Suspensão e sexo com incenso, ao anoitecer
Cordões de aço me seguram,
como num fio da navalha.
E me puxam para cima.
Eu me penduro no aço da malha.
Não há alegria no sexo.
Há apenas alívio
e um frêmito de leve prazer;
é como num comício,
tudo orquestrado,
por baixo ou por cima,
de frente ou de trás,
na boca, no pênis ou na vagina
Nada mais surpreende o casal.
Enfadaram-se com a loucura
do cotidiano, do normal.
Um grande luar e eu estou suspenso,
sinto o cheiro do incenso
circulando o ar, indo e voltando,
colunas de fumaça, e eu, imenso.
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
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