sábado, 12 de abril de 2014

Ah, a criação...



Ah, a criação...

Espalhando-me por todos os cantos:
Papéis jogados, tintas e restos de tintas,
lápis, grafite, pena, pincéis, jornais,
telas, livros, recortes,
mesa, luzes, pastas, materiais.

Tudo em volúpia,
tudo demais
e nada em estagnação.
Tudo em um fluxo,
uma corrente viva de criação.

Experimento, assim,
pelo meu trabalho,
uma transcendência.
Algo novo a roubar a cena,
a me fazer alguém em ascendência.

É a verve que me toma
como a um cálice de vinho
numa golada só,
de alguém que se compadece
da morte de alguém querido, oh dó!

Com ela vou fundo no meu labor
Esqueço do tempo, esqueço da dor,
lembro somente do meu caminho.
É aí que um novo trabalho surge
e me vejo de novo em desalinho.

Assim é arte, assim é a vida,
Estamos sempre com o coração na boca,
para depois criarmos algo em profusão
e já com a alma novamente desconjuntada,
encontramo-nos de novo em grande excitação.

Ah, a criação...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)



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