Celebro
Celebro o poema da poetisa
Celebro a observância do sábio
Celebro o esgar da bruxa
Celebro a luta do trabalhador
Celebro a perseverança do estudante
Celebro a persistência do iniciante
Celebro a inocência do iniciado
Celebro a indolência do rebelde
Celebro a marca do justiceiro
Celebro a verve do artista
Celebro o destino da cartomante
Celebro enfim...
Que me resta?
Se fossem poucas as indulgências necessárias
Mas nem se tem conta mais dos crimes cometidos
Apesar disso, o mundo gira
O mundo sempre girará
Celebro o arfar do coveiro
Celebro a docilidade da noiva
Celebro a maternidade da mãe
Celebro a certeza do atleta
Celebro a fragilidade do confesso
Celebro a destruição do soldado
Celebro a gratidão do pedinte
Celebro a estupidez do rico
Celebro o primitivismo do índio
Celebro a precisão do ourives
Celebro a negação do acusado
Celebro enfim...
Que me resta?
Mauricio Duarte
(Divyam Anuragi)
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