sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Genuína Proposta Em Reinventar-se



A Genuína Proposta Em Reinventar-se

Essa noite, comecei a escrever e dei-me conta, que o que escrevia, parecia um conto. Um tanto surpresa, fiquei, pois até então só havia escrito poesias. Mas continuei.
A caneta parecia deslizar na folha de papel, falando de coisas que só em pensamentos, admitia falar. Ou seja, minha identidade desvendada e desnuda por mim mesma.
Era tanta novidade, tanto quanto, as reprises que relatava que por um momento, pensei que estava me confessando. Não sabia até onde isso poderia chegar, mas continuei.
Entre uma pergunta, resposta e afirmações, redigi conceitos e visitei lugares distantes, e antes nunca conhecidos. Vitórias e derrotas sempre encaradas, como um desafio. De repente fui surpreendida com o bater de uma porta e a voz de minha mãe, perguntando o que era? Pensei! Vou parar! Mas de súbito, veio-me a lembrança de amigos de infância. Lembrei-me também do primeiro amor, nunca correspondido. Questionei: O que quero com isso? Até onde pretendo chegar? Qual a razão em usar das palavras pra falar de tudo isso? E respondi: Não sei! Mas continuei.
A TV estava ligada e por um momento, dei atenção as noticias do dia e neste mesmo momento o telefone toca. Um tanto confusa, parei de escrever e desliguei a TV, indo atender ao telefone. A pessoa, um amigo, falava em tom baixo, como se fosse revelar um segredo. Busquei então, desenvolver uma inexplicável calma ou paciência para ouvi-lo. E de repente do outro lado da linha, ele relata a metamorfose do que havia vivido naquele dia. Pensei: como interrompe-lo? Mas continuei.
O papo acabou e ao desligar o telefone, percebi que a caneta e papel estavam ali, parados e ansiosos para que eu voltasse a escrever, embora ainda não tivesse um título e muito menos como dar um ponto final, mas continuei.
O víés de tudo isso, havia começado num dia de muito calor, pois era verão. A cadeira em que eu esta sentava transpirava comigo. Será o momento de parar? Resposta que não dei, mas tudo fluía de maneira assustadora e prazerosa ao mesmo tempo.E continuei.
Como Cinderela da história infantil, usei sapatos de cristais pra tonar o que escrevia mais elegante. O lúdico as vezes, ajuda a sobreviver.
Propondo-me a dar um final, olho um porta retrato e desfruto das lembranças daquele dia, quando a foto foi tirada. E continuei.
Como se estivesse fazendo um colar, assim, tentei condensar minhas ideias para a utilidade do texto e dar fim ao que comecei.
Pensei em deixar em suspense, o que seria o final, mas eu também estava querendo saber como seria. Foi então, que percebi que as evidência faziam-me aproximar da coerência entre o agir e o pensar. Resultado disso, a história aqui, resume-se na manifestação das marcas que temos das pessoas, em nossas vidas. No acreditar na fantasia, Cinderela e seus sapatos de cristais, até a autoaceitação do que somos: DNA das diversas fases e olhar e sentir o que vivemos.
A velocidade da caneta, agora, fazia-me pensar no título. O titulo?! Esse você já sabe quando começou a ler o que escrevi.

Bartira Mendes

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