quinta-feira, 7 de maio de 2015

As cartas estão dadas

As cartas estão dadas

Sabe quantos concertos de orquestras reais já tocaram na rádio do governo de esquerda? Muitas... Duas coisas obsoletas e ultrapassadas que se merecem, diriam alguns. Mas não é assim. Os concertos de orquestras reais tem o seu valor. Eu não entendo nada de música clássica; nem que quisesse eu poderia argumentar sobre as virtudes de uma orquestra real. As rádios do governo de esquerda também tem o seu valor. Eu não entendo, da mesma forma, nada sobre rádio ou governos de esquerda e não saberia discorrer sobre esses assuntos.
Porém já passou muita água por debaixo da ponte. E até nobres já abdicaram da nobreza para tornarem-se revolucionários de esquerda. Porque então uma rádio do governo de esquerda deixaria de lado a sua programação de música clássica só porque as orquestras são reais? Esse, na verdade, é um pseudo-problema. Uma espécie de blefe do jogador de cartas ou mesmo da banca.
Os jogadores são os que querem a mudança do que está aí no cenário político mundial. Os que não querem mudança nenhuma do que está aí no cenário político mundial também são jogadores. Cada um de um lado. Já os que se julgam neutros, os que dão as cartas, são meros empregados da banca.
E as cartas? As cartas são nossas vergonhas, frustrações e desesperanças frente à toda injustiça, à toda violência, à toda guerra, à toda fome e à toda incompreensão no mundo. As cartas estão dadas.


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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