Capítulo VI
A igreja
A escola
neo-platonista começa com Philo, o judeu e termina com Proclo. Esse é um
lado. Outro lado é que começa um tempo
muito diferente e ainda não terminou. Na
realidade, houveram três tipos de neo-platonistas: um aliado dos antigos
gentios, outro com o judaísmo e um terceiro com a nova religião do
crucificado. Tinha sido formalmente
disputado se Platão ou Moses foram os fundadores da filosofia grega e, agora,
está em disputa se a filosofia neo-platônica foi emprestada do cristianismo ou
se os pais da filosofia alexandrina tomaram emprestado sua filosofia dos pagãos
neo-platônicos.
Os únicos
autores do Novo Testamento cujos escritos nós achamos manifestações definitivas
de relacionamento com a filosofia grega são de São João e São Paulo. E também, o evangelho de São João é tão
marcado pela filosofia grega e pelo discurso filosófico que deixa a suposição
que não tenha sido escritor pelo pescador da Galiléia. Nós devemos lembrar, no entanto, que João
passou um bom tempo na Ásia menor, onde ele pode ter tido contato com toda
forma de filosofia como era conhecida no mundo grego. Pode ser verdade que ele não achou o Logos em
Platão, mas nós sabemos do Philo Judeus e de alguns contemporâneos dele que o
Logos num sentido muito próximo do sentido do evangelho de São João estava em
uso comum entre os judeus da Alexandria.
O Logos estava no começo. Ele estava em primeiro lugar com Deus, ele era
Deus. O Logos de João tem a mesma
relação com Deus que na teologia de Platão “mente” tem que ser “ser”. Apenas
São João foi mais longe. Ele disse que o
Logos estava encarnado em Jesus de Nazaré, fazendo Jesus divino.
Os escritos de
São Paulo tem mais de hebreu do que de grego.
Suas ilustrações, sua lógica, sua retórica, são todas judias. Mas São Paulo, confessadamente, foi familiar
da literatura grega. Que ele teve muitos
pensamentos em comum com Philo é evidente das suas passagens na Epístola aos
Colossenses, onde ele fala do Filho como “a imagem do invisível Deus” e nos
Hebreus, supondo que essa Epístola tenha sido escrita por São Paulo, onde ele
diz que o Pai fez os mundos pelo Filho, que é “o brilho da sua glória e a
imagem expressa da sua pessoa.” Que São
Paulo não considerava a filosofia dos gentios como pura escuridão está
manifestado quando da sua carta aos atenienses, na qual se refere e endossa a doutrina favorita dos gregos como
a primavera de Deus.
Livre tradução
do Livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VI . A igreja
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