Barquinhos de papel
Navegando por entre barquinhos de papel,
dei-me conta que o leme não me obedecia
e eu ia de encontro aos recifes de um quintal chuvoso.
Olhava e não via
terra à vista.
Só os pingos da chuva caiam-me defronte
e eu vislumbrava torrentes de água da tempestade.
Quando eu era de um desses barquinhos o capitão,
já não tinha mais idade para fazer barquinhos de papel,
mas tinha amadurecido para singrar pelos mares
Foi o que fiz.
Encimei-me na proa e pus-me a navegar
quando chovia no quintal
Quando não, eu deixava as cartas náuticas
falarem mais alto
e punha-me a escrever estes versos...
Mauricio Duarte
(Divyam Anuragi)
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