quarta-feira, 25 de maio de 2016



Tempos remotos

Escadarias do gabinete português,
viagem que não finda nunca não, nem inicia,
um limbo, um purgatório, uma encruzilhada,
transição de fronteira, abraçando tudo,
é isso que nos resta ao crepúsculo da tarde...

Labirintos dessa face enlouquecida.
Mas que face? A minha, a sua ou a de todos?
Não, amigo, não há esperança aqui nem ali,
não pode pisar na lua duas vezes sem saber
o que há na sua face escura, a morte...

Espirais do símbolo visigodo podem
nos fazer pensar que somos vigias a ver
a realidade entorno sem interferir,
bárbaros de tempos remotos ou até
druidas de longas túnicas muito estranhas...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

terça-feira, 24 de maio de 2016

Cerimônia de Premiação do 12o. Prêmio Nacional de Poesia - Cidade Ipatinga


Eu, no sábado, dia 21 de maio de 2016, na premiação de 2o. lugar no 12o. Prêmio Nacional de Poesia - Cidade Ipatinga no âmbito do 14o. Circuito de Literatura de 2015. Com trófeu e certificado recebidos das mãos do presidente do Clesi, Wellington Fred Martins. Não posso deixar de agradecer à autora Marilia Siqueira Lacerda que me recebeu tão bem na bonita cidade de Ipatinga onde trocamos muitas ideias. Um abraço grande, Marilia.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Uma boa noite de sono



Uma boa noite de sono

Afinal porque dormimos e sonhamos? O sono e os sonhos tem alguma função no nosso organismo?  Certamente que sim, isso já foi provado cientificamente.  Mas há algo além disso.
Sem o sono não repomos nossas energias e nem assimilamos as contradições do que aconteceu no dia.  O sono e os sonhos permitem que o cérebro e a mente mantenham “tudo em ordem” no nosso inconsciente e subconsciente.  Permitem que comecemos o dia com a mente fresca, nova e pronta para uma nova etapa.
Dormir e sonhar também criam expectativas e nos motivam para novos desafios, ampliando, ou até, esclarecendo anseios e vontades e, mesmo, resolvendo problemas com insights, por exemplo.
Alguns espiritualistas utilizam-se do onírico para viver a própria espiritualidade de modo pleno.  Essa artesania onírica lúcida eleva os sonhos à categoria de sonhos lúcidos, tomando esse tipo de sonho (lúcido) como ferramenta para interpretação espiritual e do conhecimento de si mesmo como um todo, holisticamente.
Segundo Stephen LaBerg, o sonho lúcido ocorre quando sonhamos enquanto sabemos que estamos sonhando.  Temos uma lembrança clara e nítida do que sonhamos.  Há registros no Egito Antigo dos primeiros relatos de sonhos lúcidos.  Hoje, alguns pesquisadores concordam em afirmar que o estudo dos sonhos lúcidos é uma proto-ciência que ainda  despontará como ciência reconhecida no futuro.
Esse conhecimento, como outros da mesma ordem, podem trazer inúmeros benefícios para qualquer um que pratique com cuidado e sabedoria.  Dormir e sonhar fazem parte de uma rotina saudável e que muito podem auxiliar na cura de doenças, na recuperação completa da saúde e na manutenção de um estado geral natural e de bom funcionamento do organismo.  Tenha uma boa noite de sono.  Paz e luz.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)


Evolução espiritual



Academia Virtual de Letras 
Patrono: Paulo Coelho 
Acadêmico: Mauricio Duarte 
Cadeira: 18

Evolução espiritual

Que alguém faça crescer
a consciência universal,
é algo que é louvável
e nos traz satisfação...

Sendo que grande parte
só rebaixa e faz retroceder
nossa condição humana e divina,
com seu ódio, medo e preconceito...

A maioria não faz nem uma coisa nem outra,
apenas interage quando algo toca
o seu raio de ação.
O que se não é ruim, é medíocre...

Quando um ser evolui em sua compreensão,
promove a evolução de outros seres
ao redor e em conexão.
E isso é a evolução espiritual...


Mauricio Duarte (Swami Divyam Anuragi)

Sempre que alguém puder sonhar



Academia Virtual de Letras

Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18

Sempre que alguém puder sonhar

Uma catástrofe se abaterá, não hoje,
não daqui há anos ou daqui há séculos,
mas neste momento, agora mesmo, sim,
enquanto são lidos os versos nossos aqui
e não poderá nenhum homem dizer isso,
senão lhe vier extrema saudade de nada...

Tapetes persas e porcelana chinesa,
o mais puro ouro que reluz por inteiro
e a minha mente não pôde deixar de pensar
que já era hora de abandonar esses tais
tesouros que nada dizem e nada dirão
quando da grande catástrofe; e ela virá...

Por certo não se poderá rezar sem culpa
ao deparar-se com toda sua magnitude,
mas há de criar; ser um novo amanhã
para mim, você, para todos, sem exceção.
Será um mundo em verdade, gratuidade
e nascerá sempre que alguém puder sonhar...


Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

Por que não o fazemos?



Academia Virtual de Letras

Patrono: Paulo Coelho
Acadêmico: Mauricio Duarte
Cadeira: 18

Por que não o fazemos?

Todos os dias
pergunto-me por que
é tão necessário virar a mesa,
trazer luz às trevas,
mostrar redenção,
calar a traição...

Todos os dias
pergunto-me por que
é tão necessário agir,
incentivar a paz,
honrar a compaixão,
privilegiar a vida...

E por que, efetivamente,
não o fazemos?

Talvez porque as areias
das praias e dos desertos
de todo o mundo
não seriam suficientes
para aplacar a dor dos oceanos
de homens famintos...

Talvez porque as miríades
de todas as galáxias
do universo não bastariam
para criar espaço
no desamor vazio
de nós, seres humanos...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)




sábado, 7 de maio de 2016

Abelardo

Abelardo

Pedro Abelardo aparece como o oponente tanto do nominalismo quanto do realismo, mas em não melhor harmonia com a igreja do que Roscelino ou William de Champeaux. Sua condenação por Roma pode ter sido injusta, tendo sido feita numa representação de um adversário declarado, mas embora sua filosofia fosse diferente das duas escolas antagonistas, sua teologia sova igualmente reconectada.  Abelardo viu no nominalismo a negação da filosofia.  Ele limitava o conhecimento aos sentidos, excluindo até o senso comum da razão.  No realismo ele viu o outro extremo, a tendência de excluir os sentidos e encontrar a realidade apenas em abstrações da mente.  Falando de seu mestre, William de Champeaux, ele diz: “Eu retornei a ele para estudar retórica e, entre outras matérias de disputa, eu me pus a mudar – sim, destruir por argumentos claros – sua velha doutrina concernente aos universais.  Ele estava com a mesma opinião concernindo à identidade da substância, que é a mesma coisa, essencialmente e, ao mesmo tempo, estava com os individuais que produzem.  A diferença entre os individuais não vem da essência, mas da variedade do fenômeno.”  Abelardo tomou o estágio intermediário, permitindo à realidade tanto nos universais quanto nos individuais.  Gênero, espécie, diferença, propriedade, acidente, o que eles são?  Coisas, dissera o realista.  Palavras, dissera o nominalista.  Ambos, dissera Abelardo.  Todo individual tem matéria e forma, o primeiro vem do  universal, o último da sua individualidade.  A humanidade, Anselmo dissera, é uma realidade aparte da individualidade; os individuais participam disso e são, eles mesmos, cada um, uma realidade particular fora dela.  Entre essa teoria e a teologia ortodoxa não havia discórdia necessariamente, mas Abelardo era um filósofo.  Ele não acreditava no princípio de Anselmo de que a fé precede a razão, mas diferente de Anselmo, ele esqueceu os limites com os quais a igreja gostaria de confinar a filosofia.  O bispo Hampden enquanto se vingava da ortodoxia dos realistas, recusava a fazer o mesmo por Abelardo.  “Suas expressões na introdução da teologia”, diz o bispo Hampden, “são decididamente panteístas, identificando o Divino Espírito Santo com o Anima Mundi dos estóicos.”
Abelardo como muitos pais da igreja, aceitava as doutrinas de Platão totalmente, sem no entanto, aceitar as do cristianismo. A trindade platônica do Um, ou o bem, a mente com as ideias e o espírito mundo, ele entendia como as três pessoas da trindade cristã.  Bernardo de Claraval o acusou de heresia, ao fazer o espírito mundo o mesmo que o Divino Espírito Santo.  Uma passagem na ‘Dialética’ onde Abelardo explana que em Platão o processo do espírito mundo da mente é temporal, enquanto que no Divino Espírito Santo vindo do Filho é eterno, foi tomado como uma confirmação a favor de Bernardo.


(Livre tradução do livro Pantheism and Christianity de John Hunt, 1884 . Capítulo VIII  .  Escolástica . Abelardo)