domingo, 19 de maio de 2013

Descobertas femininas sem palavras



Descobertas femininas sem palavras

Eis que a palavra se escondeu
e não era mais palavra.
Era silêncio.
Não um silêncio bom, calmo,
mas sim um silêncio sepulcral.
Um silêncio de morte
que fazia doer a cabeça da gente
(e como doía)

Era estertor do que já estava por acabar.
Era o silêncio do calar dos direitos.
Era o silêncio que calava o protesto digno.
Era o silêncio da minha tragédia.
Tragédia de pão e água,
de soluçar e choro convulsivo...
Não era silêncio, agora tenho para comigo.
(sabia o que era)

Uma lamentação sem ruído.
Um ódio desfigurado de dor.
Uma miserabilidade de morte.
Qualquer coisa menos silêncio.
Não maculemos essa palavra com tamanho sofrimento.
Palavra?
Não havia nenhuma...
Estava eu só, acompanhado da minha solidão.

O gigolô da minha parte mulher,
o cafetão da minha alma feminina
estava só.
E era eu mesmo
que desnudado trazia
um gosto azedo.
Trazia o nonsense de ser da palavra mesmo.
O sentido que se perdeu...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

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