domingo, 23 de novembro de 2014

Dores domesticadas

Dores domesticadas

Duras dores douradas com o sol
me assaltam quando recito a
oração que aprendi há tanto...

A noite chega e cobre tudo
com seu manto de mansidão e de
sabedoria desse que já foi,

o dia, dolorido o dia...
Como um boi, sepultado em si,
um morto-vivo domesticado.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



sábado, 22 de novembro de 2014

O meu sonho, o seu sonho, os nossos sonhos

O meu sonho, o seu sonho, os nossos sonhos

O mundo é do tamanho do seu sonho. Sonhe alto, mas cuidado para não cair de cara no chão. Seja como uma árvore, alçando grandes alturas, porém com os pés firmemente plantadas no chão. Alguém já disse isso com outras palavras, mas não sei quem foi.  Na verdade muitos autores já colocaram essa mensagem um sem número de vezes ao longo do tempo do que conhecemos como a nossa civilização.
Retrata uma realidade que pode mostrar-nos um caminho a seguir tanto quando nossas aspirações são muito grandes e ambiciosas quanto quando elas são mundanas ou ordinárias demais. De um modo leva-nos a pôr os pés no chão, trazendo-nos à realidade e, de outro modo, dão-nos um vislumbre da maior magnitude que não estamos conseguindo ver em nossa pequenez.
Se é o seu sonho, farei de tudo para que você o consiga. Foi com esse pensamento que passei muito tempo da minha vida ajudando pessoas e amigos.  Não interferir no sonho de outrem e, mais do que isso, corroborar para que se realize é estar em sintonia fina com o universo; é saber que não estamos sozinhos e que tudo o que fazemos reverbera e atinge, mais cedo ou mais tarde, quer queiramos ou não, a vida dos que estão à nossa volta e, segundo a teoria do caos, até a existência de quem está muito longe e que nem sabemos que existe.
O sonho pode ser algo pueril e comum ou sofisticado e especial, mas o certo é que essas classificações são subjetivas e relativas.  Por que o que pode ser simples para alguém, pode significar a própria vida em complexidade para outra pessoa. E se o meu argumento não o convenceu de todo, experimente resignar-se quanto à alguma escolha sua que o fez não levar adiante um sonho e depois conte para alguém, amigo ou estranho e verá o quão negativo e, talvez, simplesmente bobo, você está sendo.  Eu espero, sinceramente, aliás, que você nunca tenha que experimentar esse tipo de resignação na vida.
Sonhos são feitos para serem sonhados e... realizados. Sim, afinal de contas, tudo que pode ser sonhado pode ser realizado.  Esteja certo que o universo conspira a nosso favor quando estamos completando algo para um fim que desejamos ardentemente. Desse modo, sonhe, faça suas escolhas e as torne realidade; o cosmos assim quer e deseja. Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

http://www.divulgaescritor.com/products/o-meu-sonho-o-seu-sonho-os-nossos-sonhos-por-mauricio-duarte/


Apenas fique

Confira o poema Apenas fique de minha autoria, Mauricio Duarte no Caderno Literário Pragmatha no. 2 . http://cadernoliterario.com.br/leia-online/edicao-02/3505-Apenas-fique

Apenas fique

Não me atire
sua culpa não.
Eu não a tenho.

Não me atire
um murmurar não.
Não provoquei.

Não me atire
a angústia.
Que eu não quero.

Apenas fique
e eu ensino
como engolir,
deglutir e dar
por nós, sempre sim,
o infinito...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Séculos, milênios, kalpas

Visite a Antologia Fênix Logos no.11 e leia meu poema Séculos, milênios, kalpas . Obrigado. Bem vindo(a).
http://www.carmovasconcelos-fenix.org/LOGOS/LOGOS-11NOV-2014-poesia-35.htm#

Séculos, milênios, kalpas

Séculos, milênios, kalpas.
A um tempo imorredouro
foi dado a conquista do mar,
da terra, do ar, um tesouro.

Esse tempo remonta muito
às civilizações antigas
como a uma Atlântida
ou uma Lemúria, amigas.

Que esse período leve
você, ah, do meu pensamento.
Que nosso amor sobreviva
no maravilhoso momento.

Séculos, milênios, kalpas.
Tudo vai passar, sem dúvida;
voltaremos aos nossos cantos,
eterna busca, uma vida.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

domingo, 16 de novembro de 2014

Celebração ao norte

Fiquei em nono lugar (Classificação de Neófito da Ordem) no Prêmio Feiticeiro das Letras 2014 organizado pela Academia Alquimia das Letras com o poema Celebração ao Norte de minha autoria:

Celebração ao norte
Última sexta-feira do mês.
Na Lua cheia de Ishtar,
abre o círculo mágico,
riscado de giz a revelar...

Ishtar, deusa mãe, a Isis.
Irmã de Shamash, é igual.
E filha do deus Sin, lunar.
É protetora do ritual.

Março, após o equinócio,
início das plantações, campos.
Magia evoca guardiões,
a todos os animais mansos,

pelo poder do homem em si,
por todo ato de vontade,
a obra realizar-se-á
na volúpia ou castidade.

O altar é preparado, sim.
Com esmero, velas, faca,
cabo, pentagrama, cálice,
a lâmina curva, a vara.

No círculo todos recitam
palavras de força, de poder.
Especial momento, algum
dos adeptos pode querer

de seus desejos, anseios
realizados em mim,
agradecidos aos deuses,
fecha-se o círculo enfim.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pesquisando livros

Pesquisando livros

Livros numa lupa de mão,
páginas num conta-fio.
Eu simplesmente me guio.

Os vôos da cotovia.
As linhas do parágrafo.
Vou beber um café, bravo!

Os volumes esperando,
calhamaços esperando.
Eu digo: eu é que mando.

Li a brisa no meu rosto.
Brisa suave, refresca,
letras e palavras mescla.

Continuo folheando.
A pesquisa não findou,
mas meu dia acabou.

São esses os capítulos,
minha vida em leitura,
a minha alma desnuda...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sábado, 8 de novembro de 2014

Blog da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo

Blog da Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo da qual eu participo .http://sociedadesal.blogspot.com.br/

Fluxo


Fluxo
guache e ecoline s/ tela
40 x 40 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Minha felicidade

Minha felicidade
Minha felicidade era estar naquela sombra
com você, a amada, junto a mim, sempre comigo
e não lembrar, nem querendo, que o sistema me compra,
deixando claro: é muito pouco o que eu consigo...
Minha felicidade era estar de novo ali
com você, a sós, que sempre quis a mim e nenhum mais.
Saudade daquele tempo que não foi perfeito, fali.
Falhei com você e nossa embarcação não teve cais...
Minha felicidade era morrer, morrer de amor,
ao seu lado, minha namorada, doce e virginal;
que vivêssemos juntos, sublimando toda nossa dor,
trazendo vida, coração e pecado original...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Sempre

Sempre

Cecília...
sempre Cecília
Meireles, é certo.
Até nos momentos
ruins ou, talvez sim,
por causa deles.

Como nos olhos de
opala do homem
pobre que, tão pobre,
parecia divino.
E que, tão antigo,
parecia menos
mortal, parecia
imortal na sua
pobreza de homem
vivo, existente.
Mas sendo imóvel,
só a testemunha
da sua pobreza.

Cecília...
sempre Cecília
Meireles, é certo.
Até nos momentos
ruins ou, talvez sim,
por causa deles.

(Homenagem à Cecília Meireles e ao seu poema Pobreza)


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A natureza das coisas

A natureza das coisas

O homem é um animal político, um animal social como dizia Aristóteles? Nem sei mais se era o filósofo mesmo que disse isso.  Em tempos de internet tudo é possível.  Talvez descubram que foi Marx, ou pior, o Grouxo Marx. Brincadeiras à parte, por conta de má interpretação, Karl Marx construiu seu O Capital encima da luta de classes.  Porque se o homem é um animal político, tomar o poder teria que ser a expressão máxima de virilidade masculina ou da doce autoridade feminina.  Mas essa exacerbação do exercício de poder não é um exagero dessa questão? 
Que o homem é um animal gregário não discuto e, inclusive, confirmo e dou fé que assim é.  Porém existem maneiras mais sensíveis, sutis, produtivas e sobretudo mais humanas de exercer as relações entre as pessoas do que criando hierarquias e impondo à  sua vontade de forte – quando é um dos poderosos que atua – aos demais que são fracos – quando trata-se dos que não possuem os modos de produção, por exemplo.
Uma dessas alternativas seria a cooperação e dela, surge imediatamente, a livre associação como sendo o reverso da moeda.  Haja vista que mesmo sendo o melhor caminho dentre todos, há de se prever que alguns – ou muitos? – não quererão fazer parte dessa via. De que exatamente estou falando?  Da natureza do ser humano, porque a essência de um homem ou de uma mulher não pode limitar-se a uma mera figuração política, econômica ou até mesmo social. Ou pode? Eu acredito que não.  Por dois motivos, a vida é valiosa, não há nada de mais valor do que uma vida.  E além disso, ela não nos pertence; porque mesmo que queiramos morrer isso não é algo muito elevado do ponto de vista espiritual para dizer o mínimo.  Na verdade é o pior dos níveis espirituais dos quais um ser humano pode chegar, a despeito de qualquer opinião sobre a validação da eutanásia que se possa ter.  A vida – e a nossa inclusive – pertence a Deus, a uma força maior, ao Todo, a Luz superior, seja como queiramos chamar.
A natureza da vida é dar certo, bem como é a natureza do bem.  O ser humano é de longe o mais preparado para gerir os recursos do planeta Terra e o que tem feito?  Destruído milhões de hectares de florestas todo ano, poluído os mares sem dó nem piedade juntamente com emissões de gás carbônico no ar e a extinção completa de muitas espécies animais.  Tudo isso ininterruptamente desde que se conhece a civilização industrial até hoje.
O homem deve ter em mente que a sua responsabilidade é grande e responder a essa responsabilidade com argumentos prontos e pré-moldados ou pré-definidos não vai levar à lugar nenhum.  A pergunta que me faço é: O homem é um animal verdadeiramente apto a viver em cooperação?  Porque essa é a natureza das coisas, é assim, aliás, que a natureza funciona desde os organismos unicelulares até os insetos e animais de maior porte só para não citar casos igualmente cooperativos nos reinos vegetal e até mesmo mineral.
Tenhamos em mente, desse modo, que viver pressupõe favorecer a vida em todas as instâncias, níveis e planos – inclusive os planos espirituais – e essa é nossa missão como seres humanos. Estaremos prontos para vivenciar a natureza das coisas?

Mauricio Duarte


Leia mais: http://www.divulgaescritor.com/products/a-natureza-das-coisas-por-mauricio-duarte/

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Livre tradução do Livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VI . A igreja

Capítulo VI
A igreja

A escola neo-platonista começa com Philo, o judeu e termina com Proclo. Esse é um lado.  Outro lado é que começa um tempo muito diferente e ainda não terminou.  Na realidade, houveram três tipos de neo-platonistas: um aliado dos antigos gentios, outro com o judaísmo e um terceiro com a nova religião do crucificado.  Tinha sido formalmente disputado se Platão ou Moses foram os fundadores da filosofia grega e, agora, está em disputa se a filosofia neo-platônica foi emprestada do cristianismo ou se os pais da filosofia alexandrina tomaram emprestado sua filosofia dos pagãos neo-platônicos.
Os únicos autores do Novo Testamento cujos escritos nós achamos manifestações definitivas de relacionamento com a filosofia grega são de São João e São Paulo.  E também, o evangelho de São João é tão marcado pela filosofia grega e pelo discurso filosófico que deixa a suposição que não tenha sido escritor pelo pescador da Galiléia.  Nós devemos lembrar, no entanto, que João passou um bom tempo na Ásia menor, onde ele pode ter tido contato com toda forma de filosofia como era conhecida no mundo grego.  Pode ser verdade que ele não achou o Logos em Platão, mas nós sabemos do Philo Judeus e de alguns contemporâneos dele que o Logos num sentido muito próximo do sentido do evangelho de São João estava em uso comum entre os judeus da Alexandria.  O Logos estava no começo. Ele estava em primeiro lugar com Deus, ele era Deus.  O Logos de João tem a mesma relação com Deus que na teologia de Platão “mente” tem que ser “ser”. Apenas São João foi mais longe.  Ele disse que o Logos estava encarnado em Jesus de Nazaré, fazendo Jesus divino.
Os escritos de São Paulo tem mais de hebreu do que de grego.  Suas ilustrações, sua lógica, sua retórica, são todas judias.  Mas São Paulo, confessadamente, foi familiar da literatura grega.  Que ele teve muitos pensamentos em comum com Philo é evidente das suas passagens na Epístola aos Colossenses, onde ele fala do Filho como “a imagem do invisível Deus” e nos Hebreus, supondo que essa Epístola tenha sido escrita por São Paulo, onde ele diz que o Pai fez os mundos pelo Filho, que é “o brilho da sua glória e a imagem expressa da sua pessoa.”  Que São Paulo não considerava a filosofia dos gentios como pura escuridão está manifestado quando da sua carta aos atenienses, na qual se refere  e endossa a doutrina favorita dos gregos como a primavera de Deus.


Livre tradução do Livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VI . A igreja

Revista Cultura no Mundo

Visite o link da revista Cultura no Mundo no. 3 e leia a minha participação com o mini-conto As riquezas na página 20 de minha autoria .http://issuu.com/culturanomundo/docs/cultura_mundo_03

Nódoas 2


Nódoas 2
nanquim s/ papel
21 x 29,7 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Nódoas


Nódoas
nanquim s/ papel
21 x 29,7 cm
2014
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)