo é dinheiro, dirão outros.  Mas a verdade é que não nos programamos para isso...  Apenas vamos vivendo e enquanto as doenças do stress não chegam, para nos fazer parar, apenas vamos vivendo mal, muito mal.
                E o que significa programar-se para um relaxamento, uma pausa no dia-a-dia corrido? Significa muitas coisas, mas sobretudo significa permitir-se esse momento, acreditar que você merece aquele momento de paz, que você é alguém no mundo que merece aquele espaço tanto quanto qualquer outra pessoa.   E merece aquele espaço com qualidade de vida, algo que só se pode ter caso estejamos com consciência do nosso lugar no mundo.  
                Nesse sentido, é muito significativo o pensamento de Mário Quintana: “Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.” Fundamental é a reflexão verdadeira para consigo mesmo de que o Universo nos criou do jeito que somos.  Desse modo, podemos perceber que ele (o Universo) está colaborando para a nossa felicidade todos os dias, porque fazemos parte dele, somos uma partícula desse Cosmos infinito.  Essa existência quis ser representada por nós como somos, seres humanos plenos de consciência criadora.
                O mundo gira rápido, certo... Então, o que fazer?  Girar mais rápido do que o mundo, afinal “pedras que rolam não criam limo?” Acredito que nem os Rolling Stones seguem essa receita, haja vista a grande longevidade do grupo.   Não, o certo é que a vida não espera que tenhamos tempo para ela, porque ela sempre tem tempo para nós, basta olharmos e vermos o quanto de vida em abundância temos à nossa disposição todos os dias.
                Se apesar disso você ainda não tem tempo para parar um pouco a rotina do cotidiano, reveja seu pensamento com relação à vida.  Talvez você esteja pensando demais num futuro que ainda não veio ou lamentando-se num passado que não volta mais.  Viva o hoje, o aqui e o agora.  Não deixe para amanhã o seu momento de paz, porque o mundo gira tão rápido...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)           


domingo, 3 de novembro de 2013

Alma do amor




Alma do amor...
Vem para mim meu amor.
Estou contigo.
Amo-te com a alma.

Troco um coração por uma alma.
Se a alma for muito mais cara,
não me importa,
pago a diferença.

Com um coração posso ter todo o mundo,
mas com uma alma...
Ah, com uma alma,
eu tenho o poder de mil mundos.

Com uma alma
eu posso, inclusive,
arranjar um coração
e amar, amar fundo.

Amar tudo com alma.
Pena que eu esteja atrasado no jogo da vida
e não haja mais tempo
para trocas de tão alto valor.

Alma, a minha
está guardada,
mas o coração eu trocaria.
Trocaria por mais uma alma.

Afinal, onde está o seu tesouro
está o seu coração.
O meu tesouro é espiritual
e eu ganharia mais uma alma.

Como num videogame,
viveria mais uma vez.
Revivido, um homem novo.
E estaria de bem com a vida.

A alma do amor,
o amor da alma.
Estaria, em essência,
em consonância com o cosmos.

Alma do amor...
Vem para mim meu amor.
Estou contigo.
Amo-te com a alma.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Eu, introvertido?



                Para viver em sociedade é preciso ser extrovertido?  Não há lugar para os tímidos, os recatados, os recolhidos?  Pois bem, não há lugar para mim então... Mas como é ser tímido?  É como se viver olhando pela janela fosse melhor do que passar por uma porta; é ser coadjuvante discreto no mundo exterior para ser ator principal no seu mundo interior, que, a princípio, para o tímido, é muito mais importante.
                Não que eu seja tímido a ponto de me tornar taciturno, triste.  Mas sou silencioso sim.  Prefiro a solitude à solidão.  Sou introvertido sim, mas com limites.  Gosto de uma boa conversa com amigos, gosto de passar tempo em companhia de outras pessoas.  Mas nada que interrompa o fluxo de meus pensamentos no meu mundo interior, nada que me faça destoar da música que canto interiormente, minha reserva pessoal de paz e interioridade.
                Tampouco sou dado às multidões, às concentrações de muitas pessoas.  Irrito-me um pouco na massa, embora seja bom imiscuir-me na multidão (só mais um, no meio de tantos) não sinto atração pelos eventos coletivos de grande monta, como shows (só se for ao ar livre, aí passam uma energia boa) ou cinema (embora eu adore um bom filme).  Também não gosto de reivindicações coletivas.  Nem no auge das minhas militâncias sociais juvenis eu participei de passeatas, manifestações ou protestos. Não faz parte da minha personalidade.  Prefiro ficar numa boa biblioteca, visitar um museu ou um centro cultural.
                O que quero dizer é que o sentido mesmo de pertencer a um grupo não me atrai, a ponto de hoje eu estar em profundo mergulho no meu eu interior para criar arte e literatura.  Mas hoje é quase impossível ser assim ou estar assim em algum momento, porque somos solicitados a participar de grupos quase que o tempo todo. Apesar de todo o verniz de absoluto apoio ao individualismo pela nossa sociedade de consumo.  Esse apoio só se verifica, a rigor, se não impede o indivíduo de consumir os produtos e/ou serviços da mídia em geral.
                Hoje em dia, dizer-se introvertido é condenar-se e poucos são os que se apresentam assim, mesmo quando são assim, sem sombra de dúvida.  Disfarçam, sorriem, fazem gracejos, tudo para maquiar a própria solitude de personalidade.  Encenação devidamente vigiada pela ditadura da extroversão, a ponto de levar a sérios problemas psicológicos ao não aceitar-se a si mesmo como é.
                Enfim, se não há lugar para os tímidos, o lugar mesmo não é digno desse nome.  Porque sempre existiram e sempre existirão aqueles para quem a janela é melhor do que a porta no mundo exterior e a porta é melhor do que a janela no mundo interior.  Viva os tímidos!!!

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Voto obrigatório e liberdade


             
                A liberdade é liberdade ou é apenas uma palavra vazia de significado para o homem contemporâneo? Porque o significado é intrincado...  Liberdade significa estar em consonância com a própria consciência, respeitando-a, bem como à consciência dos seus semelhantes.  Significa viver plenamente com amplo convívio dos direitos e deveres de cada um e de todos.
                Porque eu não consigo achar normal que alguém me convença que votar é obrigatório?  Porque não é normal... Nos países com um mínimo de democracia consolidada não é obrigatório... Mas nós não temos “uma democracia consolidada”... dirão alguns... E quando teremos?  Quando a liberdade de ir e vir for privilégio de uma minoria?  Quando voltarmos à ditadura militar?  Não, nós já teríamos que ter essa ideia e esse planejamento arraigado às nossas consciências de cidadãos desde já.
                A liberdade é liberdade ou apenas uma reivindicação?    O que seremos, como povo (que tem identidade e que é diferente de massa que não a tem) irá depender de nossas ações e de nossas opiniões para além de uma falácia como aquela de que o povo deve ser guiado pelas mãos para que possa exercer sua cidadania.  Um povo que é digno não teme desbravar caminhos nunca dantes desbravados, como fizeram os portugueses a se lançar ao oceano para descobrir novas terras.  Mas dizer que esses caminhos nunca foram trilhados é também outra falácia.  O voto é livre nos EUA, por exemplo, há muito tempo.
                O que desejamos para nossos filhos?  Uma mentira descarada (e escarrada pelas elites) de que somos uma democracia quando nem chegamos a nos mostrar como nação.  Ou preferiremos uma verdade, ainda que imperfeita e carente de correções pelas futuras gerações?  Há que pensar em acabar com essa instituição da escravidão: o voto obrigatório. 
                Dessa decisão dependerá a nossa identidade brasileira como povo.  E nos tornará ligados à democracia como um todo da humanidade planetária.  Ou não seremos nada e continuaremos a fazer nossas futuras gerações a serem um grande nada também.  E sem liberdade.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)