O vazio
Deparou-se com o lugar vazio e estacou.
Podia jurar que havia deixado o carro ali,
mas não estava lá.
Algum pilantra o tinha roubado.
Será?
Andou mais alguns passos
e para sua surpresa,
estava o carro todo aberto
no meio da grande garagem.
Olhou em volta
prá ver se o criminoso ainda estava por lá.
Como não viu ninguém, foi até o veículo.
Entrou, ligou o carro e o conduziu para fora.
Que sorte. O criminoso não tinha conseguido roubá-lo.
Foi até a delegacia e registrou ocorrência.
Colocou uma nota no jornal do bairro
e fez postagens diversas nas redes sociais,
relatando o ocorrido.
Colocou um novo segredo no automóvel
e um alarme,
além de fazer um seguro do veículo.
Mas nada disso adiantou.
O vazio continuava na sua memória.
O bem não estava onde deveria estar.
A vaga do carro vazia na garagem
continuava na sua cabeça.
Não podia esquecer o susto.
Até que compreendeu
que o vazio não tinha nada a ver com o automóvel
O vazio estava na sua alma
E não havia nada que pudesse
preenche-la, nem completá-la.
Nem o carro.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Um poema muito interessante. Aplausos e um abraço.
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