quarta-feira, 26 de março de 2014

Tudo isso é povo



Tudo isso é povo

Se cochilar o cachimbo cai.
Se cachimbar cai no cochilo.
Se cair, o cochilo dá uma cachimbada.
Se o cachimbo cair, cochila?

Bandido bom, é bandido morto.
Bom morto, é bandido.
Bom, é morto bandido.
Bom é morto, bandido?

Não tenho tudo que amo,
mas amo tudo que tenho.
Não tudo que tenho, amo.
Mas tudo tenho, que amo?

Não sou dono do mundo,
mas sou filho do dono.
Não sou filho do mundo,
mas sou dono do filho?

Se conselho fosse bom,
não se dava, vendia.
Se vender fosse conselho bom,
não se vendia, dava?

Melhor um pássaro na mão
do que dois voando.
Melhor dois pássaros voando
do que um na mão?

Morre o boi
pro urubu comer.
Come o urubu
prá o boi morrer?

Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura.
Pedra água em mole dura
tanto fura até que bate?

As afirmações populares
mostram-nos o lado cruel e negativo
e o lado bondoso e sábio,
ao mesmo tempo, do povo.

Dos pensamentos até as frases de efeito,
dos ditos populares até os chavões.
Tudo isso ronda a ideia popular,
tudo isso é povo...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Membro da Ordem dos Poetas do Brasil

Um comentário:

  1. Viva o povo, viva a simplicidade do povo, viva a sabedoria do povo, viva o povão de pé no chão. Abração.

    ResponderExcluir