Alejandro Avakian: Força e autenticidade
Existe um expressionismo abstrato conceitualmente realista? Pode algum artista trilhar o caminho de Courbet, dentro da concepção formal de um Pollock? Se as respostas para essas perguntas fazem um mínimo que seja de sentido (questiono o mesmo para as perguntas), Avakian certamente possui algo a nos dizer sobre isto em suas obras artísticas. Ou não... Porque a construção de suas pinturas abstratas é o que é. Pura arte, pura experimentação e pura realização...
Frescor, leveza, força e dinamicidade, tudo junto, ao mesmo tempo. A incompletude e a fragmentação do mundo contemporâneo em conjunto com o desejo de enlevo e totalidade do ser humano de todas as épocas em sincronicidades, a partir de sínteses visuais de alta carga estética. É isto que podemos esperar de uma obra de Avakian. E muito mais.
Tendo várias influências de expressionistas e neoexpressinistas, abstratos ou não, tais como George Baselitz, Anselm Kiefer, Willem de Kooning, Basquiat e do próprio Pollock, já citado, o artista argentino alcança uma independência, ainda assim, sem igual. Alejandro e seu espírito expressivo são forças motrizes em uníssono quando ocorre a criação artística. A action painting, nesse sentido, se dá em enormes obras em tamanho, cuja amplitude e energia se espalham por toda a extensão das telas.
As linhas e cores, manchas e superfícies, compõem uma fatura de pintura que se coaduna com a pintura à óleo de uma maneira singular. Se o artista escolhesse outro meio de pintura não teria possibilidade de usar várias camadas, porque o tempo de secagem da tinta à óleo é maior, o que possibilita mais tempo para misturar as cores, porque a tinta à óleo é mais brilhante naturalmente e isto cria cores mais vibrantes e vívidas.
E também, e aí é um ponto nevrálgico, a consistência da tinta à óleo é cremosa e amanteigada, que faz o artista modificar sua obra de acordo com a sua preferência, e traz prazer, muito prazer. Eis o ponto: prazer. Se existe um hedonismo positivo (tanto em artes quanto em outras dimensões da vida), Avakian atinge esse prazer em pintar... Prazer este que não é dado a priori. Mas que depende do momento, conforme sua criação. As cores dependem do momento, não há uma paleta fixa, o artista usa todas as cores e, às vezes, só o branco e preto. "São percepções que de pronto aparecem..." Segundo suas palavras. O inconsciente, dessa forma, é o norteador das suas experimentações que não se tolhem por amarras de nenhuma ordem ou categoria. O artista é livre e exerce essa liberdade de forma plena.
Segundo o próprio Avakian, que pinta ao som de jazz americano, suas preferências musicais são: Sara Vaughan, Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Mille Davis e Louis Amnstrong. E também: En el Galpón de Buenos Aires, Charly García e Astor Piazzolla. O "improviso" e o "gestual", a "prontidão" e o "alerta-novidade", são fatores que englobam o seu fazer pictórico abstrato, especialmente vibrante e energizado.
Natural de Buenos Aires, Alejandro já participou de exposições em muitas partes do mundo, inclusive no Ethan Cohen Gallery, Kube em Nova York, bem como no La Galery Saint Paul de Vence, da França.
Que acompanhemos a sua trajetória artística profissional é de fundamental relevância para compreendermos nosso mundo contemporâneo tão cheio de contradições, incertezas e imprevisibilidades. Mas que sempre terá o frescor de uma arte rica e plena em possibilidades se assim o fizermos.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Contatos com o artista:
e-mail: alejandroavakian@yahoo.com.ar
telefone: +5491156392205
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